Renuncio a Ser Adulto
Por este meio renuncio a ser adulto. Decidi aceitar a responsabilidade de ter 6 anos outra vez.
Quero ir a um MacDonalds e pensar que é um restaurante de 5 estelas;
Quero fazer navegar barquinhos de papel num tanque;
Quero fazer ondas atirando pedras à água para poder valorizar o simples outra vez;
Quero pensar que os doces e os amigos são melhores do que o dinheiro;
Quero tomar banhos muito demorados e dormir 10 horas todas as noites;
Quero abraçar os meus pais e enxaguar as minhas lágrimas nos ombros deles;
Quero regressar aos tempos em que a vida era simples, quando tudo o que sabia eram cores, tabuadas e contos de fadas, e isso não me chateava, porque não sabia o que não sabia e não me preocupava por não saber. Quando pensava que o pior que me podia acontecer era que alguém me tirasse a bola ou me escolhesse em último lugar para ser companheiro de equipa.
Quero voltar aos meus 6 anos para pensar que o mundo é justo. Que tudo e todas as pessoas são honestas e boas, que não há invejas, quero pensar que tudo é possível.
Mas em algum momento da minha juventude amadureci e aprendi demasiado. Aprendi como as pessoas não sabem querer nem amar, como nos destruímos entre nós, como a inveja nos rodeia e nos faz desejar o mal. Amadureci, contaminei-me, e aprendi sobre mentiras, sofrimentos, doenças, guerras, dor e morte. Aprendi como o dinheiro domina as nossas vidas, como já não importa o sentir, mas sim o conseguir...e cada vez mais.
Mas eu renuncio! Quero viver de forma simples novamente. Não quero que os meus dias sejam de jornadas intermináveis de trabalho, de materialismo, de notícias deprimentes, de invejas, de intrigas, de doenças e de perda de seres queridos.
Quero acreditar no poder do sorriso, do abraço, do apertar de mãos, no poder da palavra doce, da verdade, da paz, do super herói de banda desenhada e da imaginação.
Admiro a doce loucura das crianças e detesto a mentira da prudência dos adultos.
Quero voltar aos meus 6 anos. Quero deixar viver mais essa criança que todos levamos dentro, para valorizar o bom e o simples que nos rodeia e que os adultos deixaram de apreciar.
(Estas palavras vão dedicadas a todos vocês que não se esqueceram de saltar numa poça de água sem se importarem de molhar os sapatos e para todos os que não se esqueceram que com uma pastilha ou um rebuçado éramos felizes.)
terça-feira, novembro 07, 2006
segunda-feira, novembro 06, 2006
Tenham um bom (novo) dia........
Hoje foi um dia estranho – pensou a Little Princess.
Hoje as árvores eram as mesmas, tão despidas das folhas castanhas como ontem e tão belas como sempre. Os ruídos eram os sons que invadem o nosso mundo todos os dias às mesmas horas. Os rostos também eram os mesmos. As palavras repetiam-se, iguais a ontem eram as mesmas de amanhã.
Porém, hoje as árvores estavam grotescamente belas. Os ruídos agudos feriam-lhe os ouvidos. Os rostos deprimiam-na. As palavras pareciam desprovidas do tom habitual.
No silêncio do seu baloiço, a Little Princess abriu a sua maravilhosa caixa de música e deixou sair em liberdade os sons da dedicação e da paixão. Embalada pela doce melodia percebeu: hoje o percurso feito pela manhã tinha sido um pouco diferente, e isso tinha baralhado os mil sorrisos que a acompanham dia após dia.
Foi isso, perderam-se naquele mar de gente, no corre-corre matinal.
E nesse instante um sorriso especial encontrou a princesa…..
Talvez tenha vindo guiado pela melodia da caixa de música…
De repente a linda princesa percebeu que amanhã é um dia novo.
Diferente do de hoje.
E os sorrisos são fortes.
Irão encontrá-la…..
Hoje as árvores eram as mesmas, tão despidas das folhas castanhas como ontem e tão belas como sempre. Os ruídos eram os sons que invadem o nosso mundo todos os dias às mesmas horas. Os rostos também eram os mesmos. As palavras repetiam-se, iguais a ontem eram as mesmas de amanhã.
Porém, hoje as árvores estavam grotescamente belas. Os ruídos agudos feriam-lhe os ouvidos. Os rostos deprimiam-na. As palavras pareciam desprovidas do tom habitual.
No silêncio do seu baloiço, a Little Princess abriu a sua maravilhosa caixa de música e deixou sair em liberdade os sons da dedicação e da paixão. Embalada pela doce melodia percebeu: hoje o percurso feito pela manhã tinha sido um pouco diferente, e isso tinha baralhado os mil sorrisos que a acompanham dia após dia.
Foi isso, perderam-se naquele mar de gente, no corre-corre matinal.
E nesse instante um sorriso especial encontrou a princesa…..
Talvez tenha vindo guiado pela melodia da caixa de música…
De repente a linda princesa percebeu que amanhã é um dia novo.
Diferente do de hoje.
E os sorrisos são fortes.
Irão encontrá-la…..
domingo, novembro 05, 2006
Um texto levemente (ou bastante até) aparvalhado…, olhem, Sei Lá!
Desfolho a revista do jornal de domingo e lá encontro notícia de um novo livro da dita senhora que, dizem uns, veio reanimar as vendas de livros em Portugal e, dizem outros, ressuscitar hábitos de leitura de uns tantos portugueses. Alguns atreveram-se a repescar termos associados a produtos alimentares para caracterizar o bizarro fenómeno que designaram por literatura light. Ora advogam estes que o elevado consumo súbito de livros escritos por esta senhora se deve ao facto de a sua escrita ser intrinsecamente leve, light, portanto. Assim o seria porque em primeiro lugar , tal como os produtos alimentares, estas histórias se encontram à venda em grandes superfícies. As suas histórias seriam pois - acrescento eu de forma humilde - mais apetecíveis uma vez que deixariam o leitor com menos peso de consciência de cada vez que devorassem um livro, dado que este seria menos calórico do que um ensaio de Saramago, uns versos de Pessoa, ou até um romance de Sousa Tavares.
Numa altura em que as taxas de obesidade começam a ser alarmantes no nosso país e em que proliferam campanhas que visam promover a adopção de hábitos de vida mais saudáveis é pois mais do que natural consequência que uma literatura que possa ser consumida de forma menos pecaminosa por parte do leitor, constitua uma desenfreada corrida às prateleiras do supermercado antes que tal miraculoso lenitivo esgote!!
Observando estes livros, encontramos de facto diversos atractivos que inegavelmente os tornam quase que objectos de pura gula para os potenciais transeuntes do supermercado e grandes superfícies. Ouçamos um relato:
- Ora eu no outro dia, ia descansadinha da vida com o meu carrinho cheio de coisas saudáveis como iogurtes 0% de gordura, carnes brancas, leite de soja, e etc e tal, quando entro, inadvertidamente no corredor da ficção que fica mesmo ao lado dos farináceos. De repente, sou violentamente atraída por aquela prateleira cheia de cor. Um amarelo forte, a evocar a luz solar, reluzia por toda aquela extensão! Aproximei-me fascinada e, no meio de pessoas estarrecidas como eu, lá consegui alcançar um dos exemplares. Agarrei-o como se fosse o Santo Graal. As letras eram lindas, com um azul vivo a evocar os oceanos cheios de corais… O título esse, era exótico, ao mesmo tempo, metafísico: «Sei Lá, Pá!». Tacteei o livro; as letras grandes em relevo, eram agradáveis ao toque. Todo ele era um livro bonito, daqueles que dá gosto ter por perto numa mesa de café ao lado do telemóvel Nokia última geração. Fechei, por uns momentos os olhos e pensei, enquanto apertava o livro contra o peito que aquele seria o livro ideal para o meu Verão devido à perfeita sintonia cromática! O mar azul a bater com as letras grossas e chamativas, e o imenso amarelo a condizer com toda a envolvente: o sol, o meu pareo, o bikini e, imagine-se, até a minha toalha!! Se não fosse uma praia de origem vulcânica, até com a areia batia!!
Despertei. Abri os olhos e não pensei mais: ‘É meu, gritei!’, extasiada.
Corri desenfreada para a caixa, deixando para trás meia lista de compras por fazer. Mas não interessava. Aquilo era tudo naquele momento. O preço…nem sei. Até isso é light, nem se nota no total do talão que vem misturado com as restantes compras. Mas que importa? É impagável a sensação de ter um livro destes.
Passado uma semana, reencontramos a mesma personagem. Ouçamos o relato, quando lhe perguntamos se gostou do que leu:
- Ah sim, adorei este livro. Logo quando li a primeira página na esplanada da praia, fui abordada por um rapaz giríssimo que, curiosamente, tinha o nome da personagem deste livro, Diogo Francisco Dinis Gonçalo Bernandes de Souza! Foi giríssimo,porque ele disse-me:
- Olá, a menina está a ler um livro fabuloso, deixe que lhe diga…Como se chama?
Ao que eu respondi completamente fora de mim com tanta beleza num metro e noventa:
- Sei Lá, Pá!
Mas depois, não sei que se passou que ele deixou de ser simpático e ficou furioso e foi embora…Talvez a sanduíche americana estivesse com a maionese estragada, não sei. Mas foi o máximo! E por isso desde esse dia que não largo este livro. Leio uma página por semana e o melhor é que perdi até peso! Ando muito bem, mesmo! O livro é giríssimo, fica-me a matar onde quer que eu esteja porque as cores da capa estão supé na moda e mais! Não sinto nenhuma dor de ombros ou de braço, porque é ultra-leve!! Nunca gostei tanto de ler como agora!!
Este é o relato que melhor espelha, julgamos nós, este fenómeno, esta massificação das vendas de livros desta senhora. Cores de capa baseadas nas tendências da estação, gramagem de papel inferior á dos livros da dita literatura ‘pesada’ e, acima de tudo, não engorda os neurónios evitando sinapses desnecessárias. E ainda por cima, como é light, é uma óptima luz de presença pois brilha no escuro!
Penso que este novo livro será um sucesso de vendas tal como os seus precedentes. Passado uns momentos, dou por mim a escrever este texto verdadeiramente estúpido, ligeiramente despropositado e inútil e penso na remota possibilidade de que talvez se lhe vestisse uma capa colorida garrida com a última fonte de design exclusivo, comigo na contracapa a exibir um penteado irrepreensível, pendurado numa prateleira de supermercado, ao lado das chicletes Adams de mentol com um título tão desconcertante como ‘Tá visto!’ ou ‘Alma de Avestruz’ ou até mesmo um ‘Artista de Paredes’ , eu pudesse ser tão fenomenal como a dita senhora.
Páro e só digo enquanto ponho término a este acesso de insanidade: será que vendia mesmo? Olhem, Sei Lá!!
Numa altura em que as taxas de obesidade começam a ser alarmantes no nosso país e em que proliferam campanhas que visam promover a adopção de hábitos de vida mais saudáveis é pois mais do que natural consequência que uma literatura que possa ser consumida de forma menos pecaminosa por parte do leitor, constitua uma desenfreada corrida às prateleiras do supermercado antes que tal miraculoso lenitivo esgote!!
Observando estes livros, encontramos de facto diversos atractivos que inegavelmente os tornam quase que objectos de pura gula para os potenciais transeuntes do supermercado e grandes superfícies. Ouçamos um relato:
- Ora eu no outro dia, ia descansadinha da vida com o meu carrinho cheio de coisas saudáveis como iogurtes 0% de gordura, carnes brancas, leite de soja, e etc e tal, quando entro, inadvertidamente no corredor da ficção que fica mesmo ao lado dos farináceos. De repente, sou violentamente atraída por aquela prateleira cheia de cor. Um amarelo forte, a evocar a luz solar, reluzia por toda aquela extensão! Aproximei-me fascinada e, no meio de pessoas estarrecidas como eu, lá consegui alcançar um dos exemplares. Agarrei-o como se fosse o Santo Graal. As letras eram lindas, com um azul vivo a evocar os oceanos cheios de corais… O título esse, era exótico, ao mesmo tempo, metafísico: «Sei Lá, Pá!». Tacteei o livro; as letras grandes em relevo, eram agradáveis ao toque. Todo ele era um livro bonito, daqueles que dá gosto ter por perto numa mesa de café ao lado do telemóvel Nokia última geração. Fechei, por uns momentos os olhos e pensei, enquanto apertava o livro contra o peito que aquele seria o livro ideal para o meu Verão devido à perfeita sintonia cromática! O mar azul a bater com as letras grossas e chamativas, e o imenso amarelo a condizer com toda a envolvente: o sol, o meu pareo, o bikini e, imagine-se, até a minha toalha!! Se não fosse uma praia de origem vulcânica, até com a areia batia!!
Despertei. Abri os olhos e não pensei mais: ‘É meu, gritei!’, extasiada.
Corri desenfreada para a caixa, deixando para trás meia lista de compras por fazer. Mas não interessava. Aquilo era tudo naquele momento. O preço…nem sei. Até isso é light, nem se nota no total do talão que vem misturado com as restantes compras. Mas que importa? É impagável a sensação de ter um livro destes.
Passado uma semana, reencontramos a mesma personagem. Ouçamos o relato, quando lhe perguntamos se gostou do que leu:
- Ah sim, adorei este livro. Logo quando li a primeira página na esplanada da praia, fui abordada por um rapaz giríssimo que, curiosamente, tinha o nome da personagem deste livro, Diogo Francisco Dinis Gonçalo Bernandes de Souza! Foi giríssimo,porque ele disse-me:
- Olá, a menina está a ler um livro fabuloso, deixe que lhe diga…Como se chama?
Ao que eu respondi completamente fora de mim com tanta beleza num metro e noventa:
- Sei Lá, Pá!
Mas depois, não sei que se passou que ele deixou de ser simpático e ficou furioso e foi embora…Talvez a sanduíche americana estivesse com a maionese estragada, não sei. Mas foi o máximo! E por isso desde esse dia que não largo este livro. Leio uma página por semana e o melhor é que perdi até peso! Ando muito bem, mesmo! O livro é giríssimo, fica-me a matar onde quer que eu esteja porque as cores da capa estão supé na moda e mais! Não sinto nenhuma dor de ombros ou de braço, porque é ultra-leve!! Nunca gostei tanto de ler como agora!!
Este é o relato que melhor espelha, julgamos nós, este fenómeno, esta massificação das vendas de livros desta senhora. Cores de capa baseadas nas tendências da estação, gramagem de papel inferior á dos livros da dita literatura ‘pesada’ e, acima de tudo, não engorda os neurónios evitando sinapses desnecessárias. E ainda por cima, como é light, é uma óptima luz de presença pois brilha no escuro!
Penso que este novo livro será um sucesso de vendas tal como os seus precedentes. Passado uns momentos, dou por mim a escrever este texto verdadeiramente estúpido, ligeiramente despropositado e inútil e penso na remota possibilidade de que talvez se lhe vestisse uma capa colorida garrida com a última fonte de design exclusivo, comigo na contracapa a exibir um penteado irrepreensível, pendurado numa prateleira de supermercado, ao lado das chicletes Adams de mentol com um título tão desconcertante como ‘Tá visto!’ ou ‘Alma de Avestruz’ ou até mesmo um ‘Artista de Paredes’ , eu pudesse ser tão fenomenal como a dita senhora.
Páro e só digo enquanto ponho término a este acesso de insanidade: será que vendia mesmo? Olhem, Sei Lá!!
sábado, novembro 04, 2006
Regressando ao barco…
A minha amiga São fez-me uma sugestão curiosa esta semana:
Maria, na 6.ª feira vou à Batô com um amigo. Não queres vir connosco?
Já esperando que eu desse a resposta do costume
Ó São, mas tu ‘tás louca? Á Bato? Poupa-me lá disso…… – insistiu e continuou ela num fôlego: É baratinho… só 6€! E é tão animado. Lembras-te como era fixe?
Lá tive que a interromper e disse muito convicta: São, eu alinho!
6.ª feira chegada lá fomos até Leça, essa terra tão… olhem nem sei o que dizer. Lá fomos…
Depois de mais uma vez ter confirmado que a São é péssima co-piloto, aterramos num tal de Bus para o café da praxe! Tantas horas se tem de fazer até entrar numa discoteca que a fome apertou e houve comes para todos os gostos, desde tostas mista (que boa que estava!!) até crepes de banana e canela (desta vez não foi de menta e chocolate … é que isso são outras histórias)…
Finalmente, lá rumamos na viatura que nem minha é mas que a São já intitula como sendo nossa (mas que raios de confianças são estas??) para a dita Batô!
A caminho interroguei-me: Mas onde vou estacionar?
È que no tempo em que eu era habitué daquele estamine, não tinha carta ainda, nem tão pouco carro. Tinha motorista……mas a isso já lá vamos…
Seguiram-se as peripécias para estacionar…. E olhem que houve algumas, com arrumador personalizado à mistura e tudo!!
Mas lá entramos.
O pagamento é feito à entrada e em troca recebe-se dois papelinhos que se podem trocar por… Suspense? Cola, sumo ou cerveja!! Um must!!
Mal entramos no barco a nostalgia invadiu-nos.
Num instante o ano de 1998 voltou à minha memória e passou um filme inocente e delicioso: as festas de aniversário e nós a chegarmos à Batô de bolo na mão; os parabéns cantados entre o refrão da última novidade grunge; o colar de missangas da São que rebentou na pista às 3h30 da manhã e o consequente espectáculo de pin-up girls de rabo no ar à procura de missangas (sim, missangas!) numa discoteca; as saídas à noite com os primeiros namorados; e mais muito muito mais!!!!
É nesta altura que saliento que esta não é uma discoteca qualquer! Foi a primeira: o nosso grito de emancipação colectivo! Uauuuuuu Vamos sair à noite. Onde? Batô, claro!
Todas as desculpas serviam.. nem que fosse uma prima da colega da São que faz anos e vamos todos!! Hihihihi O pai da São lá arranjava forma de meter 5, 6, 7 e até 8 pessoas no carro dele .. e lá íamos! Chegou a levar o pessoal por turnos!! Giro era ao final da noite (naquela altura isso acontecia às 4h da matina!) o Sr. Porteiro nos dizer… Ah já ia chamar as meninas, porque o paizinho chegou! Era o pai da São. Aqui deixo a minha homenagem a esse Sr. que nos ajudou a dar o grito de emancipação!
Voltando à experiência de 6.ªfeira, e mais de 8 anos passados sobre a primeira ida à Batô, mal entramos ouvimos logo as músicas e as bandas da nossa adolescência. Tal fez-nos ir quase a correr para o centro da pista, de onde saímos apenas quando o cansaço já não permitia continuar porque nem a cabeça conseguíamos abanar!
ADOREI regressar aos tempos de teenager! Nem que tenha sido por umas horas! Valeu a pena…. Ver a São aos pulos e eu toda pipi, pipi demais para aquele contexto! (com a indumentária errada, como muitas vezes acontece!! Hihihi).
Mas sorrimos tanto naquela noite e dançamos de novo Smashing Pumpkins, Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Zen, Marilyn Manson, Lemonheads, ……
Balanço da noite: foi boa a viagem de barco. Foi mesmo muito boa!
Notas pós-crónica de 6.º feira à noite:
Primeira Nota - No Sábado não resisti a procurar dois dos meus cd’s mais ouvidos na década de 90 e lá voltei a pô-los a tocar: Unplugged in New York dos Nirvana e Mellon Collie and the Infinite Sadness dos Smasshing Pumpkins (álbuns originais do tempo pré download e em que para ter cd’s novos esperávamos pelo Natal ou pelo aniversário!!! FABULOSO!!!)
Segunda Nota - Espreitam lá: http://www.discoteca-obato.com/
Maria, na 6.ª feira vou à Batô com um amigo. Não queres vir connosco?
Já esperando que eu desse a resposta do costume
Ó São, mas tu ‘tás louca? Á Bato? Poupa-me lá disso…… – insistiu e continuou ela num fôlego: É baratinho… só 6€! E é tão animado. Lembras-te como era fixe?
Lá tive que a interromper e disse muito convicta: São, eu alinho!
6.ª feira chegada lá fomos até Leça, essa terra tão… olhem nem sei o que dizer. Lá fomos…
Depois de mais uma vez ter confirmado que a São é péssima co-piloto, aterramos num tal de Bus para o café da praxe! Tantas horas se tem de fazer até entrar numa discoteca que a fome apertou e houve comes para todos os gostos, desde tostas mista (que boa que estava!!) até crepes de banana e canela (desta vez não foi de menta e chocolate … é que isso são outras histórias)…
Finalmente, lá rumamos na viatura que nem minha é mas que a São já intitula como sendo nossa (mas que raios de confianças são estas??) para a dita Batô!
A caminho interroguei-me: Mas onde vou estacionar?
È que no tempo em que eu era habitué daquele estamine, não tinha carta ainda, nem tão pouco carro. Tinha motorista……mas a isso já lá vamos…
Seguiram-se as peripécias para estacionar…. E olhem que houve algumas, com arrumador personalizado à mistura e tudo!!
Mas lá entramos.
O pagamento é feito à entrada e em troca recebe-se dois papelinhos que se podem trocar por… Suspense? Cola, sumo ou cerveja!! Um must!!
Mal entramos no barco a nostalgia invadiu-nos.
Num instante o ano de 1998 voltou à minha memória e passou um filme inocente e delicioso: as festas de aniversário e nós a chegarmos à Batô de bolo na mão; os parabéns cantados entre o refrão da última novidade grunge; o colar de missangas da São que rebentou na pista às 3h30 da manhã e o consequente espectáculo de pin-up girls de rabo no ar à procura de missangas (sim, missangas!) numa discoteca; as saídas à noite com os primeiros namorados; e mais muito muito mais!!!!
É nesta altura que saliento que esta não é uma discoteca qualquer! Foi a primeira: o nosso grito de emancipação colectivo! Uauuuuuu Vamos sair à noite. Onde? Batô, claro!
Todas as desculpas serviam.. nem que fosse uma prima da colega da São que faz anos e vamos todos!! Hihihihi O pai da São lá arranjava forma de meter 5, 6, 7 e até 8 pessoas no carro dele .. e lá íamos! Chegou a levar o pessoal por turnos!! Giro era ao final da noite (naquela altura isso acontecia às 4h da matina!) o Sr. Porteiro nos dizer… Ah já ia chamar as meninas, porque o paizinho chegou! Era o pai da São. Aqui deixo a minha homenagem a esse Sr. que nos ajudou a dar o grito de emancipação!
Voltando à experiência de 6.ªfeira, e mais de 8 anos passados sobre a primeira ida à Batô, mal entramos ouvimos logo as músicas e as bandas da nossa adolescência. Tal fez-nos ir quase a correr para o centro da pista, de onde saímos apenas quando o cansaço já não permitia continuar porque nem a cabeça conseguíamos abanar!
ADOREI regressar aos tempos de teenager! Nem que tenha sido por umas horas! Valeu a pena…. Ver a São aos pulos e eu toda pipi, pipi demais para aquele contexto! (com a indumentária errada, como muitas vezes acontece!! Hihihi).
Mas sorrimos tanto naquela noite e dançamos de novo Smashing Pumpkins, Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Zen, Marilyn Manson, Lemonheads, ……
Balanço da noite: foi boa a viagem de barco. Foi mesmo muito boa!
Notas pós-crónica de 6.º feira à noite:
Primeira Nota - No Sábado não resisti a procurar dois dos meus cd’s mais ouvidos na década de 90 e lá voltei a pô-los a tocar: Unplugged in New York dos Nirvana e Mellon Collie and the Infinite Sadness dos Smasshing Pumpkins (álbuns originais do tempo pré download e em que para ter cd’s novos esperávamos pelo Natal ou pelo aniversário!!! FABULOSO!!!)
Segunda Nota - Espreitam lá: http://www.discoteca-obato.com/
sexta-feira, novembro 03, 2006
Setembro
O texto que segue deve ser consumido com alguma moderação. É sombrio e muito existencialista! Não pretende desanimar nem tão pouco abater estados de espírito... mas sim ser uma luz de esperança!!!
Hoje é dia 13 de Setembro de 2006.
Estou em frente ao espelho do quarto de banho.
Fico surpreendida com o meu reflexo: uma mulher de 30 anos, com as primeiras rugas a se anunciarem; olheiras profundas provocadas pelas insónias que sempre me acompanharam mas que são em cada noite mais constantes; cabelos ruivos compridos e desalinhados (afinal estou a sair da cama) e olhos castanhos ligeiramente esverdeados (mais cansados que nunca)!
Sinto-me presa a este momento e a este espaço!
Sei como vai correr o resto do dia: vou lavar a cara; tomar banho; escolher um tailleur; engolir um copo de leite; sair de casa a correr; apanhar o metro; chegar ao escritório e tomar o primeiro de muitos cafés; embrenhar-me nos mil dossiês que tenho na secretária; depois uma salada ou uma sopa ao almoço em frente ao computador; mais um café; segue-se uma tarde aborrecida de trabalho; finalmente sair às 20h; apanhar o metro para casa; passar no supermercado; tomar outro banho; jantar algo rápido; ver um pouco de televisão; ler e aguardar a noite de insónias!
Tenho vontade de acabar com tudo isto! Não tenho coragem.... Sempre fui cobarde. Tirei o curso que os meus pais queriam, e não o que poderia eventualmente fazer-me feliz! Queria ser artista, perder-me entre cores, formas, nuvens de fumo e balões de ideias! Mas nem as orelhas os meus pais me deixaram furar quanto mais ter um piercing, usar uma carteira de fazenda laranja a tiracolo e ser artista!
Sou técnica superior. Do quê? Nem eu sei... Faço o mesmo todos os dias: colocam-me os dossiês na secretária e são todos iguais uns aos outros. Eu ligo o computador, abro o ficheiro de Excel, introduzo os dados, obtenho taxas e rácios e escrevo um relatório chapa 5 que depois envio para o departamento comercial! Todos os dias o mesmo! Já não me lembro da última vez que obtive um resultado minimamente surpreendente!
O meu primeiro chefe dizia. “Menina Marta, as surpresas só nos complicam a vida! Não há nada como começar um trabalhinho e não surgirem percalços que nos perturbem o plano!” Curiosas palavras deste Senhor, respeitável trabalhador do banco com 25 anos de casa e que numa segunda-feira de Março deixou de aparecer no trabalho! No dia seguinte o escândalo: tinha abandonado o lar, deixando para trás um casamento de 20 anos e 3 filhos adolescentes, para ir morar em Bilbau com um homem 15 anos mais novo! Se isto não é surpresa, não sei o que será um percalço!
De repente apercebo-me que deixei de viver há alguns anos! Ou melhor, eu acho mesmo que nunca vivi: frequentei sempre as escolas que os meus pais queriam; os amigos foram-me sempre impostos por alguém; e dentro desses grupos de convívio social nunca impus qualquer vontade discordante! Aceitei o fim de relações sem grande luta, da mesma forma que aceito derrotas antes de começar a jogar!
Sou fraca e acho melhor medir as pulsações: talvez esteja morta!
Uma vez vi um filme em que a personagem principal, que estava morta se recusava a acreditar nesse seu estado e insistia em continuar com as rotinas dela, importunando a vida de todos que tentavam esquecê-la para seguir as suas vidas!
De repente penso: “Poderei ter morrido durante a minha infância, sem me ter apercebido!?”.
Estou neste estado de hipnose quando toca o meu telefone: só pode ser a minha mãe!.... Não me consigo mexer para atender. Sei que a consequência será daqui a 5 minutos estar a ligar-me para o telemóvel a deixar mensagens histéricas: "Marta Raquel, estás bem? Porque não atendes à tua mãe?!”
Ocorre-me uma ideia infantil: e se a minha nova mensagem de telemóvel fosse: “Ligou para a Marta. De momento não posso atender! Ou fui fazer um novo piercing, uma outra tatuagem ou então fui abortar pela n-ésima vez do meu namorado desempregado e dependente de filmes pornográficos, cerveja e erva! Tentarei responder brevemente, o que é conforme a hipótese da minha impossibilidade de atender agora”.
Adorava ver a cara da minha mãe ao ouvir isto! Já estou a ver: "Luís Francisco acho que a sua filha anda metida nas drogas! Mande o António mudar as fechaduras!!! “ E o Luís Francisco, senhor meu pai, claro que chamaria logo o António e transmitiria a ordem da Senhora Dona Luísa para mudar todas as fechaduras da moradia!
O meu pai é um fraco, um pau mandado da Dona Luísa Gomes Sá. A minha mãe é filha única, muito desejada e tardiamente recebida no seio do lar dos meus avós Ana e Afonso. Eram o casal mais amoroso do mundo: tinham-se casado por amor e sofriam um desgosto diário por a minha avó Ana não conseguir engravidar. Uma manhã de Janeiro mudou a vida deles: a minha avó de 43 anos estava de esperanças. Mimaram aquela bebé rosada de cabelos claros e olhos escuros! Talvez esse excesso de mimo tenha tido um efeito perverso nela: sim, nunca me faltou conforto físico e material mas nunca tive mimos da minha mãe. Nem vontades satisfeitas. Lembro-me vagamente de o meu pai tentar dar-me algodão doce na feira de Verão da aldeia dos meus avós ou de querer oferecer um peluche do meu tamanho... mas a Luísa Gomes Sá cortou logo a ideia pela raiz!
Não me enganara há pouco: era ela ao telefone. O meu telemóvel tocava agora e aquele toque era inconfundível!
Olhei para o relógio do quarto de banho, o último vestígio do Henrique, o meu mais recente ex-namorado, neurótico que achava que o tempo um dia o poderia apanhar! Sentia por isso uma necessidade absurda de controlar o tempo! Disse-me ele no dia em que acabou o namoro comigo: "Acho-te um pouco estranha Marta e não penso que sejas mulher para mim!!" Nem reagi: não valia a pena! Mas agora pensava e se valesse a pena será que eu seria capaz de reagir! Não, claro que não!
No dia em que eu e o Miguel (aquele que achei seria o amor da minha vida!) acabamos a minha reacção mais violenta foi ir à farmácia aviar a receita de Valium! Estive 4 horas a contemplar a caixa de comprimidos e a garrafa de vinho tinto que comprei no supermercado ao voltar para casa da farmácia. Obviamente que não tive coragem! Não consegui responder ao Miguel quando num sussurro ele me disse “Marta e se viesses comigo para Tóquio? Eu acho que podíamos tentar..." O meu silêncio fê-lo sair porta fora sem dizer mais nada. Soube há uns meses que tem dois filhos gémeos de uma japonesa que conheceu na empresa para onde se mudou quando foi para Tóquio! Mas eu não podia ter ido com ele... Estava no Banco há apenas 3 meses. Tinha sido recomendada pelo melhor amigo do meu pai! Eu não podia dizer “Obrigado pela oportunidade, mas agora vou para o Japão com o meu namorado. Ah Do qual obviamente a minha mãe não gosta!”
Ás vezes pensava que só tinha conseguido “autorização” para viver sozinha porque tive de me mudar para a filial do Porto. Caso contrário continuaria a viver em Braga na casa dos Gomes Sá Veloso até ao fim dos meus dias!!!
Os meus pais compraram-me o apartamento, o que queria dizer que eu nunca fui escutada sobre se gostava ou não. “A menina tem de ver que nós somos mais velhos que você. Temos experiência de vida. Sabemos tomar melhores decisões.” Eu limitava – me a acenar positivamente. Claro que a minha mãe se certificou que eu ficava num prédio cheio de velhas coscuvilheiras que lhe ligavam a contar as horas a que eu chegava e as horas a que eu saía. Noite em que dormisse cá algum homem era um dia seguinte de telefonemas histéricos da mãe a ameaçar que me recambiava para Braga! Nunca o fez... mas não foi por oposição minha! Acha que era aí o finca pé do meu pai.
O telefone toca de novo. É desta que tomo uma atitude... saio do quarto de banho e vou directa a ele: arranco o fio sem hesitar! Este assunto já está resolvido!
E agora?
O que se segue?
Volto ao espelho…. Dispo o pijama… Observo-me. À excepção dos sinais de cansaço conservo uma beleza peculiar. Os cabelos ruivos dão-me vida e são a única rebeldia contra a instituição de padrões de beleza que a minha mãe me incutiu! Tenho uns olhos grandes e expressivos, e os tons esverdeados dão-me uma certa graça. Mas o meu ponto forte é o meu corpo. As curvas são muito equilibradas e tenho tudo no sítio certo. Nunca me apercebi antes, mas acho que os homens ficam desconcertados com o meu corpo.
Ligo a água do chuveiro e mete-mo debaixo daquela torrente de água muito quente! Em breves segundos tenho a pele cheia de manchas vermelhas. Começo a sentir o sangue a ferver em mim!!!
Fecho os olhos… e percebo que não consigo pensar…
Mas uma coisa é certa: eu hoje não vou ter um dia comum.
Desligo a água e enrolo a toalha….
Os cabelos escorrem imensa água que ensopa os tapetes da Luísa Gomes Sá. Não me interessa!
Chego ao meu quarto e fico a contemplar o roupeiro! Pego nos jeans – par único no meio de inúmeros fatos clássicos. Comprei-os no último ano da faculdade…. Experimento e vejo que ainda me servem!
Depois de um breve sorriso reflectivo, procuro um top… Escolho um preto, muito decotado com as alças traçadas nas costas! Foi a Vera que mo ofereceu há 3 anos. Nunca o usei… Parecia-me demasiado vulgar!!! Mas hoje não é um dia normal…
Agarro uma carteira, os óculos de sol e o telemóvel…. Desligo-o e volto a pousá-lo! Ficará no apartamento…. Não tenho paciência para ninguém. Hoje não… Porque hoje não será um dia normal….
Coloco os óculos e bato a porta…
Já fora do prédio faço parar um táxi!
"Para o aeroporto, por favor…"
A viagem é demorada. O Porto é caótico na hora de ponta… E as pessoas conduzem de forma senil: ninguém respeita prioridades nem tão pouco linhas contínuas! Parece que entram naquele emaranhado de carros e assumem uma personalidade de robots esquizofrénicos! O taxista que me conduz não é excepção. Pergunta-me se vou viajar ou buscar alguém!
“Como a menina não traz mala consigo…”
“Caro amigo, respondo-lhe, hoje não, por favor!”
"Desculpe lá, menina…"
Milagrosamente o homem cala-se até chegarmos à Maia…
Dou-lhe 5 euros de gorjeta e saio sem lhe dar tempo de reagir.
Percorro rapidamente o hall do aeroporto e dirijo-me ao balcão da TAP:
Para onde sai o próximo avião para o qual ainda tem bilhetes?
“Barcelona. Sai daqui a 2h45m.”“Óptimo. Quero um bilhete.”
“Ida e volta?”
“Só ida, por favor.”
Hoje é dia 13 de Setembro de 2006.
Estou em frente ao espelho do quarto de banho.
Fico surpreendida com o meu reflexo: uma mulher de 30 anos, com as primeiras rugas a se anunciarem; olheiras profundas provocadas pelas insónias que sempre me acompanharam mas que são em cada noite mais constantes; cabelos ruivos compridos e desalinhados (afinal estou a sair da cama) e olhos castanhos ligeiramente esverdeados (mais cansados que nunca)!
Sinto-me presa a este momento e a este espaço!
Sei como vai correr o resto do dia: vou lavar a cara; tomar banho; escolher um tailleur; engolir um copo de leite; sair de casa a correr; apanhar o metro; chegar ao escritório e tomar o primeiro de muitos cafés; embrenhar-me nos mil dossiês que tenho na secretária; depois uma salada ou uma sopa ao almoço em frente ao computador; mais um café; segue-se uma tarde aborrecida de trabalho; finalmente sair às 20h; apanhar o metro para casa; passar no supermercado; tomar outro banho; jantar algo rápido; ver um pouco de televisão; ler e aguardar a noite de insónias!
Tenho vontade de acabar com tudo isto! Não tenho coragem.... Sempre fui cobarde. Tirei o curso que os meus pais queriam, e não o que poderia eventualmente fazer-me feliz! Queria ser artista, perder-me entre cores, formas, nuvens de fumo e balões de ideias! Mas nem as orelhas os meus pais me deixaram furar quanto mais ter um piercing, usar uma carteira de fazenda laranja a tiracolo e ser artista!
Sou técnica superior. Do quê? Nem eu sei... Faço o mesmo todos os dias: colocam-me os dossiês na secretária e são todos iguais uns aos outros. Eu ligo o computador, abro o ficheiro de Excel, introduzo os dados, obtenho taxas e rácios e escrevo um relatório chapa 5 que depois envio para o departamento comercial! Todos os dias o mesmo! Já não me lembro da última vez que obtive um resultado minimamente surpreendente!
O meu primeiro chefe dizia. “Menina Marta, as surpresas só nos complicam a vida! Não há nada como começar um trabalhinho e não surgirem percalços que nos perturbem o plano!” Curiosas palavras deste Senhor, respeitável trabalhador do banco com 25 anos de casa e que numa segunda-feira de Março deixou de aparecer no trabalho! No dia seguinte o escândalo: tinha abandonado o lar, deixando para trás um casamento de 20 anos e 3 filhos adolescentes, para ir morar em Bilbau com um homem 15 anos mais novo! Se isto não é surpresa, não sei o que será um percalço!
De repente apercebo-me que deixei de viver há alguns anos! Ou melhor, eu acho mesmo que nunca vivi: frequentei sempre as escolas que os meus pais queriam; os amigos foram-me sempre impostos por alguém; e dentro desses grupos de convívio social nunca impus qualquer vontade discordante! Aceitei o fim de relações sem grande luta, da mesma forma que aceito derrotas antes de começar a jogar!
Sou fraca e acho melhor medir as pulsações: talvez esteja morta!
Uma vez vi um filme em que a personagem principal, que estava morta se recusava a acreditar nesse seu estado e insistia em continuar com as rotinas dela, importunando a vida de todos que tentavam esquecê-la para seguir as suas vidas!
De repente penso: “Poderei ter morrido durante a minha infância, sem me ter apercebido!?”.
Estou neste estado de hipnose quando toca o meu telefone: só pode ser a minha mãe!.... Não me consigo mexer para atender. Sei que a consequência será daqui a 5 minutos estar a ligar-me para o telemóvel a deixar mensagens histéricas: "Marta Raquel, estás bem? Porque não atendes à tua mãe?!”
Ocorre-me uma ideia infantil: e se a minha nova mensagem de telemóvel fosse: “Ligou para a Marta. De momento não posso atender! Ou fui fazer um novo piercing, uma outra tatuagem ou então fui abortar pela n-ésima vez do meu namorado desempregado e dependente de filmes pornográficos, cerveja e erva! Tentarei responder brevemente, o que é conforme a hipótese da minha impossibilidade de atender agora”.
Adorava ver a cara da minha mãe ao ouvir isto! Já estou a ver: "Luís Francisco acho que a sua filha anda metida nas drogas! Mande o António mudar as fechaduras!!! “ E o Luís Francisco, senhor meu pai, claro que chamaria logo o António e transmitiria a ordem da Senhora Dona Luísa para mudar todas as fechaduras da moradia!
O meu pai é um fraco, um pau mandado da Dona Luísa Gomes Sá. A minha mãe é filha única, muito desejada e tardiamente recebida no seio do lar dos meus avós Ana e Afonso. Eram o casal mais amoroso do mundo: tinham-se casado por amor e sofriam um desgosto diário por a minha avó Ana não conseguir engravidar. Uma manhã de Janeiro mudou a vida deles: a minha avó de 43 anos estava de esperanças. Mimaram aquela bebé rosada de cabelos claros e olhos escuros! Talvez esse excesso de mimo tenha tido um efeito perverso nela: sim, nunca me faltou conforto físico e material mas nunca tive mimos da minha mãe. Nem vontades satisfeitas. Lembro-me vagamente de o meu pai tentar dar-me algodão doce na feira de Verão da aldeia dos meus avós ou de querer oferecer um peluche do meu tamanho... mas a Luísa Gomes Sá cortou logo a ideia pela raiz!
Não me enganara há pouco: era ela ao telefone. O meu telemóvel tocava agora e aquele toque era inconfundível!
Olhei para o relógio do quarto de banho, o último vestígio do Henrique, o meu mais recente ex-namorado, neurótico que achava que o tempo um dia o poderia apanhar! Sentia por isso uma necessidade absurda de controlar o tempo! Disse-me ele no dia em que acabou o namoro comigo: "Acho-te um pouco estranha Marta e não penso que sejas mulher para mim!!" Nem reagi: não valia a pena! Mas agora pensava e se valesse a pena será que eu seria capaz de reagir! Não, claro que não!
No dia em que eu e o Miguel (aquele que achei seria o amor da minha vida!) acabamos a minha reacção mais violenta foi ir à farmácia aviar a receita de Valium! Estive 4 horas a contemplar a caixa de comprimidos e a garrafa de vinho tinto que comprei no supermercado ao voltar para casa da farmácia. Obviamente que não tive coragem! Não consegui responder ao Miguel quando num sussurro ele me disse “Marta e se viesses comigo para Tóquio? Eu acho que podíamos tentar..." O meu silêncio fê-lo sair porta fora sem dizer mais nada. Soube há uns meses que tem dois filhos gémeos de uma japonesa que conheceu na empresa para onde se mudou quando foi para Tóquio! Mas eu não podia ter ido com ele... Estava no Banco há apenas 3 meses. Tinha sido recomendada pelo melhor amigo do meu pai! Eu não podia dizer “Obrigado pela oportunidade, mas agora vou para o Japão com o meu namorado. Ah Do qual obviamente a minha mãe não gosta!”
Ás vezes pensava que só tinha conseguido “autorização” para viver sozinha porque tive de me mudar para a filial do Porto. Caso contrário continuaria a viver em Braga na casa dos Gomes Sá Veloso até ao fim dos meus dias!!!
Os meus pais compraram-me o apartamento, o que queria dizer que eu nunca fui escutada sobre se gostava ou não. “A menina tem de ver que nós somos mais velhos que você. Temos experiência de vida. Sabemos tomar melhores decisões.” Eu limitava – me a acenar positivamente. Claro que a minha mãe se certificou que eu ficava num prédio cheio de velhas coscuvilheiras que lhe ligavam a contar as horas a que eu chegava e as horas a que eu saía. Noite em que dormisse cá algum homem era um dia seguinte de telefonemas histéricos da mãe a ameaçar que me recambiava para Braga! Nunca o fez... mas não foi por oposição minha! Acha que era aí o finca pé do meu pai.
O telefone toca de novo. É desta que tomo uma atitude... saio do quarto de banho e vou directa a ele: arranco o fio sem hesitar! Este assunto já está resolvido!
E agora?
O que se segue?
Volto ao espelho…. Dispo o pijama… Observo-me. À excepção dos sinais de cansaço conservo uma beleza peculiar. Os cabelos ruivos dão-me vida e são a única rebeldia contra a instituição de padrões de beleza que a minha mãe me incutiu! Tenho uns olhos grandes e expressivos, e os tons esverdeados dão-me uma certa graça. Mas o meu ponto forte é o meu corpo. As curvas são muito equilibradas e tenho tudo no sítio certo. Nunca me apercebi antes, mas acho que os homens ficam desconcertados com o meu corpo.
Ligo a água do chuveiro e mete-mo debaixo daquela torrente de água muito quente! Em breves segundos tenho a pele cheia de manchas vermelhas. Começo a sentir o sangue a ferver em mim!!!
Fecho os olhos… e percebo que não consigo pensar…
Mas uma coisa é certa: eu hoje não vou ter um dia comum.
Desligo a água e enrolo a toalha….
Os cabelos escorrem imensa água que ensopa os tapetes da Luísa Gomes Sá. Não me interessa!
Chego ao meu quarto e fico a contemplar o roupeiro! Pego nos jeans – par único no meio de inúmeros fatos clássicos. Comprei-os no último ano da faculdade…. Experimento e vejo que ainda me servem!
Depois de um breve sorriso reflectivo, procuro um top… Escolho um preto, muito decotado com as alças traçadas nas costas! Foi a Vera que mo ofereceu há 3 anos. Nunca o usei… Parecia-me demasiado vulgar!!! Mas hoje não é um dia normal…
Agarro uma carteira, os óculos de sol e o telemóvel…. Desligo-o e volto a pousá-lo! Ficará no apartamento…. Não tenho paciência para ninguém. Hoje não… Porque hoje não será um dia normal….
Coloco os óculos e bato a porta…
Já fora do prédio faço parar um táxi!
"Para o aeroporto, por favor…"
A viagem é demorada. O Porto é caótico na hora de ponta… E as pessoas conduzem de forma senil: ninguém respeita prioridades nem tão pouco linhas contínuas! Parece que entram naquele emaranhado de carros e assumem uma personalidade de robots esquizofrénicos! O taxista que me conduz não é excepção. Pergunta-me se vou viajar ou buscar alguém!
“Como a menina não traz mala consigo…”
“Caro amigo, respondo-lhe, hoje não, por favor!”
"Desculpe lá, menina…"
Milagrosamente o homem cala-se até chegarmos à Maia…
Dou-lhe 5 euros de gorjeta e saio sem lhe dar tempo de reagir.
Percorro rapidamente o hall do aeroporto e dirijo-me ao balcão da TAP:
Para onde sai o próximo avião para o qual ainda tem bilhetes?
“Barcelona. Sai daqui a 2h45m.”“Óptimo. Quero um bilhete.”
“Ida e volta?”
“Só ida, por favor.”
quarta-feira, novembro 01, 2006
Porque têm vertigens as joaninhas?
Ando a matutar esta ideia há já alguns dias. Finalmente, juntei coragem e alguma inspiração, respirei fundo e partindo de um exercício de reflexão escrevi, retalhei, baralhei, misturei e voltei a escrever.
Entrando no site da Wikipédia encontramos uma definição nada romântica do termo joaninha. Segundo os especialistas que construíram essa base de dados, joaninha é o nome popular de um insecto da família Coccinellidae.
E então, perguntarão vocês? O que é um coccinellidae?
Leio o resto da página e concluo que é necessária uma outra fonte.
Volto ao Google, e faço nova pesquisa.
Lá encontro a seguinte referência: As joaninhas fazem parte da ordem dos coleópteros (escaravelhos), a maior de todas as ordens de insectos, com mais de 300 mil espécies conhecidas. Nos climas mais temperados, há menos espécies, mas reproduzem-se em maior quantidade. Nos trópicos, passa-se o contrário: há mais espécies, mas menos indivíduos
Muito bom! Isto já está melhor!
E voar? É a dúvida que me assalta: será que elas voam?
Responde-me Carminho (consultora online de todos os temas de opinião e discussão): Maria, ela voa mas pouquinho porque o corpinho pesa!!! Faz apenas uma espécie de voo doméstico.
Fico a matutar!
Volto ao link anterior e descubro nova referência: Asas inferiores (para voar) ocultas por asas superiores, vermelhas com pintas.
Ora bem, se as miúdas têm asas porque não voam?
Bem, estarei a fazer confusão? Se calhar estou e a joaninha que eu conheço sofre de vertigens.
Segue-se um momento de diálogo interior e reflexão...
Concluo que a Joaninha em questão tem vertigens. Apesar de não perder uma oportunidade de desafiar essa condição em pequenos voos de teste (já andou no teleférico do Parque das Nações em Lisboa, no London Eye em Londres; viagens de avião também já experimentou; e até se meteu numa chamada Torre de muito metros de altura no Parque de diversões em Madrid).
Mas aquele voo... o tal, aquele que muda uma vida, ainda não o fez.
Alto: Mudança!!!! É isso…
Entro de novo na Wikipedia
Uma mudança ou transformação pressupõe uma alteração de um estado, modelo ou situação anterior, para um estado, modelo ou situação futuros, por razões inesperadas e incontroláveis, ou por razões planejadas e premeditadas.
Então, mudar é romper com o estabelecido, com a confortável e ilusória certeza de um amanhã previsível! É deixar para trás – sem receios, sem medos e sem hesitações – o que se tem por garantido!!
O que mudamos ao longo da vida?
Novo momento de reflexão…
Mudamos de turma e de escola – É inevitável. Se não fosse assim, a Maria ainda usava bata branca e frequentava a Escola Primária de Santegãos. A Dona Amélia, castiça e brava professora primária, é que era capaz de já lá não estar!
Mudamos de amigos – Esta é traiçoeira. A Maria nunca mudou de amigos! Perdeu no percurso algumas pessoas que podiam vir a ser amigos! Os amigos têm sido conservados e cultivados ano após ano, e aos de sempre juntado novos! Será Maria a excepção que confirma regra? Há sempre uma excepção que confirma a regra.
Mudamos de namorado! – Nem vou entrar por aqui!!!
Mudamos de penteado! - Grande trauma das mulheres: ficar com um penteado que não gostam ou que não as favoreça ou que não lhes seja confortável!!! Desde que perdi o medo de mudar de visual nas idas ao cabeleireiro que me tenho dado muito bem com as experiências! Mudei de penteado: já não uso repas, nem tão pouco aquela pala que se aguentava apenas às custas de quilos de laca; também já não sou o Joãozinho da Momi Aurora! (o que ela sofreu e o universo masculino ao meu redor!!)
Mudamos de cor preferida – Pensava que era impossível! Blue was my colour!! Eternal love! Descobri que a vida tem uma palete imensa de cores e tons!! Uso e abuso delas!
Mudamos de casa – E fazemo-lo quando vamos para a faculdade longe de casa, ou vamos trabalhar longe da casa dos pais ou o namorado nos propõe começar algo em comum ou casamos (a minha preferida!). A questão fundamental é que lá mudamos!
Mudar envolve, necessariamente, capacidade de compreensão e adopção de práticas que concretizem o desejo de transformação.
Esta nova definição agora chama a atenção para algo: desejo!
Sim, acho que cheguei ao cerne da questão.
O desejo pode ser uma tensão em direcção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação.
Então o voo da mudança ocorre na sequência de desejo e esse sentimento surge porque vemos um dado fim como sendo fonte de satisfação.
Então, se quem não está bem se muda… e se para melhor se muda sempre, qual é o medo da Joaninha!?
Trauma de infância? Ou de adolescência? Terá o período de hibernação – em que estes espécimes se amontoam para se protegerem do frio – projectado tal sensação de conforto que o medo do desconhecido paralisa as asinhas frágeis que teimam em querer bater?
Talvez… mas numa coisa eu acredito. Eu, Maria um dia estarei cá para vos contar como foi a experiência do voo da Joaninha.
Mitos e Lendas pós-reflexão:
I: A joaninha também é conhecida por boas-novas ou em brasileiro por vaquinha. Em inglês, chamam-se ladybirds, ladybugs, ladycows, e beetles of Our Lady devido à crença de que foram dedicadas à Virgem Maria.
II: As joaninhas dão sorte. (esta lenda é mesmo a minha preferida!!)
III: Quando se encontra uma joaninha existe o hábito popular de a segurar nos dedos e dizer “Joaninha Voa Voa vai ter com o teu pai que está em Lisboa...”, com o significado de levar boas novas. A versão inglesa diz: Joaninha vai-te embora / Tens a casa a arder/ E os teus filhos a morrer e refere-se à antiga prática de queimar as hastes do lúpulo após as colheitas, hastes essas que serviam de casa a milhões de joaninhas.
Citação pós – reflexão:
Só é possível transformar-se na medida em que já se é – Friedrich Novalis
(a essência está lá sempre, acrescento eu, Maria)
Entrando no site da Wikipédia encontramos uma definição nada romântica do termo joaninha. Segundo os especialistas que construíram essa base de dados, joaninha é o nome popular de um insecto da família Coccinellidae.
E então, perguntarão vocês? O que é um coccinellidae?
Leio o resto da página e concluo que é necessária uma outra fonte.
Volto ao Google, e faço nova pesquisa.
Lá encontro a seguinte referência: As joaninhas fazem parte da ordem dos coleópteros (escaravelhos), a maior de todas as ordens de insectos, com mais de 300 mil espécies conhecidas. Nos climas mais temperados, há menos espécies, mas reproduzem-se em maior quantidade. Nos trópicos, passa-se o contrário: há mais espécies, mas menos indivíduos
Muito bom! Isto já está melhor!
E voar? É a dúvida que me assalta: será que elas voam?
Responde-me Carminho (consultora online de todos os temas de opinião e discussão): Maria, ela voa mas pouquinho porque o corpinho pesa!!! Faz apenas uma espécie de voo doméstico.
Fico a matutar!
Volto ao link anterior e descubro nova referência: Asas inferiores (para voar) ocultas por asas superiores, vermelhas com pintas.
Ora bem, se as miúdas têm asas porque não voam?
Bem, estarei a fazer confusão? Se calhar estou e a joaninha que eu conheço sofre de vertigens.
Segue-se um momento de diálogo interior e reflexão...
Concluo que a Joaninha em questão tem vertigens. Apesar de não perder uma oportunidade de desafiar essa condição em pequenos voos de teste (já andou no teleférico do Parque das Nações em Lisboa, no London Eye em Londres; viagens de avião também já experimentou; e até se meteu numa chamada Torre de muito metros de altura no Parque de diversões em Madrid).
Mas aquele voo... o tal, aquele que muda uma vida, ainda não o fez.
Alto: Mudança!!!! É isso…
Entro de novo na Wikipedia
Uma mudança ou transformação pressupõe uma alteração de um estado, modelo ou situação anterior, para um estado, modelo ou situação futuros, por razões inesperadas e incontroláveis, ou por razões planejadas e premeditadas.
Então, mudar é romper com o estabelecido, com a confortável e ilusória certeza de um amanhã previsível! É deixar para trás – sem receios, sem medos e sem hesitações – o que se tem por garantido!!
O que mudamos ao longo da vida?
Novo momento de reflexão…
Mudamos de turma e de escola – É inevitável. Se não fosse assim, a Maria ainda usava bata branca e frequentava a Escola Primária de Santegãos. A Dona Amélia, castiça e brava professora primária, é que era capaz de já lá não estar!
Mudamos de amigos – Esta é traiçoeira. A Maria nunca mudou de amigos! Perdeu no percurso algumas pessoas que podiam vir a ser amigos! Os amigos têm sido conservados e cultivados ano após ano, e aos de sempre juntado novos! Será Maria a excepção que confirma regra? Há sempre uma excepção que confirma a regra.
Mudamos de namorado! – Nem vou entrar por aqui!!!
Mudamos de penteado! - Grande trauma das mulheres: ficar com um penteado que não gostam ou que não as favoreça ou que não lhes seja confortável!!! Desde que perdi o medo de mudar de visual nas idas ao cabeleireiro que me tenho dado muito bem com as experiências! Mudei de penteado: já não uso repas, nem tão pouco aquela pala que se aguentava apenas às custas de quilos de laca; também já não sou o Joãozinho da Momi Aurora! (o que ela sofreu e o universo masculino ao meu redor!!)
Mudamos de cor preferida – Pensava que era impossível! Blue was my colour!! Eternal love! Descobri que a vida tem uma palete imensa de cores e tons!! Uso e abuso delas!
Mudamos de casa – E fazemo-lo quando vamos para a faculdade longe de casa, ou vamos trabalhar longe da casa dos pais ou o namorado nos propõe começar algo em comum ou casamos (a minha preferida!). A questão fundamental é que lá mudamos!
Mudar envolve, necessariamente, capacidade de compreensão e adopção de práticas que concretizem o desejo de transformação.
Esta nova definição agora chama a atenção para algo: desejo!
Sim, acho que cheguei ao cerne da questão.
O desejo pode ser uma tensão em direcção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação.
Então o voo da mudança ocorre na sequência de desejo e esse sentimento surge porque vemos um dado fim como sendo fonte de satisfação.
Então, se quem não está bem se muda… e se para melhor se muda sempre, qual é o medo da Joaninha!?
Trauma de infância? Ou de adolescência? Terá o período de hibernação – em que estes espécimes se amontoam para se protegerem do frio – projectado tal sensação de conforto que o medo do desconhecido paralisa as asinhas frágeis que teimam em querer bater?
Talvez… mas numa coisa eu acredito. Eu, Maria um dia estarei cá para vos contar como foi a experiência do voo da Joaninha.
Mitos e Lendas pós-reflexão:
I: A joaninha também é conhecida por boas-novas ou em brasileiro por vaquinha. Em inglês, chamam-se ladybirds, ladybugs, ladycows, e beetles of Our Lady devido à crença de que foram dedicadas à Virgem Maria.
II: As joaninhas dão sorte. (esta lenda é mesmo a minha preferida!!)
III: Quando se encontra uma joaninha existe o hábito popular de a segurar nos dedos e dizer “Joaninha Voa Voa vai ter com o teu pai que está em Lisboa...”, com o significado de levar boas novas. A versão inglesa diz: Joaninha vai-te embora / Tens a casa a arder/ E os teus filhos a morrer e refere-se à antiga prática de queimar as hastes do lúpulo após as colheitas, hastes essas que serviam de casa a milhões de joaninhas.
Citação pós – reflexão:
Só é possível transformar-se na medida em que já se é – Friedrich Novalis
(a essência está lá sempre, acrescento eu, Maria)
terça-feira, outubro 31, 2006
Face Lift
«Muda-te que Deus ajuda-te!», quem o diz é a sabedoria popular e eu concordo.
Esta é uma proposta de mudança de visual do Bacalhau.
As vozes opinativas devem portanto erguer-se e votar se esta mudança é para melhor ou para pior.
Sejam interventivos...
P.S. Para que isto não fiquem em 'aguas de bacalhau' decidimos (me, myself and I, portantos, 3 pessoas) que para a votação ser significativa e imperiosa, terão que existir pelo menos 4 comentários votantes. Eu votarei desta vez, usando só o I, para contar como uma).
Esta é uma proposta de mudança de visual do Bacalhau.
As vozes opinativas devem portanto erguer-se e votar se esta mudança é para melhor ou para pior.
Sejam interventivos...
P.S. Para que isto não fiquem em 'aguas de bacalhau' decidimos (me, myself and I, portantos, 3 pessoas) que para a votação ser significativa e imperiosa, terão que existir pelo menos 4 comentários votantes. Eu votarei desta vez, usando só o I, para contar como uma).
Hallo & Ween
Era uma vez duas aboborinhas: a Hallo e a Ween.
A aboborinha Hallo era pequenina, redondinha, laranjinha. Por seu turno, a Ween era uma abóbora crescida e com um tom laranja mais carregado. Viviam num canteiro de um quintal e estavam a amadurecer.
A Hallo e a Ween eram as melhores amigas. Tão ligadas eram que parecia que uma adivinhava o que ia na cabeça da outra.
Até que um dia veio uma mulher malvada, pegou nas duas aboborinhas e zás! Cortou o talo que as ligava entre si.
- Hallo!!! – gritou Ween.
- Ween!!! – gritou por sua vez Hallo.
Cada uma ia debaixo dos braços da malvada mulher, de nariz com verrugas e de cabelos compridos grisalhos.
Já dentro de casa da mulher, as aboborinhas assustadas já não mais conseguiam adivinhar o que ia na cabecinha da outra. Estavam com medo.
Apareceu então uma criança. A velha da verruga deu-lhe uma tarefa.
Com um canivete a criança pegou em Ween e começou a fazer-lhe cortes. Retirou todas as sementes de Ween e quando terminou de lhe dar golpes, olhou para Ween e disse, com ar satisfeito: Já está!!
Completamente petrificada, Hallo não conseguia mais pensar. E num zás-trás a pobre teve o mesmo tratamento dado a Ween.
Depois disso, ainda não satisfeitos, veio a mulher malvada da verruga e do cabelo cinzento e pegou em Ween e Hallo.
Pegou em cada uma delas e colocou-as em cima do parapeito da janela da sala. Depois, acendeu duas velas, que colocou no interior de Ween e de Hallo. Quem passasse podia ver duas abóboras que tentavam criar a ilusão de cabeças sorridentes...
Pronto, já está! Agora vou aproveitar as sementes e fazer um doce de abóbora.- murmurou a malvada.
Quis dar um novo sentido à expressão "cabeça de abóbora". A vida tem destas coisas...
A aboborinha Hallo era pequenina, redondinha, laranjinha. Por seu turno, a Ween era uma abóbora crescida e com um tom laranja mais carregado. Viviam num canteiro de um quintal e estavam a amadurecer.
A Hallo e a Ween eram as melhores amigas. Tão ligadas eram que parecia que uma adivinhava o que ia na cabeça da outra.
Até que um dia veio uma mulher malvada, pegou nas duas aboborinhas e zás! Cortou o talo que as ligava entre si.
- Hallo!!! – gritou Ween.
- Ween!!! – gritou por sua vez Hallo.
Cada uma ia debaixo dos braços da malvada mulher, de nariz com verrugas e de cabelos compridos grisalhos.
Já dentro de casa da mulher, as aboborinhas assustadas já não mais conseguiam adivinhar o que ia na cabecinha da outra. Estavam com medo.
Apareceu então uma criança. A velha da verruga deu-lhe uma tarefa.
Com um canivete a criança pegou em Ween e começou a fazer-lhe cortes. Retirou todas as sementes de Ween e quando terminou de lhe dar golpes, olhou para Ween e disse, com ar satisfeito: Já está!!
Completamente petrificada, Hallo não conseguia mais pensar. E num zás-trás a pobre teve o mesmo tratamento dado a Ween.
Depois disso, ainda não satisfeitos, veio a mulher malvada da verruga e do cabelo cinzento e pegou em Ween e Hallo.
Pegou em cada uma delas e colocou-as em cima do parapeito da janela da sala. Depois, acendeu duas velas, que colocou no interior de Ween e de Hallo. Quem passasse podia ver duas abóboras que tentavam criar a ilusão de cabeças sorridentes...
Pronto, já está! Agora vou aproveitar as sementes e fazer um doce de abóbora.- murmurou a malvada.
Quis dar um novo sentido à expressão "cabeça de abóbora". A vida tem destas coisas...
segunda-feira, outubro 30, 2006
Força da Natureza
(um texto para escutar com a musiquinha...)
Pensava eu que tudo estaria no fim e eis-me de volta ao início. A vida dá muitas voltas – assim mo dizem, mas eu não quero voltas nenhumas. Não preciso delas. Quero seguir em frente, romper com ontem, com anteontem, e até com todos os dias que evoquem laivos deste passado que me corroeu até não mais poder.
E agora estou neste impasse e odeio isto. Sinto raiva pela situação mais ainda por mim, pela minha incapacidade de avançar. Sou uma ave com medo das alturas, um pássaro com vertigens!
Levanto daqui a dias voo para lá, para a Terra prometida, para onde os meus sonhos mais secretos espreitam a cada esquina, onde me sinto mais em casa no meio da mais povoada praça do que no velho sofá da minha própria casa, o meu suposto lar.
Sinto orgulho de mim, das minhas conquistas aos olhos de muitos tão pequenas, ao meus olhos enormes. Só aos meus olhos interessa a análise. Na rua, no trabalho, ninguém escuta o barulho que vai na minha mente. As vozes que gritam ideias. Ideias que querem saltar para a vida, para a prática. O que me impede?
Toda eu sou barulho ultimamente. O silêncio que fui, esse já era. Foi. Alguns pensam, ingenuamente, que ainda sou noite escura, quando agora sou noite, dia, avassaladoramente luminosa e cheia de vozes, ecos, sons que se misturam, que gritam, que riem, que choram, que murmuram e que, por vezes, gemem...
Vou algumas vezes abaixo, é certo, mas logo me levanto. Ergo-me nas dificuldades com o peito cheio de vontade de conquistar mais e mais deste mundo, da vida!
Engulo o tempo antes que ele me engula a mim. Eu quero dominar o tempo, quero controlar o rumo. Quero e vou conseguir, é uma questão de tempo! E se esse tempo teimar em demorar, eu mesma vou tratar de me antecipar! Eu sou assim: determinada, arrojada!
Por vezes, carente, por vezes vou abaixo, mas nesses golpes torno-me mais forte ainda! Sinto-me invencível.
Poucos sabem no que me tornei. Aqueles que me conhecem nunca gostaram tanto de mim como agora - Eu nunca gostei tanto de mim como agora.
Apenas ainda não consigo voar para mais longe. Mas o apenas vai ceder, eu sei.
Sou como uma ave que aprendeu há pouco tempo a aguentar-se pelas próprias pernas. Já sou forte no passo, já caminho para onde quero, como quero e quando quero.
Sou egoísta e narcisista? Talvez, pensem de mim o que quiserem; apenas alguns conseguem decifrar o que sou. Sou um coração grande que pulsa por aqueles que o merecem ouvir pulsar. Sou o que sou e nada é por acaso. Eu estou aqui para uma grande batalha, para uma grande conquista.
Quando levantar asas e voar para lá longe, para Casa, lá adiante, a vida nunca mais dará voltas, a menos que eu queira e não me parece...
Pensava eu que tudo estaria no fim e eis-me de volta ao início. A vida dá muitas voltas – assim mo dizem, mas eu não quero voltas nenhumas. Não preciso delas. Quero seguir em frente, romper com ontem, com anteontem, e até com todos os dias que evoquem laivos deste passado que me corroeu até não mais poder.
E agora estou neste impasse e odeio isto. Sinto raiva pela situação mais ainda por mim, pela minha incapacidade de avançar. Sou uma ave com medo das alturas, um pássaro com vertigens!
Levanto daqui a dias voo para lá, para a Terra prometida, para onde os meus sonhos mais secretos espreitam a cada esquina, onde me sinto mais em casa no meio da mais povoada praça do que no velho sofá da minha própria casa, o meu suposto lar.
Sinto orgulho de mim, das minhas conquistas aos olhos de muitos tão pequenas, ao meus olhos enormes. Só aos meus olhos interessa a análise. Na rua, no trabalho, ninguém escuta o barulho que vai na minha mente. As vozes que gritam ideias. Ideias que querem saltar para a vida, para a prática. O que me impede?
Toda eu sou barulho ultimamente. O silêncio que fui, esse já era. Foi. Alguns pensam, ingenuamente, que ainda sou noite escura, quando agora sou noite, dia, avassaladoramente luminosa e cheia de vozes, ecos, sons que se misturam, que gritam, que riem, que choram, que murmuram e que, por vezes, gemem...
Vou algumas vezes abaixo, é certo, mas logo me levanto. Ergo-me nas dificuldades com o peito cheio de vontade de conquistar mais e mais deste mundo, da vida!
Engulo o tempo antes que ele me engula a mim. Eu quero dominar o tempo, quero controlar o rumo. Quero e vou conseguir, é uma questão de tempo! E se esse tempo teimar em demorar, eu mesma vou tratar de me antecipar! Eu sou assim: determinada, arrojada!
Por vezes, carente, por vezes vou abaixo, mas nesses golpes torno-me mais forte ainda! Sinto-me invencível.
Poucos sabem no que me tornei. Aqueles que me conhecem nunca gostaram tanto de mim como agora - Eu nunca gostei tanto de mim como agora.
Apenas ainda não consigo voar para mais longe. Mas o apenas vai ceder, eu sei.
Sou como uma ave que aprendeu há pouco tempo a aguentar-se pelas próprias pernas. Já sou forte no passo, já caminho para onde quero, como quero e quando quero.
Sou egoísta e narcisista? Talvez, pensem de mim o que quiserem; apenas alguns conseguem decifrar o que sou. Sou um coração grande que pulsa por aqueles que o merecem ouvir pulsar. Sou o que sou e nada é por acaso. Eu estou aqui para uma grande batalha, para uma grande conquista.
Quando levantar asas e voar para lá longe, para Casa, lá adiante, a vida nunca mais dará voltas, a menos que eu queira e não me parece...
Pózinhos de pirilimpimpim...

Conta-nos uma história; Uma história, essa é das difíceis acho que não iam gostar de nenhuma das que tenho para contar. Então, e porque dizes isso? Não têm príncipes nem princesas, nem fadas nem castelos,..., melhor não.
Oh vá lá; Não insistam ia ser pior para vocês e tirem essas carinhas de tristeza que me deixam triste também.
Não resisti ao pedido, à profundeza dos olhos de amêndoa e dos olhos com pingos esverdeados de azeitona.
Afinal tinha uma história com princesinhas e com fadas. Era uma vez...
Contei-lhes a história do nascimento de cada uma delas e de como esse acontecimento devolveu a magia à minha vida.
quarta-feira, outubro 25, 2006
O sexo dos anjos
E no meio do vento que teimava em levantar cabelos, casacos e virar guarda-chuvas, lá cheguei ao local da apresentação do estudo. O edifício, fantástico pela sua localização – mesmo em frente ao rio, era beijado pelas luzes da marginal do Douro, e rodeado de história, de vidas, vozes que vinham das janelas. Bela escolha de local, pensei.
Lá dentro, em contraste com o reboliço do vento que se vivia lá fora, tudo estava preparado para que o trabalho complexo de mais de um ano fosse apresentado de forma eficiente. Afinal, uma iniciativa destas deveria ser bem tratada, acarinhada. Tratava-se de um estudo, uma caracterização sócio-demográfica dos utentes de 3 centros sociais da zona histórica dessa cidade maravilha, o Porto, para além da caracterização dos agentes económicos que nela operavam. Assim, tudo estava a postos. Na mesa de oradores, o representante de duas das freguesias em destaque, os presidentes de junta destas, o coordenador no projecto e a responsável pelo estudo, a socióloga.
Na plateia era possível ver habitantes das freguesias, alguns (poucos, pouquíssimos) empresários, funcionários dos centros sociais, amigos, conhecidos. Os vidros batiam nos caixilhos, como se o vento gritasse lá fora “também quero entrar!”. Estava-se bem ali dentro.
Chegada a hora, foi iniciada a apresentação, com direito a discurso formal, carregado de intervenção social. E, a seu tempo, a socióloga lá começou a falar. Expôs os resultados do estudo de forma serena, profissional, com a sua voz ritmada e agradável. Percebemos que a zona história tem actores fascinantes, que as vidas não se cingem aos números, que as pessoas sabem o que querem e têm voz, se as deixarem falar.
Durante a apresentação, os que assistiam teciam pequenos comentários aos resultados que eram referidos, umas vezes com sorrisos, outras vezes com alguma angústia. Acontece que lá pelo meio, uma voz, algures atrás de mim, começava a fazer-se ouvir cada vez mais. Algo se passava. Alguém estava descontente… Mas a socióloga continuava a sua apresentação, referia as diferenças entre as freguesias em termos de distribuição etária, distribuição de géneros, escolaridade, necessidades referidas, apontava os pontos mais interessantes. E a voz atrás de mim elevava-se cada vez mais…
Culminou esta exaltação anónima exactamente quando os resultados foram todos apresentados e se pretendia iniciar a discussão dos mesmos com a plateia. Um senhor tratou então de interromper o coordenador nos seus comentários reclamando de forma exuberante: “Estou como braço no ar há muito tempo, senhor! Quero falar! Vocês dizem aí essas coisas e depois não nos deixam falar!”. Os olhares, inicialmente tímidos depois evidentes, começaram a vaguear pela sala… e depois lá o vimos. Estava nervoso. Agitado. Parecia zangado. E não adiantou de muito na mesa de oradores tentarem explicar que iria ter espaço para expor as suas dúvidas já a seguir. O agitador de consciências estava mesmo aborrecido traduzindo a sua exaltação com gestos amplos, também devido ao efeito do álcool, a voz cada vez mais alta – “Vamos ter chatices! Isto vai dar que faltar, vai…! A menina pensa que pode vir para aqui, dizer o que disse, e depois ficar tudo bem?! Isto vai dar chatices, vai…”.
Lá dentro, em contraste com o reboliço do vento que se vivia lá fora, tudo estava preparado para que o trabalho complexo de mais de um ano fosse apresentado de forma eficiente. Afinal, uma iniciativa destas deveria ser bem tratada, acarinhada. Tratava-se de um estudo, uma caracterização sócio-demográfica dos utentes de 3 centros sociais da zona histórica dessa cidade maravilha, o Porto, para além da caracterização dos agentes económicos que nela operavam. Assim, tudo estava a postos. Na mesa de oradores, o representante de duas das freguesias em destaque, os presidentes de junta destas, o coordenador no projecto e a responsável pelo estudo, a socióloga.
Na plateia era possível ver habitantes das freguesias, alguns (poucos, pouquíssimos) empresários, funcionários dos centros sociais, amigos, conhecidos. Os vidros batiam nos caixilhos, como se o vento gritasse lá fora “também quero entrar!”. Estava-se bem ali dentro.
Chegada a hora, foi iniciada a apresentação, com direito a discurso formal, carregado de intervenção social. E, a seu tempo, a socióloga lá começou a falar. Expôs os resultados do estudo de forma serena, profissional, com a sua voz ritmada e agradável. Percebemos que a zona história tem actores fascinantes, que as vidas não se cingem aos números, que as pessoas sabem o que querem e têm voz, se as deixarem falar.
Durante a apresentação, os que assistiam teciam pequenos comentários aos resultados que eram referidos, umas vezes com sorrisos, outras vezes com alguma angústia. Acontece que lá pelo meio, uma voz, algures atrás de mim, começava a fazer-se ouvir cada vez mais. Algo se passava. Alguém estava descontente… Mas a socióloga continuava a sua apresentação, referia as diferenças entre as freguesias em termos de distribuição etária, distribuição de géneros, escolaridade, necessidades referidas, apontava os pontos mais interessantes. E a voz atrás de mim elevava-se cada vez mais…
Culminou esta exaltação anónima exactamente quando os resultados foram todos apresentados e se pretendia iniciar a discussão dos mesmos com a plateia. Um senhor tratou então de interromper o coordenador nos seus comentários reclamando de forma exuberante: “Estou como braço no ar há muito tempo, senhor! Quero falar! Vocês dizem aí essas coisas e depois não nos deixam falar!”. Os olhares, inicialmente tímidos depois evidentes, começaram a vaguear pela sala… e depois lá o vimos. Estava nervoso. Agitado. Parecia zangado. E não adiantou de muito na mesa de oradores tentarem explicar que iria ter espaço para expor as suas dúvidas já a seguir. O agitador de consciências estava mesmo aborrecido traduzindo a sua exaltação com gestos amplos, também devido ao efeito do álcool, a voz cada vez mais alta – “Vamos ter chatices! Isto vai dar que faltar, vai…! A menina pensa que pode vir para aqui, dizer o que disse, e depois ficar tudo bem?! Isto vai dar chatices, vai…”.
Nesta altura, a socióloga lançava olhares interrogativos para as pessoas na mesa e para as suas “âncoras” na plateia. Que raio se estaria a passar? E lá tentou demonstrar que estava disposta a esclarecer a dúvida que causava tanta agitação deste senhor. Por mim, pensei que, de certeza, o senhor estava zangado com o facto de se ter referido que as pessoas interpeladas no estudo tinham maioritariamente escolaridade baixa e pouca qualificação profissional. Era natural esta indignação, não se deveria tomar o todo pelas partes. E tratei de acenar em sinal de compreensão para com a socióloga, como que a dizer “tem calma, o homem está zangado com a vida”.
E eis senão quando o homem decide levantar-se (cambaleando….), e no meio da agitação e do burburinho que se fazia ouvir na sala atira para a mesa: “A menina vem para aqui dizer que há mais sexo na Vitória do que em S. Nicolau?! Mais sexo na vitória?!”.
O burburinho parou e a estupefacção deu progressivamente lugar a risos abafados e olhos arregalados. “Mais sexo na Vitória…”. Na mesa, uns apoiavam a cabeça nas mãos, escondendo o riso teimoso. Outros olhavam o senhor com alguma pena, e outros tentavam acalmá-lo. “Tenha calma homem, não se zangue.”. E não adiantou de nada explicar-lhe que o que havia a mais na Vitória era o sexo feminino, em relação ao sexo masculino. Ele estava amuado. Alguém o segurava e tentava amaciar oferecendo um dos CDs para levar com o estudo, outro alguém propunha-lhe que fosse embora porque estava bêbado, e nós olhávamo-nos e sorriamos com tamanha surpresa.
Dirigindo-se para a saída, parou por momentos em silêncio. Olhou para o chão um segundo, como que ponderando. E aí deve ter percebido a situação. Levantou o olhar para a mesa e explicou: “Eu vou embora, que eu já estou alterado! Falou muito bem menina!”. Saiu.
Falou muito bem sim senhor, a menina socióloga. Fiquei orgulhosa. E acho, cada vez mais quando relembro esta situação, que a vida pode ser fantástica. Este momento, que na hora pareceu ridículo e escusado, serviu para compreender que é preciso ter maturidade para se lidar com uma situação destas quando se está lá em cima na mesa. E que, quando menos se espera, somos confrontados com situações fabulosas de tão hilariantes como esta. Como dizia alguém a quem contava esta situação, parece mesmo que os Gato Fedorento fizeram das suas dentro desta sala.
A caminho de casa dei por mim a pensar o porquê de tanta exaltação. O efeito do álcool não desculpava tudo… De facto, classificar a quantidade e qualidade da actividade sexual entre freguesias não seria correcto. E depois ocorreu-me que fiquei sem saber de que freguesia era o senhor. Seria da freguesia campeã?
(Parabéns Missy. Foi um trabalho fantástico.)
Sun under the rain

Apeteceu-me cantar um medley honra à chuva, por isso:
I’ m singing in the rain, just singing in the rain ... (quer dizer, não é bem bem à chuva...)
... Rain drops keep falling on my head... (e é mesmo algo desconfortável e que me causa arrepios!)
IT’S RAINING (MEN) Hallelujah!! Amen . I'm gonna go out, I'm gonna let myself get, (isso já não sei, mas sei que estou toda molhada depois de um carro ter pisado uma poça que me encharcou todinha ...)
Melhor é ficar abrigadinha....
terça-feira, outubro 24, 2006
À Amiga

Seria para sempre que tudo iria durar? Ou seria, como antes fora tantas vezes, passageiro? Breve como a passagem do frio deste Inverno?
Quanto tempo dura o para sempre? Quantos dias, quantos meses, anos e estações?
Seria justo assumir o compromisso do para sempre, sabendo que não estava na posse de todos os elementos, como por exemplo, a exacta duração desse tempo? E se algo corresse mal? Se a breve passagem do frio de um Inverno mais lá adiante, ou quem sabe mesmo do próximo esfriasse, congelasse aquela certeza?
E se a certeza se auto-questionasse, colocando dessa forma, tudo em questionamento, em dúvida?
Quais os pilares da sustentação? Seriam fortes, resistentes o suficiente? Cederiam com
os ventos, aguentar-se-iam com a erosão natural da passagem do tempo? Ou pelo contrário, contrariariam as leis da natureza e fortalecer-se-iam com as adversidades da natureza e da vida? As primeiras pedras haviam sido lançadas quando já bem antes, os alicerces estavam sólidos. Seriam os alicerces mais importantes do que os pilares?
Mesmo se estes se desmoronassem o importante é que a estrutura, a base se mantinha inabalável?
Aguentaria o espelho o mesmo reflexo por tanto tempo? E se este aguentasse, aguentaria a mente contemplar a evolução da imagem devolvida?
Para sempre é muito tempo, dizem-nos. Temos vontade em percepcionar o todo, em avistar a meta, o fim, para sabermos se somos capazes de lá chegar. Coragem, medo, prudência, ambição, curiosidade...desculpas para tentarmos obter as respostas àquilo que se impõe a dado momento como essencial.
E o essencial, esse que agora nos engole, poderá ser um dia acessório? Claro que sim, advogam os defensores da constante mutação de todas as coisas. Claro que não, afirmam os que acreditam na estabilidade, no continuum, no estabelecer do equilibrium.
O que é hoje não muda da noite para o dia. Há leis eternas que regulam o aparente caos...
Será o tudo assim tão importante, ou o essencial é relativizar e deixando que o para sempre se construa no dia a dia que se vive à máxima intensidade? Cada dia não será o tijolo do castelo que é o para sempre?
Acho que sim...Talvez...A água continua a escorrer pelos meus dedos, apesar da força com que os cerro. Mas isso não me impede de matar a sede.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Fica comigo esta noite...
Este é o título do livro que li este fim de semana. A autora é a Inês Pedrosa.
Já tinha lido o «Fazes-me Falta» dela e estava com altas expectativas face a este livro. Estava com saudades de ler um livro com um registo intimista e por isso gostei muito do que li. Ao todo, uma dúzia de contos, alguns em discurso directo, apresentam-nos pessoas comuns que podiam ser nossos vizinhos, colegas, familiares ou talvez nós mesmos. Senti humanidade no que li, senti uma sensibilidade grandiosa no uso das palavras. Há muitas metáforas nos contos, mas por vezes o simbolismo toca o que o realismo não consegue alcançar. Gostei verdadeiramente. De uns mais do que de outros. Por isso, senti esta necessidade de partilhar esta coisa boa, esta companhia numa tarde já fria e chuvosa.
Deixo aqui algumas coisas que me tocaram...entre outras:
«...Vejo-te mas não te conheço ainda, quero conhecer-te mas não sei que palavras inventar para te puxar para a minha vida.
Junto de ti descobri, de repente, a alegria que trazia escondida numa cave no coração. Deixei de ter caves e sotãos dentro de mim, corredores escuros onde o vento do medo uivava. Nunca mais fui assombrado pelas roucas marés da infância.
Todo o amor é uma prisão, minha querida, uma prisão inventada por nós contra a escancarada brutalidade da vida.
A tua ideia de amor é essa - a instrução para a sobrevivência.
Todo o Amor »
« Não me diga que a beleza está nos olhos de quem a vês, porque não é verdade. A beleza está é no coração de quem a sente...
Conversa de Café »
E pronto... Boa semana.
Já tinha lido o «Fazes-me Falta» dela e estava com altas expectativas face a este livro. Estava com saudades de ler um livro com um registo intimista e por isso gostei muito do que li. Ao todo, uma dúzia de contos, alguns em discurso directo, apresentam-nos pessoas comuns que podiam ser nossos vizinhos, colegas, familiares ou talvez nós mesmos. Senti humanidade no que li, senti uma sensibilidade grandiosa no uso das palavras. Há muitas metáforas nos contos, mas por vezes o simbolismo toca o que o realismo não consegue alcançar. Gostei verdadeiramente. De uns mais do que de outros. Por isso, senti esta necessidade de partilhar esta coisa boa, esta companhia numa tarde já fria e chuvosa.
Deixo aqui algumas coisas que me tocaram...entre outras:
«...Vejo-te mas não te conheço ainda, quero conhecer-te mas não sei que palavras inventar para te puxar para a minha vida.
Junto de ti descobri, de repente, a alegria que trazia escondida numa cave no coração. Deixei de ter caves e sotãos dentro de mim, corredores escuros onde o vento do medo uivava. Nunca mais fui assombrado pelas roucas marés da infância.
Todo o amor é uma prisão, minha querida, uma prisão inventada por nós contra a escancarada brutalidade da vida.
A tua ideia de amor é essa - a instrução para a sobrevivência.
Todo o Amor »
« Não me diga que a beleza está nos olhos de quem a vês, porque não é verdade. A beleza está é no coração de quem a sente...
Conversa de Café »
E pronto... Boa semana.
sábado, outubro 21, 2006
E de repente...
Durante um directo, a repórter aborda Aznar questionando-o sobre o problema do país Basco. Ele escrevinha algo importante num papel, termina a tarefa e, começando a esboçar um sorriso, trata de lhe enfiar a caneta pelo decote abaixo. Continua o seu caminho, não dizendo palavra, e não sem antes lhe lançar um sorriso assumido e cúmplice.
Ela reage voltando – se para a câmara, demonstrando a sua consternação. Não sabe que fazer, que dizer…
Também fiquei assim e não tive uma caneta pelo decote abaixo de forma inesperada… mas depois dei por mim a pensar: o que levou este homem a fazer isto? O que lhe passou pela cabeça?
E depois percebi. Dei por mim a sorrir como ele. Genial senhor Aznar! Admirável essa sua capacidade de clarificar prioridades. Como quando estamos tão cansados de alguma coisa, quando um problema nos parece maior que o mundo, e estamos fartos das perguntas que constantemente nos fazem. Nessa altura, ser capaz de fazer algo assim, capaz de desviar a atenção do interlocutor para algo que, naquele momento, lhe parece muito mais importante e interessante.
Não sei se ele lhe deveria, politicamente, responder à pergunta enquanto representante de um Governo, se ela o provocou despropositadamente, enfim, não sei o grau de razão em ambas as partes. O que sei é que este gesto me vai ficar na memória pela sua espontaneidade, pela sua traquinice. Aznar pareceu gritar nesse segundo de loucura: “Não quero! Não faço. Eu posso!”.
Compreendo o despeito (ups… piada fácil…) da repórter no momento. Os movimentos feministas estão ao rubro. Gritam a plenos pulmões: “Se fosse um jornalista ele não reagiria assim!”. Dá vontade de lhes enfiar a todas uma caneta pelos decotes abaixo…
Agora, à distância do tempo, só me ocorre que, se fosse comigo, gostaria de ser também capaz de lhe responder à altura. Voltar-me-ia para a câmara e diria: “Aznar responde assim simbolicamente: a caneta é mais forte que a espada.” Daqui é tudo.
Durante um directo, a repórter aborda Aznar questionando-o sobre o problema do país Basco. Ele escrevinha algo importante num papel, termina a tarefa e, começando a esboçar um sorriso, trata de lhe enfiar a caneta pelo decote abaixo. Continua o seu caminho, não dizendo palavra, e não sem antes lhe lançar um sorriso assumido e cúmplice.
Ela reage voltando – se para a câmara, demonstrando a sua consternação. Não sabe que fazer, que dizer…
Também fiquei assim e não tive uma caneta pelo decote abaixo de forma inesperada… mas depois dei por mim a pensar: o que levou este homem a fazer isto? O que lhe passou pela cabeça?
E depois percebi. Dei por mim a sorrir como ele. Genial senhor Aznar! Admirável essa sua capacidade de clarificar prioridades. Como quando estamos tão cansados de alguma coisa, quando um problema nos parece maior que o mundo, e estamos fartos das perguntas que constantemente nos fazem. Nessa altura, ser capaz de fazer algo assim, capaz de desviar a atenção do interlocutor para algo que, naquele momento, lhe parece muito mais importante e interessante.
Não sei se ele lhe deveria, politicamente, responder à pergunta enquanto representante de um Governo, se ela o provocou despropositadamente, enfim, não sei o grau de razão em ambas as partes. O que sei é que este gesto me vai ficar na memória pela sua espontaneidade, pela sua traquinice. Aznar pareceu gritar nesse segundo de loucura: “Não quero! Não faço. Eu posso!”.
Compreendo o despeito (ups… piada fácil…) da repórter no momento. Os movimentos feministas estão ao rubro. Gritam a plenos pulmões: “Se fosse um jornalista ele não reagiria assim!”. Dá vontade de lhes enfiar a todas uma caneta pelos decotes abaixo…
Agora, à distância do tempo, só me ocorre que, se fosse comigo, gostaria de ser também capaz de lhe responder à altura. Voltar-me-ia para a câmara e diria: “Aznar responde assim simbolicamente: a caneta é mais forte que a espada.” Daqui é tudo.
quinta-feira, outubro 19, 2006
Chocolate
Com o passar da idade, supostamente pensara eu, desapareceria este desejo estranho, dependência, aliás, por chocolate.
Chocolate branco, preto, com amêndoas, em gelado, em barras, em forma de pirâmide encrostado com pepitas de mel, bebível ou duro como uma casca de noz.
Certa noite primaveril, combináramos ir até uma esplanada de praia. O cheiro a mar e a renovação de todas as coisas da natureza tornavam este lugar mais apetecível nessa altura do ano. Era tempo de começar a sair, de largar a toca de abrigo invernal!
Seria sentimento generalizado a julgar pela dificuldade em encontrar uma simples mesa para nos sentarmos, mas após uma breve espera, instalamo-nos confortavelmente naquelas velhas e já intimas cadeiras forradas com tecido em azul carregado. Em redor, a sensação de conforto caseiro e até rústico era causada pela estrutura em madeira e pelos acabamentos artesanais que permaneciam à vista de todos, desde o fatal incêndio que consumira, certa vez, este lugar.
Como já era habitual, havia o burburinho de conversas soltas no ar, umas mais efusivas, com risos estridentes, outras mais comedidas, acompanhadas de olhares cúmplices e de carícias manifestas.
Enquanto isso, as raparigas que serviam às mesas esforçavam-se por ser rápidas e eficientes, ao mesmo tempo que percorriam cautelosamente e de bandeja na mão, os corredores labirínticos causados pelo excesso de gente em tão pequeno espaço.
Ao solicitar-me o pedido, dei por mim a pedir-lhe algo com chocolate ao que, prontamente, me sugeriu um chocolate quente.
“É isso mesmo que me apetece!”,
pensei. Assim pedi e, prontamente, uma caneca se apresentou na minha mesa. O líquido, espesso e escuro, largava um pequeno suspiro de ar quente. Apesar de mais amena do que o habitual, a brisa nocturna era fresca.
As conversas que eram atiradas para a mesa eram descontraídas e interessantes, como aliás, sempre acontece entre amigas de há tanto tempo, apesar de muitas vezes não existir propriamente novidades, muitas vezes sabe bem só o facto de recordar acontecimentos, comportamentos, atitudes. Deve ser isso a amizade, afinal de contas – uma grande manta artesanal construída com retalhos nosso e de cada um dos nossos amigos. Apesar dos retalhos serem confeccionados pelas mãos de cada um, o todo que constitui a manta é-nos familiar. As lembranças partilhadas não serão mais do que a troca de palavras entre as diferentes tricotadoras (!) dos retalhos. Os pontos dados são semelhantes, mas os acabamentos, os remates e até os remendos são únicos. As verdadeiras tricotadeiras de uma mesma manta reconhecem bem os pontos dados por cada uma – reconhecem cada erro, apreciam a perfeição e entendem os defeitos. Por vezes, ajudam a corrigi-los.
E era assim que sucedia. Das histórias da faculdade, passávamos para as do trabalho; dessas, para as da primária, para as do dia de ontem…
Escutava e falava, entremeando saborosos goles do meu chocolate quente. Denso, suave, aconchegante e doce como aquelas conversas.
O fim da bebida coincidia com o fim daquela noite. Estava na hora de voltar a casa. O sono fazia-se sentir e os olhos pesavam.
Saímos e metemo-nos no carro.
Pelo caminho, alguém comentou comigo que o meu chocolate quente tinha um óptimo aspecto mas que nunca se atreveria a tomar um por receio de uma reacção alérgica.
Respondi que, de facto, estava delicioso. E pensei:
“ o que seria de mim se não pudesse saborear, cheirar um chocolate sempre que me apetecesse?”
Afinal de contas, não era tão disparatado considerar que o chocolate era parte integrante da minha vida e pensei que quase diariamente, ingeria algo que tivesse nem que fosse uma pequeníssima porção deste elemento de dependência.
Sem esforço e num curto espaço de tempo, atravessaram-me a mente imagens de mim a saborear chocolate: no Natal, enquanto embrulhava os presentes e os dispunha por baixo da árvore, na minha festa de 6º aniversário, enquanto comia os smarties que davam colorido à coleira do meu bolo com a forma de um Snoopie, no cinema ao lado de um amigo especial, em forma de gelado em copo, sozinha a ler o livro “os Maias” em que a voracidade aumentava com a expectativa criada pelo avançar do romance…, na decepção de terminar uma história que imaginara ser feliz…
Em todos esses momentos, ele estava lá – o chocolate.
Ao sair do carro, abri o portão, rodei a chave e entrei em pezinhos de lã no meu quarto.
E, palavra de honra, nessa noite, sonhei que estava a saborear um chocolate. E soube-me muito bem!

Com o passar da idade, supostamente, pensara eu.
Mais um quadrado …
Chocolate branco, preto, com amêndoas, em gelado, em barras, em forma de pirâmide encrostado com pepitas de mel, bebível ou duro como uma casca de noz.
Certa noite primaveril, combináramos ir até uma esplanada de praia. O cheiro a mar e a renovação de todas as coisas da natureza tornavam este lugar mais apetecível nessa altura do ano. Era tempo de começar a sair, de largar a toca de abrigo invernal!
Seria sentimento generalizado a julgar pela dificuldade em encontrar uma simples mesa para nos sentarmos, mas após uma breve espera, instalamo-nos confortavelmente naquelas velhas e já intimas cadeiras forradas com tecido em azul carregado. Em redor, a sensação de conforto caseiro e até rústico era causada pela estrutura em madeira e pelos acabamentos artesanais que permaneciam à vista de todos, desde o fatal incêndio que consumira, certa vez, este lugar.
Como já era habitual, havia o burburinho de conversas soltas no ar, umas mais efusivas, com risos estridentes, outras mais comedidas, acompanhadas de olhares cúmplices e de carícias manifestas.
Enquanto isso, as raparigas que serviam às mesas esforçavam-se por ser rápidas e eficientes, ao mesmo tempo que percorriam cautelosamente e de bandeja na mão, os corredores labirínticos causados pelo excesso de gente em tão pequeno espaço.
Ao solicitar-me o pedido, dei por mim a pedir-lhe algo com chocolate ao que, prontamente, me sugeriu um chocolate quente.
“É isso mesmo que me apetece!”,
pensei. Assim pedi e, prontamente, uma caneca se apresentou na minha mesa. O líquido, espesso e escuro, largava um pequeno suspiro de ar quente. Apesar de mais amena do que o habitual, a brisa nocturna era fresca.
As conversas que eram atiradas para a mesa eram descontraídas e interessantes, como aliás, sempre acontece entre amigas de há tanto tempo, apesar de muitas vezes não existir propriamente novidades, muitas vezes sabe bem só o facto de recordar acontecimentos, comportamentos, atitudes. Deve ser isso a amizade, afinal de contas – uma grande manta artesanal construída com retalhos nosso e de cada um dos nossos amigos. Apesar dos retalhos serem confeccionados pelas mãos de cada um, o todo que constitui a manta é-nos familiar. As lembranças partilhadas não serão mais do que a troca de palavras entre as diferentes tricotadoras (!) dos retalhos. Os pontos dados são semelhantes, mas os acabamentos, os remates e até os remendos são únicos. As verdadeiras tricotadeiras de uma mesma manta reconhecem bem os pontos dados por cada uma – reconhecem cada erro, apreciam a perfeição e entendem os defeitos. Por vezes, ajudam a corrigi-los.
E era assim que sucedia. Das histórias da faculdade, passávamos para as do trabalho; dessas, para as da primária, para as do dia de ontem…
Escutava e falava, entremeando saborosos goles do meu chocolate quente. Denso, suave, aconchegante e doce como aquelas conversas.
O fim da bebida coincidia com o fim daquela noite. Estava na hora de voltar a casa. O sono fazia-se sentir e os olhos pesavam.
Saímos e metemo-nos no carro.
Pelo caminho, alguém comentou comigo que o meu chocolate quente tinha um óptimo aspecto mas que nunca se atreveria a tomar um por receio de uma reacção alérgica.
Respondi que, de facto, estava delicioso. E pensei:
“ o que seria de mim se não pudesse saborear, cheirar um chocolate sempre que me apetecesse?”
Afinal de contas, não era tão disparatado considerar que o chocolate era parte integrante da minha vida e pensei que quase diariamente, ingeria algo que tivesse nem que fosse uma pequeníssima porção deste elemento de dependência.
Sem esforço e num curto espaço de tempo, atravessaram-me a mente imagens de mim a saborear chocolate: no Natal, enquanto embrulhava os presentes e os dispunha por baixo da árvore, na minha festa de 6º aniversário, enquanto comia os smarties que davam colorido à coleira do meu bolo com a forma de um Snoopie, no cinema ao lado de um amigo especial, em forma de gelado em copo, sozinha a ler o livro “os Maias” em que a voracidade aumentava com a expectativa criada pelo avançar do romance…, na decepção de terminar uma história que imaginara ser feliz…
Em todos esses momentos, ele estava lá – o chocolate.
Ao sair do carro, abri o portão, rodei a chave e entrei em pezinhos de lã no meu quarto.
E, palavra de honra, nessa noite, sonhei que estava a saborear um chocolate. E soube-me muito bem!

Com o passar da idade, supostamente, pensara eu.
Mais um quadrado …
Uma mensagem do Pessoa para Pessoas ...
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Às vezes não é preciso dizer mais nada, porque já foi tudo dito. Esta é uma dessas vezes... Boa semana.
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Às vezes não é preciso dizer mais nada, porque já foi tudo dito. Esta é uma dessas vezes... Boa semana.
domingo, outubro 15, 2006
Prenda

Despertar
É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave, água no mar.
Eugénio de Andrade
Há dias assim… Em que somos banhados por pequenas maravilhas…
Eugénio fala de cumplicidade. Fala de ardor enquanto vida, de amor enquanto natureza e de não se saber mais onde começa o canto na ave e o nosso riso na rosa.
A fotografia fala de encontros, de abraços e de felicidade.
Misturo tudo na máquina chamada memória, envolvo nas natas cremosas das emoções e levo ao forno que é a alma. O resultado é um sorriso - também tive uma prenda ontem à noite …
Um beijo para os dois. Sei que a felicidade está à espreita.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Just Smile
segunda-feira, outubro 09, 2006
Para as minhas princesas
Para as minhas princesas lindas e maravilhosas aqui fica uma prenda....
Princess Lily
Naquela manhã solarenga a Princess Lily passeava pelos campos verdejantes do seu reino com a mesma alegria com que o fazia todos os dias! De vez em quando saltitava por cima de uma pedra e apanhava mais uma flor para o seu ramo! E seguia, apreciando o sol, o ambiente primaveril e os campos cheios de flores! Esta era a sua estação preferida!
- Eia Princess Lily!! Eia… Pssst Pssst
Princess Lily olhou para a direita e depois para a esquerda e de novo para a sua direita e nada! Não via ninguém!! Olhou para trás e até procurou nos ramos das árvores que estavam à sua volta! Não via nada nem ninguém que pudesse tê-la chamado!
- Ò Princess!! Tu deves ter a mania, não? Baixinhos para ti não contam? E que tal olhares para baixo? Ahhhh?
Princess Lily baixou o olhar e não conseguiu evitar o espanto!
- Então!? Nunca viste!? – disse aquele ser estranho
- Mas. tu falas!!!
- E depois?
- Tu és azul!!!
- Sim.. sim… vês bem! Olha lá, o meu nome é Sapo Lewis. Os meus pais gramavam bués o Jerry Lee Lewis! Já ouviste falar?
- Sapo Lewis? Mas tu não és um sapo!!
- Ai não? Sou o quê então?
- Tu és um ouriço.. azul!!!
- Não digas disparates! Se te digo que sou um sapo é porque sou! Não achas que sei isso melhor que tu!?Bem, adiante que eu não tenho tempo a perder. Como eu estava a dizer-te, eu sou o sapo Lewis e este é o meu fiel companheiro Bob, destemido cão de caça. Mas possivelmente também não acreditas nisso? Mas ele ladra, ouves?
Princess Lily estava baralhada: de onde tinha saído aquele ouriço azul falante? E porque ladrava aquele escaravelho ao lado dele? O que pretendiam? Estaria ela a ficar febril?
- Bem, Princess é assim: há 10 anos atrás prometi à tua madrinh,a a maravilhosa Clara, que no dia de hoje viria ter contigo e te concederia um desejo! Podes pedir o que quiseres mas atenção que não valem aquelas tretas da felicidade para a família e paz no mundo! Isso é com aquele da lâmpada mágica e dos três desejos. Pensa bem … Podes pedir uma casa de chocolate que nunca se desfaça e que nunca caia apesar de lhe comeres as paredes.... Uma árvore onde cresçam gomas… Ou um quintal com flores que são gelados de morango!!!
Princess Lily parou para pensar no desejo! Aquilo era tão extraordinário que começava a acreditar que podia ser real! E se fosse o caso tinha de pensar bem e aproveitar a oportunidade!
- Então demoras muito? Eu não estou a ir para novo… e tenho de me despachar porque hoje vou levar a minha nova namorada ou cinema!
- Diz-me a tua namorada é uma borboleta que faz renda?
- Olha lá tu andaste a comer as papoilas do campo? Achas que um sapo tem uma borboleta como namorada? Tu és estranha. Olha lá e o pedido? O desejo? Bla bla bla…
- Bem, quero que pintes o meu reino de tons laranja.
- Como? Explica-te lá!
- Bem, é simples! Quero que todos saboreiem a doçura de um sumo de laranja acabado de fazer; que todos se sintam satisfeitos com um creme de cenoura quentinho; que todos sintam o conforto de um cachecol e de umas luvas de lã laranja; que todos sintam a felicidade de contemplar um pôr-do-sol alaranjado!
- Ès muito inteligente Princess… Mas lembras o que te disse acerca dos desejos?
- Sim.. mas…
- Espera… que dizes Bob?
E o sapo Lewis baixou-se para escutar Bob.
- Bem, o Bob diz que tenho de te conceder o desejo. Haverá, então no teu reino: alimento e bebida para todos; bem como conforto e bem-estar e a felicidade inundará os lares! Espero que aprecies o teu reino laranja quando te apetecer uma parede de chocolate…
E de repente virou costas e desapareceu por entre a relva.
Princess Lily sorriu: tons laranja começavam a colorir o seu reino!
Princesinha
Era uma vez uma princesinha moreninha de olhos doces e expressivos. Há muitos anos que tinha por perto uma caixa onde guardava as cores, os traços, os limites e as fronteiras dos seus sonhos! Curioso falar-se das fronteiras dos sonhos!! Dizem por aí que os sonhos não têm limites e que é essa característica de ínfimas possibilidades que os distingue da realidade. Mas não é verdade! Os sonhos têm limites: os da nossa imaginação e os da nossa coragem. Os limites e as fronteiras dos sonhos da princesinha tinham uma característica peculiar: estavam em constante mutação e os contornos dos sonhos que ela guardava eram distintos de cada vez que se os espreitava. A caixa, onde residiam os tesouros da princesinha, era simples e pode-se dizer que era até simples demais! Feita de um cartão grosseiro, em forma rectangular, alta (quase da altura da princesinha), acastanhada e com as bordas gastas.
A princesinha era determinada, persistente e chegava mesmo a ser insistente. Gostava de ganhar as disputas e de deixar bem claro o seu ponto de vista. Tinha força para lutar contra tudo e todos. Era uma menina corajosa, valente e com muita determinação. Porém, o mais cativante era o seu lado doce e meigo. Muitas das vezes as suas ideias e planos eram recebidos com uma certa condescendência pelos outros que associavam à sua vida uns pozinhos de irrealidade. Enquanto que para todos os que a rodeavam existiam regras a cumprir, destinos a suportar e vidas traçadas a seguir, para a princesinha cada um podia escolher o caminho que queria percorrer. Acreditava nisso e a verdade é que fazia por definir o caminho à medida que o percorria. Os outros, não tão corajosos e mais cinzentos, seguiam com as suas vidas e lá argumentavam que ela podia dar-se a esse luxo porque era uma princesinha, enquanto que eles “tinham de ganhar a vida”.
Um dia a princesinha abriu a caixa para colocar lá dentro mais um dos seus maravilhosos sonhos e surpreendeu-se com o emaranhado que encontrou! Os seus sonhos estavam todos enrolados e a caixa transbordava. A princesinha parou por uns breves momentos para pensar e decidiu que ia pôr um fim a toda aquela confusão. Munida de toda a sua determinação entrou na caixa e fechou a tampa. Estava escuro lá dentro, mas isso não a impediu de procurar os limites dos sonhos e de tentar esticar fronteiras de modo a perceber com nitidez o conteúdo da caixa. Ao fim de dois dias de trabalho a princesinha desatou num pranto: ainda nem um sonho completo tinha encontrado, nem sequer filtrado um mero devaneio. Chorou convulsivamente…
Algum tempo depois, já mais calma, olhou em redor e viu a ponta de um dos seus sonhos mais antigos. Sorriu ao perceber que quase se tinha esquecido dele. De repente sentiu que a caixa tinha uma cor e uma luz diferentes. Olhou em seu redor e suspenso no topo da caixa viu um pontinho laranja que não conseguiu identificar. O que seria? Não conseguia perceber, mas uma coisa era clara para ela: antes de encontrar a ponta do sonho aquele ponto laranja não estava lá. Percebeu então que se conseguisse organizar os sonhos no interior da caixa, desfazendo-se dos inúteis devaneios conseguiria que aquele ponto laranja se torna-se nítido. Mais determinada que nunca procurou limites e distinguiu formas! Não conseguiu eliminar todas as excentricidades porque eram parte dela, mas conseguiu ordenar todo o interior da caixa e ao sentir no seu rosto o toque leve de um fio percebeu! Aquele pontinho laranja era um balão igual aos da sua infância! Aqueles que a sua mãe lhe comprava e que ela logo de seguida soltava. Adorava ficar a contemplá-los no seu voo lento enquanto se afastavam para longe.
Percebeu que o fio do balão estava ao seu alcance e que caso o agarrasse seria possível partir na viagem dos sonhos. Respirou fundo, pensou em todos os que amava, sorriu e agarrou o fio com determinação
A tampa da caixa abriu-se de par em par, e o balão iniciou o seu voo. Numa torrente de luz e cor, os sonhos envolvendo a princesinha iniciaram o voo. Ela sorriu ao sentir o vento no rosto e sentiu escorrer uma lágrima de felicidade ao pensar “Comecei a viagem….”.
Princess Lily
Naquela manhã solarenga a Princess Lily passeava pelos campos verdejantes do seu reino com a mesma alegria com que o fazia todos os dias! De vez em quando saltitava por cima de uma pedra e apanhava mais uma flor para o seu ramo! E seguia, apreciando o sol, o ambiente primaveril e os campos cheios de flores! Esta era a sua estação preferida!
- Eia Princess Lily!! Eia… Pssst Pssst
Princess Lily olhou para a direita e depois para a esquerda e de novo para a sua direita e nada! Não via ninguém!! Olhou para trás e até procurou nos ramos das árvores que estavam à sua volta! Não via nada nem ninguém que pudesse tê-la chamado!
- Ò Princess!! Tu deves ter a mania, não? Baixinhos para ti não contam? E que tal olhares para baixo? Ahhhh?
Princess Lily baixou o olhar e não conseguiu evitar o espanto!
- Então!? Nunca viste!? – disse aquele ser estranho
- Mas. tu falas!!!
- E depois?
- Tu és azul!!!
- Sim.. sim… vês bem! Olha lá, o meu nome é Sapo Lewis. Os meus pais gramavam bués o Jerry Lee Lewis! Já ouviste falar?
- Sapo Lewis? Mas tu não és um sapo!!
- Ai não? Sou o quê então?
- Tu és um ouriço.. azul!!!
- Não digas disparates! Se te digo que sou um sapo é porque sou! Não achas que sei isso melhor que tu!?Bem, adiante que eu não tenho tempo a perder. Como eu estava a dizer-te, eu sou o sapo Lewis e este é o meu fiel companheiro Bob, destemido cão de caça. Mas possivelmente também não acreditas nisso? Mas ele ladra, ouves?
Princess Lily estava baralhada: de onde tinha saído aquele ouriço azul falante? E porque ladrava aquele escaravelho ao lado dele? O que pretendiam? Estaria ela a ficar febril?
- Bem, Princess é assim: há 10 anos atrás prometi à tua madrinh,a a maravilhosa Clara, que no dia de hoje viria ter contigo e te concederia um desejo! Podes pedir o que quiseres mas atenção que não valem aquelas tretas da felicidade para a família e paz no mundo! Isso é com aquele da lâmpada mágica e dos três desejos. Pensa bem … Podes pedir uma casa de chocolate que nunca se desfaça e que nunca caia apesar de lhe comeres as paredes.... Uma árvore onde cresçam gomas… Ou um quintal com flores que são gelados de morango!!!
Princess Lily parou para pensar no desejo! Aquilo era tão extraordinário que começava a acreditar que podia ser real! E se fosse o caso tinha de pensar bem e aproveitar a oportunidade!
- Então demoras muito? Eu não estou a ir para novo… e tenho de me despachar porque hoje vou levar a minha nova namorada ou cinema!
- Diz-me a tua namorada é uma borboleta que faz renda?
- Olha lá tu andaste a comer as papoilas do campo? Achas que um sapo tem uma borboleta como namorada? Tu és estranha. Olha lá e o pedido? O desejo? Bla bla bla…
- Bem, quero que pintes o meu reino de tons laranja.
- Como? Explica-te lá!
- Bem, é simples! Quero que todos saboreiem a doçura de um sumo de laranja acabado de fazer; que todos se sintam satisfeitos com um creme de cenoura quentinho; que todos sintam o conforto de um cachecol e de umas luvas de lã laranja; que todos sintam a felicidade de contemplar um pôr-do-sol alaranjado!
- Ès muito inteligente Princess… Mas lembras o que te disse acerca dos desejos?
- Sim.. mas…
- Espera… que dizes Bob?
E o sapo Lewis baixou-se para escutar Bob.
- Bem, o Bob diz que tenho de te conceder o desejo. Haverá, então no teu reino: alimento e bebida para todos; bem como conforto e bem-estar e a felicidade inundará os lares! Espero que aprecies o teu reino laranja quando te apetecer uma parede de chocolate…
E de repente virou costas e desapareceu por entre a relva.
Princess Lily sorriu: tons laranja começavam a colorir o seu reino!
Princesinha
Era uma vez uma princesinha moreninha de olhos doces e expressivos. Há muitos anos que tinha por perto uma caixa onde guardava as cores, os traços, os limites e as fronteiras dos seus sonhos! Curioso falar-se das fronteiras dos sonhos!! Dizem por aí que os sonhos não têm limites e que é essa característica de ínfimas possibilidades que os distingue da realidade. Mas não é verdade! Os sonhos têm limites: os da nossa imaginação e os da nossa coragem. Os limites e as fronteiras dos sonhos da princesinha tinham uma característica peculiar: estavam em constante mutação e os contornos dos sonhos que ela guardava eram distintos de cada vez que se os espreitava. A caixa, onde residiam os tesouros da princesinha, era simples e pode-se dizer que era até simples demais! Feita de um cartão grosseiro, em forma rectangular, alta (quase da altura da princesinha), acastanhada e com as bordas gastas.
A princesinha era determinada, persistente e chegava mesmo a ser insistente. Gostava de ganhar as disputas e de deixar bem claro o seu ponto de vista. Tinha força para lutar contra tudo e todos. Era uma menina corajosa, valente e com muita determinação. Porém, o mais cativante era o seu lado doce e meigo. Muitas das vezes as suas ideias e planos eram recebidos com uma certa condescendência pelos outros que associavam à sua vida uns pozinhos de irrealidade. Enquanto que para todos os que a rodeavam existiam regras a cumprir, destinos a suportar e vidas traçadas a seguir, para a princesinha cada um podia escolher o caminho que queria percorrer. Acreditava nisso e a verdade é que fazia por definir o caminho à medida que o percorria. Os outros, não tão corajosos e mais cinzentos, seguiam com as suas vidas e lá argumentavam que ela podia dar-se a esse luxo porque era uma princesinha, enquanto que eles “tinham de ganhar a vida”.
Um dia a princesinha abriu a caixa para colocar lá dentro mais um dos seus maravilhosos sonhos e surpreendeu-se com o emaranhado que encontrou! Os seus sonhos estavam todos enrolados e a caixa transbordava. A princesinha parou por uns breves momentos para pensar e decidiu que ia pôr um fim a toda aquela confusão. Munida de toda a sua determinação entrou na caixa e fechou a tampa. Estava escuro lá dentro, mas isso não a impediu de procurar os limites dos sonhos e de tentar esticar fronteiras de modo a perceber com nitidez o conteúdo da caixa. Ao fim de dois dias de trabalho a princesinha desatou num pranto: ainda nem um sonho completo tinha encontrado, nem sequer filtrado um mero devaneio. Chorou convulsivamente…
Algum tempo depois, já mais calma, olhou em redor e viu a ponta de um dos seus sonhos mais antigos. Sorriu ao perceber que quase se tinha esquecido dele. De repente sentiu que a caixa tinha uma cor e uma luz diferentes. Olhou em seu redor e suspenso no topo da caixa viu um pontinho laranja que não conseguiu identificar. O que seria? Não conseguia perceber, mas uma coisa era clara para ela: antes de encontrar a ponta do sonho aquele ponto laranja não estava lá. Percebeu então que se conseguisse organizar os sonhos no interior da caixa, desfazendo-se dos inúteis devaneios conseguiria que aquele ponto laranja se torna-se nítido. Mais determinada que nunca procurou limites e distinguiu formas! Não conseguiu eliminar todas as excentricidades porque eram parte dela, mas conseguiu ordenar todo o interior da caixa e ao sentir no seu rosto o toque leve de um fio percebeu! Aquele pontinho laranja era um balão igual aos da sua infância! Aqueles que a sua mãe lhe comprava e que ela logo de seguida soltava. Adorava ficar a contemplá-los no seu voo lento enquanto se afastavam para longe.
Percebeu que o fio do balão estava ao seu alcance e que caso o agarrasse seria possível partir na viagem dos sonhos. Respirou fundo, pensou em todos os que amava, sorriu e agarrou o fio com determinação
A tampa da caixa abriu-se de par em par, e o balão iniciou o seu voo. Numa torrente de luz e cor, os sonhos envolvendo a princesinha iniciaram o voo. Ela sorriu ao sentir o vento no rosto e sentiu escorrer uma lágrima de felicidade ao pensar “Comecei a viagem….”.
domingo, outubro 08, 2006

A cidade do Porto tem coisas destas… Tem sítios e pessoas que me prendem e me fazem sentir que por muito que viaje e conheça o mundo, é nas ruas do Porto que estou bem. O Hot Five é um clube de JAZZ e BLUES. Provei e gostei. Muito. Aberto de Quarta a Sábado até às 2 da manhã, está encaixado no casario do Largo Actor Dias, mesmo a abrir-se para a muralha Fernandina. Habita o n.º51 e respira música, jazz & blues… Uma sugestão de degustação musical, é o que isto é. Em jeito de aperitivo, aqui ficam dicas para o programa de Outubro: 12 e 25 de Outubro “Fios soltos… Marionetas presas” Teatro com encenação de Paulo Calatré 18 de Outubro “Jacuzzi” Teatro com encenação de Casimiro Simões 20 e 21 de Outubro Jeff David Quartet 26 de Outubro Susana Santos Silva Stet 27 e 28 de Outubro Banda Stuart As Jam sessions são às quintas, claro. Hot Five promete. E cumpre. A bola de neve começou agora a rolar… É impossível escapar-lhe. Kafé das Kintas? |
quinta-feira, outubro 05, 2006
Viagem ao centro do Porto
Levantou-se rabujenta bem cedo no feriado. A ideia de ter que sair da cama para se meter nas "canalizações" da cidade parecia de repente parva e sem sentido... Era feriado, dia de ficar a dormir até mais tarde, de preguiçar e de pensar que o vale dos lençois é o nosso refúgio... Mas lá se decidiu e foi. Pelo caminho encontrou-se com a amiga que também integrava o grupo que visitaria nessa manhã os subterrâneos do Porto, pela mão dos SMAS. O percurso no carro até o jardim de Arca D'Água foi feito com os óculos de sol postos, para que a luz do sol não ferisse a ténue disposição arrecadada face à preguiça matinal. À chegada, a curiosidade acerca das condições em que seria feita a visita, se haveria mesmo necessidade de galochas, se era mesmo necessário o casaco e impermeável. E de repente viram-nos. Bem dispostos e ainda sonolentos, todos os do grupo lá estavam, alguns no café, a preparar-se para a "visita". Olhavam-se todos para apreciar quem ia, quem ficava, e os sorrisos lá iam aparecendo. Afinal, eram cúmplices nesta aventura. A abertura para as entranhas da cidade da qual tanto gostava foram abertas e o mundo subterrâneo foi-se mostrando a pouco e pouco. Os túneis, os canais de água, a escuridão, os sorrisos tímidos no início e as gargalhadas libertas depois, os deslizes, o som da água que corre imperturbável, a humidade constante, e a sensação de que a força humana pode mais do que pensamos. As palavras de Germano Silva adoçaram este passeio e a sua sabedoria foi a cereja no topo do bolo. No final o cansaço foi recompensado com a constatação de que a cidade do Porto é cada vez mais bonita. Namora connosco sem pudor e pisca-nos o olho de forma provocadora. Gostei muito desta aventura. Fotos? Visita aqui. |
terça-feira, setembro 26, 2006
The Mushroom Room

E se, de repente, estivessemos num mundo em que tudo estivesse de pernas para o ar, à excepção de nós próprios?
Navegando pelas páginas do site Tate Modern encontramos esta imagem desconcertante e, ao mesmo tempo, espectacular.
Uma instalação que não me importava nada de visitar!
Ainda dizem que certos cogumelos têm propriedades alucinogénicas!!
sexta-feira, setembro 22, 2006
Ensaio sobre a Cegueira
A Loucura resolveu convidar os amigos para Tomar um café em sua casa.
Todos os convidados foram.
Após o café, a Loucura propôs:- Vamos brincar deesconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto Até cem e vocês se escondem.Ao terminar de contar, eu vou procurar, e oPrimeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. -1,2,3,... - A Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
Já a Tristeza começou a chorar, pois nãoencontrava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto deledebaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigosiam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a LoucuraJá estava no noventa e nove.
CEM! -gritou a Loucura. - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhores esconder.
E assim foram aparecendo aAlegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidadeperguntou: - Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto.A Loucura começou a procurá-lo.Procurou em cima da
montanha, nos rios, debaixodas pedras e nada doAmor aparecer.
Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o Amor, gritando por ter furado o olhocom um espinho.A Loucura não sabia o que fazer.Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor eaté prometeu segui-lo para sempre.O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura o acompanha sempre.
Já que se falou neste blog em insanidades saudáveis, aqui vai a o estado de insanidade/loucura mais saudável e delicioso do Mundo: amar, amar, amar perdidamente e seguir confiante de mãos dadas ... Se isto é cegueira, estou irremediavelmente cega...:)
Todos os convidados foram.
Após o café, a Loucura propôs:- Vamos brincar deesconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto Até cem e vocês se escondem.Ao terminar de contar, eu vou procurar, e oPrimeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. -1,2,3,... - A Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
Já a Tristeza começou a chorar, pois nãoencontrava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto deledebaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigosiam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a LoucuraJá estava no noventa e nove.
CEM! -gritou a Loucura. - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhores esconder.
E assim foram aparecendo aAlegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidadeperguntou: - Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto.A Loucura começou a procurá-lo.Procurou em cima da
montanha, nos rios, debaixodas pedras e nada doAmor aparecer.
Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o Amor, gritando por ter furado o olhocom um espinho.A Loucura não sabia o que fazer.Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor eaté prometeu segui-lo para sempre.O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura o acompanha sempre.
Já que se falou neste blog em insanidades saudáveis, aqui vai a o estado de insanidade/loucura mais saudável e delicioso do Mundo: amar, amar, amar perdidamente e seguir confiante de mãos dadas ... Se isto é cegueira, estou irremediavelmente cega...:)
quinta-feira, setembro 21, 2006
Se desse outono
Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.
(Eugénio de Andrade in "Sal da Língua")
Está à espreita o Outono... Vem visitar pela primeira vez este blog, mas recorre nas nossas vidas.
Preparem-se para a sua chegada.
Munam-se de casacos timidamente quentes ainda,
Atentem às folhas que se pisam nos passeios,
Comprem um guarda chuva colorido ou daqueles transparentes,
Olhem o sofá como uma promessa de aconchego,
Aproveitem os fins de tarde num café acolhedor,
Apreciem o chá de forma plena.
O Outono é um velho amigo... tratem-no bem.
Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.
(Eugénio de Andrade in "Sal da Língua")
Está à espreita o Outono... Vem visitar pela primeira vez este blog, mas recorre nas nossas vidas.
Preparem-se para a sua chegada.
Munam-se de casacos timidamente quentes ainda,
Atentem às folhas que se pisam nos passeios,
Comprem um guarda chuva colorido ou daqueles transparentes,
Olhem o sofá como uma promessa de aconchego,
Aproveitem os fins de tarde num café acolhedor,
Apreciem o chá de forma plena.
O Outono é um velho amigo... tratem-no bem.
terça-feira, setembro 19, 2006
Bom dia.
O texto que se segue é uma prova de saudável insanidade matinal. Para que possa compreender melhor o estado de espírito em que foi escrito, experimente clicar na caixa abaixo, deixe a música rolar e, aí sim, inicie a sua leitura.
Boa viagem!
Defendo que a vida deve ter sempre uma banda sonora. Defendo que cada dia merece uma música.
Sou pelas flores, pelo sol, pela chuva. Sou pela areia que se entranha pelos dedos dos pés e pelos gelados de cone. Sou pelas noites em claro, e pelos dias escuros. Sou pelos cometas e pelas estrelas, pelo lado oculto da lua e pelos óculos de sol espelhados. Defendo as libelinhas e sua loucura de um só dia, e acho que as unhas vermelhas são um must.
Sou pelos risos abafados onde são proibidos, pelas gargalhadas sonoras no parque, pelas lágrimas silenciosas em frente ao mar. Defendo os passeios de bicicleta e as pastilhas elásticas Gorila.
Somos todos pó de estrelas.
Sou pelos casacos quentes vermelhos e pelos guarda-chuvas que se viram com o vento.
Bom dia.
O texto que se segue é uma prova de saudável insanidade matinal. Para que possa compreender melhor o estado de espírito em que foi escrito, experimente clicar na caixa abaixo, deixe a música rolar e, aí sim, inicie a sua leitura.
Boa viagem!
Defendo que a vida deve ter sempre uma banda sonora. Defendo que cada dia merece uma música.
Sou pelas flores, pelo sol, pela chuva. Sou pela areia que se entranha pelos dedos dos pés e pelos gelados de cone. Sou pelas noites em claro, e pelos dias escuros. Sou pelos cometas e pelas estrelas, pelo lado oculto da lua e pelos óculos de sol espelhados. Defendo as libelinhas e sua loucura de um só dia, e acho que as unhas vermelhas são um must.
Sou pelos risos abafados onde são proibidos, pelas gargalhadas sonoras no parque, pelas lágrimas silenciosas em frente ao mar. Defendo os passeios de bicicleta e as pastilhas elásticas Gorila.
Somos todos pó de estrelas.
Sou pelos casacos quentes vermelhos e pelos guarda-chuvas que se viram com o vento.
Bom dia.
sexta-feira, setembro 15, 2006
UNHAS VERMELHAS – O DRAMA DA MULHER MODERNA
Sim é verdade, quem não sabe que as unhas de cor vermelha (ou encarnada, se são lisboetas) estão na moda.
Pois bem, se não sabiam ficaram a saber!
E agora estão vocês a perguntar, mas o que é que a Má-dá quer com esta conversa????
Continuem a ler que já vos digo.
Então é o seguinte:
é que as mulheres que gostam de pintar as suas unhas de cor vermelha ou encarnada passam verdadeiros dramas, diários. Reparem, pintamos nós as unhecas para andar lindérrimas e na moda, no entanto a cor vermelha dá uma trabalheira na pintura, porque se o pincel foge ou estamos a tremer acabamos por burratar não só a unhas mas o dedo e então lá temos nós ao lado o palito com a ponta de algodão embebida em acetona e paramos a pintura para retocar as asneiritas que vamos fazendo.
Depois deste primeiro drama que pode acontecer em cada unha, passamos para um outro é que a cor necessita de uma segunda de mão, o que acarreta o terceira problema, demora imenso tempo a secar. Então imaginem-nos a correr de lado para lado, em casa, com as mãos no ar e a resmungar com todos e todas porque as unhas não secam e queremos sair. E para além disso não podemos tocar em nada porque corre-se o risco de as esmurrar.
Por fim e depois de tudo passar, unhas secas, safas de esmuradelas, eis que nos debatemos com outro drama, é que a mínima coisa coisas, ao mínimo encosto, ao mínimo problema o verniz salta da unha. Sim é verdade, ele salta e voltamos ao início, todo aquele processo.
Ou seja, conclusão da história, e outra descoberta feita pelas mulheres modernas: afinal as unhas não estão cá para nos servir, nós é que estamos cá para as servir a ela, pelo menos às pintadas de vermelho.
Pois bem, se não sabiam ficaram a saber!
E agora estão vocês a perguntar, mas o que é que a Má-dá quer com esta conversa????
Continuem a ler que já vos digo.
Então é o seguinte:
é que as mulheres que gostam de pintar as suas unhas de cor vermelha ou encarnada passam verdadeiros dramas, diários. Reparem, pintamos nós as unhecas para andar lindérrimas e na moda, no entanto a cor vermelha dá uma trabalheira na pintura, porque se o pincel foge ou estamos a tremer acabamos por burratar não só a unhas mas o dedo e então lá temos nós ao lado o palito com a ponta de algodão embebida em acetona e paramos a pintura para retocar as asneiritas que vamos fazendo.
Depois deste primeiro drama que pode acontecer em cada unha, passamos para um outro é que a cor necessita de uma segunda de mão, o que acarreta o terceira problema, demora imenso tempo a secar. Então imaginem-nos a correr de lado para lado, em casa, com as mãos no ar e a resmungar com todos e todas porque as unhas não secam e queremos sair. E para além disso não podemos tocar em nada porque corre-se o risco de as esmurrar.
Por fim e depois de tudo passar, unhas secas, safas de esmuradelas, eis que nos debatemos com outro drama, é que a mínima coisa coisas, ao mínimo encosto, ao mínimo problema o verniz salta da unha. Sim é verdade, ele salta e voltamos ao início, todo aquele processo.
Ou seja, conclusão da história, e outra descoberta feita pelas mulheres modernas: afinal as unhas não estão cá para nos servir, nós é que estamos cá para as servir a ela, pelo menos às pintadas de vermelho.
Missing You Already...
«I miss you already...I’ll be missing you all days...» é um pedacinho da letra de uma musiquinha dos Geleia de Pérolas.
«To Miss» é sentir falta de.... Sentir falta da Missy.
Sim, sentirei falta da verdusca.
E sentirei falta do ursinho tão kiko...
E mesmo da expressão ‘kiko’ que é tão dela, da Missy.
Ah, e daquele que ela usa ao ir para intervalo de almoço, a atirar-me beijinhos!!
Desse também sentirei falta...
Das conversas ora mais sérias, ora mais divertidas. Algumas tão divertidas que logo aparecia o panda feliz que rebola de rir!!
Sim, sentirei falta da Miss Missy, da sua permanente expressão de ‘Hummmmmmm’, enquanto coloca o dedidto pensador na pontinha do seu nariz!
Mas fico confiante e fico feliz, porque quando uma porta se fecha, é sinal de que muitas janelas de boas oportunidades se irão abrir...
Beijinhos grandes, Miss Missy...Miss you Already... :)
«To Miss» é sentir falta de.... Sentir falta da Missy.
Sim, sentirei falta da verdusca.

E sentirei falta do ursinho tão kiko...

E mesmo da expressão ‘kiko’ que é tão dela, da Missy.
Ah, e daquele que ela usa ao ir para intervalo de almoço, a atirar-me beijinhos!!
Desse também sentirei falta...

Das conversas ora mais sérias, ora mais divertidas. Algumas tão divertidas que logo aparecia o panda feliz que rebola de rir!!

Sim, sentirei falta da Miss Missy, da sua permanente expressão de ‘Hummmmmmm’, enquanto coloca o dedidto pensador na pontinha do seu nariz!

Mas fico confiante e fico feliz, porque quando uma porta se fecha, é sinal de que muitas janelas de boas oportunidades se irão abrir...
Beijinhos grandes, Miss Missy...Miss you Already... :)
quinta-feira, setembro 14, 2006
Geek & Zombie
Geek & Zombie -
& 
O que é que acontece quando um Geek e um Zombie se encontram no espaço virtual?
Isso é algo que intriga muita gente. Ora bem, desse encontro emergem várias reflexões que se perdem nas teias da gigantesca rede.
Algumas reflexões e respectivas consequências...
Falar de amor, de receitas para jantares românticos, de flores, de saudades, de bombons, de beijos e abraços pode deixar o Geek a ponto de vomitar. Mas se a coisa for futebol, treinos de gajos viris e suados, com balneários à mistura, aí então o Zombie desfalece e fica da cor da mais repolhuda alface...
blac, blac...
‘How to adress a Cat?’ é a pergunta. ‘ Well, a Cat is not a dog’ é a resposta.
Gatos vadios e vira-latas há muitos, mas há outros que por ai andam que são charmosos, sensuais,...que arranham de doçura... Miauuuuuuuuuuuu, oh sensual kitten!!
As Pussy Cat Dolls já mereciam ter encontrados os seus Lost Cats... Há quem tenha encontrado...há quem não...Entretanto, servem os Gatos Fedorentos para arrancar fortes gargalhadas...como esta...
E que dizer da falta de tarefas interessantes para ocupar a mente e fazer com que as horas voem em vez de se arrastarem como lesmas?Isso levava-nos à génese do Geek e do Zombie...
O Geek e o Zombie são amigos chegados. Tão chegados que todos os dias partilham expressões como as de cima...
Por vezes, o Geek vira Zombie e o Zombie vira Geek...Ainda bem que eles andam por aí...
Valha-nos isso.


O que é que acontece quando um Geek e um Zombie se encontram no espaço virtual?
Isso é algo que intriga muita gente. Ora bem, desse encontro emergem várias reflexões que se perdem nas teias da gigantesca rede.
Algumas reflexões e respectivas consequências...
Falar de amor, de receitas para jantares românticos, de flores, de saudades, de bombons, de beijos e abraços pode deixar o Geek a ponto de vomitar. Mas se a coisa for futebol, treinos de gajos viris e suados, com balneários à mistura, aí então o Zombie desfalece e fica da cor da mais repolhuda alface...

‘How to adress a Cat?’ é a pergunta. ‘ Well, a Cat is not a dog’ é a resposta.
Gatos vadios e vira-latas há muitos, mas há outros que por ai andam que são charmosos, sensuais,...que arranham de doçura... Miauuuuuuuuuuuu, oh sensual kitten!!
As Pussy Cat Dolls já mereciam ter encontrados os seus Lost Cats... Há quem tenha encontrado...há quem não...Entretanto, servem os Gatos Fedorentos para arrancar fortes gargalhadas...como esta...

E que dizer da falta de tarefas interessantes para ocupar a mente e fazer com que as horas voem em vez de se arrastarem como lesmas?Isso levava-nos à génese do Geek e do Zombie...

O Geek e o Zombie são amigos chegados. Tão chegados que todos os dias partilham expressões como as de cima...
Por vezes, o Geek vira Zombie e o Zombie vira Geek...Ainda bem que eles andam por aí...
Valha-nos isso.

quarta-feira, setembro 13, 2006
domingo, setembro 10, 2006
Geleia de pérola...
Como a Carminho me pediu um relatório completo da experiência Pearl Jam aqui vai...
Até porque eu sou bem mandada!
Ao saboreares os primeiros acordes de Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town fechas os olhos e juras para ti que eras capaz de reconhecer aquele sabor estivesses nem que fosse no fim do mundo.. O gosto daquele beijo inocente mas tão intenso que trocaste com a tua primeira paixão!! Aquela que marca uma vida.... Queres gritar muito.. Muito porque já passou tanto tanto tanto tempo..... o teu corpo desvanece-se, entregas-te ao baloiçar das ondas que saem da melodia daquela voz linda!!!!
Por momentos és outro ser e sentes-te a planar por uma imensão de outros que como tu flutuam ..... Given to Fly....
Aos primeiros acordes de Last Kiss tremes .. primeiro é um arrepio que sobe a espinha e te assusta... depois todo o teu corpo treme e sentes que as forças te estão a abandonar... não tens forças... as lágrimas escorrem-te pelo rosto... tentas evitá-las e falhas... De repente choras de forma convulsiva.... tapas os olhos com as mãos porque mesmo no anonimato da imensidão não suportas as tuas fraquezas... mas sentes-te aliviada!!! A água tudo lava e a alma renovou-se....
Escutas Whishlist e não consegues deixar de pensar que existe uma infinidade de coisas da check list que já foram feitas. Perante o sentido de dever cumprido e de vida vivida reformulas a tua lista de desejos.... Lá formulei mais um!! Só digo que era doce.. parece-me que tinha o adocicado da geleia... talvez já não fosse de pérola!!!
Havia alguém muito especial! Cheguei a acreditar que era o mais especial! Porque o considerei especial de mais assumi que talvez não fosse correcto trair essa memória! Enganei-me.. Um equívoco de anos em que resisti a viver a vida! Uma pessoa especial fez-me perceber que eu é que era especial: eu era o ponto comum de momentos especiais!!! Também essa pessoa passou para a lista daqueles que ainda não foram.... Porque talvez exista por aí um Betterman... ou não!!!
E finalmente a MÚSICA... aquela, a mais bonita, a mais melodiosa. A voz pura, honesta e sincera do Eddie Vedder que canta Black:
" Hey...oooh...Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay Were laid spread out before me as her body once did All five horizons revolved around her soul As the earth to the sun Now the air I tasted and breathed has taken a turn Ooh, and all I taught her was everything Ooh, I know she gave me all that she wore And now my bitter hands chafe beneath the clouds Of what was everything? Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed everything... I take a walk outside I'm surrounded by some kids at play I can feel their laughter, so why do I sear Oh, and twisted thoughts that spin round my head I'm spinning, oh, I'm spinning How quick the sun can, drop away And now my bitter hands cradle broken glass Of what was everything? All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...All the love gone bad turned my world to black Tattooed all I see, all that I am, all that I'll be...yeah...Uh huh...uh huh...ooh...I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a starIn somebody else's sky, but whyWhy, why can't it be, why can't it be mine "
Minha cara, a geleia de pérola é deliciosa... principalmente se acompanhada de memórias inocentes, puras, despretensiosas, muito intensas e lúcidas apesar da passagem dos anos... A geleia de pérola é maravilhosa... porque te permite recordar.. mas principalmente porque ao recordar percebes que já não és refém do passado, mas que queres voar para a intensidade do futuro....
Ao som dos Pearl Jam dei o meu melhor. Perdoem-me a pessoalidade que imprimi ao meu relato, mas estas músicas confundem-se com a história da minha vida!!!
Até porque eu sou bem mandada!
Ao saboreares os primeiros acordes de Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town fechas os olhos e juras para ti que eras capaz de reconhecer aquele sabor estivesses nem que fosse no fim do mundo.. O gosto daquele beijo inocente mas tão intenso que trocaste com a tua primeira paixão!! Aquela que marca uma vida.... Queres gritar muito.. Muito porque já passou tanto tanto tanto tempo..... o teu corpo desvanece-se, entregas-te ao baloiçar das ondas que saem da melodia daquela voz linda!!!!
Por momentos és outro ser e sentes-te a planar por uma imensão de outros que como tu flutuam ..... Given to Fly....
Aos primeiros acordes de Last Kiss tremes .. primeiro é um arrepio que sobe a espinha e te assusta... depois todo o teu corpo treme e sentes que as forças te estão a abandonar... não tens forças... as lágrimas escorrem-te pelo rosto... tentas evitá-las e falhas... De repente choras de forma convulsiva.... tapas os olhos com as mãos porque mesmo no anonimato da imensidão não suportas as tuas fraquezas... mas sentes-te aliviada!!! A água tudo lava e a alma renovou-se....
Escutas Whishlist e não consegues deixar de pensar que existe uma infinidade de coisas da check list que já foram feitas. Perante o sentido de dever cumprido e de vida vivida reformulas a tua lista de desejos.... Lá formulei mais um!! Só digo que era doce.. parece-me que tinha o adocicado da geleia... talvez já não fosse de pérola!!!
Havia alguém muito especial! Cheguei a acreditar que era o mais especial! Porque o considerei especial de mais assumi que talvez não fosse correcto trair essa memória! Enganei-me.. Um equívoco de anos em que resisti a viver a vida! Uma pessoa especial fez-me perceber que eu é que era especial: eu era o ponto comum de momentos especiais!!! Também essa pessoa passou para a lista daqueles que ainda não foram.... Porque talvez exista por aí um Betterman... ou não!!!
E finalmente a MÚSICA... aquela, a mais bonita, a mais melodiosa. A voz pura, honesta e sincera do Eddie Vedder que canta Black:
" Hey...oooh...Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay Were laid spread out before me as her body once did All five horizons revolved around her soul As the earth to the sun Now the air I tasted and breathed has taken a turn Ooh, and all I taught her was everything Ooh, I know she gave me all that she wore And now my bitter hands chafe beneath the clouds Of what was everything? Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed everything... I take a walk outside I'm surrounded by some kids at play I can feel their laughter, so why do I sear Oh, and twisted thoughts that spin round my head I'm spinning, oh, I'm spinning How quick the sun can, drop away And now my bitter hands cradle broken glass Of what was everything? All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...All the love gone bad turned my world to black Tattooed all I see, all that I am, all that I'll be...yeah...Uh huh...uh huh...ooh...I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a starIn somebody else's sky, but whyWhy, why can't it be, why can't it be mine "
Minha cara, a geleia de pérola é deliciosa... principalmente se acompanhada de memórias inocentes, puras, despretensiosas, muito intensas e lúcidas apesar da passagem dos anos... A geleia de pérola é maravilhosa... porque te permite recordar.. mas principalmente porque ao recordar percebes que já não és refém do passado, mas que queres voar para a intensidade do futuro....
Ao som dos Pearl Jam dei o meu melhor. Perdoem-me a pessoalidade que imprimi ao meu relato, mas estas músicas confundem-se com a história da minha vida!!!
Uma noite especial...
sábado, setembro 09, 2006
Lisboa




Lisboa capital....
Cidade em movimento, onde os pedaços de uma vida que se constrói são quase tangíveis... onde os fragmentos de cada momento que passa, que acabou de ser e que já faz parte do passado se perde por entre os nossos dedos...
Sente-se o pulsar da cidade por todos os lados:
- nos caminhos e trajectos que se fazem no dia-a-dia a correr para o metro ou para o autocarro e aos quais são indiferentes as belezas de uma cidade muitas vezes só apreciada por turistas;
- nas ruas estreitas e históricas, a bordo de um eléctrico transformado numa babilónia móvel;
- nos monumentos onde se respira a glória passada e perdida de uma nação que já foi grande, enorme mesmo e que agora perdida num emaranhado de desculpas sem sentido sobrevive moribunda;
- na noite escura onde se vislumbram os reflexos de um rio que é o maior de uma península que para muitos mais devia ser um país único;
- nos restaurantes tipicos onde o fado, o caldo verde e os petiscos enchem a alma, o olho e a barriguinha;
- na turbulência do trânsito, das inúmeras faixas que constituem as estradas da capital e que podem intimidar o mais destemido provinciano;
- por todo o lado.......
Uma cidade viva, cujo pulsar do coração se sente, se escuta e quase se vê......
Deixo-vos aqui imagens dessa vida, desse extenuamento, ... e apesar da característica estática destes retratos, não se deixem iludir: se não estiverem atentos podem perder-se na agitação!!!!
terça-feira, setembro 05, 2006
segunda-feira, setembro 04, 2006
Bolhas de Sabão...

Era mais uma tarde. Estávamos sentadas cada uma no seu lugar de todos os dias da semana a, como dizem os brasileiros, a ‘jogar conversa fora’.
Joga-se fora aquilo que não é para ser guardado. Não se diz “jogar conversa fora” de conversas de negócios entre executivos. Nas conversas de executivos nada é para ser jogado fora. Cada palavra vale dinheiro. Jogar conversa fora é uma brincadeira parecida com soprar bolhas de sabão. As bolhas de sabão são de curta duração. Mas são tão divertidas... Vão-se umas, sopram-se outras. Quando jogamos conversa fora voltamos a ser crianças: sopramos bolhas com palavras, bolhas que serão logo esquecidas, ou não...
Lá dizia Amélia Prado que ‘Aquilo que a memória ama fica eterno’...
Este post é uma homenagem a todas as bolhas de sabão que sopramos e sopraremos ao longo de semanas das nossas vidas ...
Vou-me acrescentando com estes sopros.
sexta-feira, setembro 01, 2006
Assumo-me....

Pronto...
Eu tentei negar...
Virei costas às evidências...
Jurei impondo as mãos sobre a cruz...
Prometi pela minha saúdinha que não....
Tentei resistir a todas as tentações....
Mas por todo o lado sou confrontada com duras realidades....
Toda eu estou na iminência de rebentar tal a pressão de tal conclusão........
Todos me dizem o mesmo....
Ai coisa e tal.. Pois é!! De facto... Já achava isso há muito tempo...
Até o gaijo lá dos testes do site da comercial percebeu!!!
Já não há retorno.....
ASSUMO-ME AQUI E AGORA DE VEZ E PARA TODO O SEMPRE: EU SOU A MIRANDA
E MAIS: GOSTO BEM DE SER!!!!
See all in a few days...
(vou labutar para a capital!!!!!!!!!!!!!!)
Bjs mts da Maria Miranda
Receita de Jovialidade de Pablo Picasso
Chegou-me esta receita por mail, achei que devia partilha-la convosco.
"Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixa o médico preocupar-se com eles.
É para isso que ele é pago.
Frequenta, de preferência, amigos alegres.
Os de "baixo astral" põem-te em baixo.
Continua aprendendo...
Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixes o teu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
E o nome do diabo é Alzheimer.
Aprecia coisas simples.
Ri sempre, muito e alto.
Ri até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Aguenta, sofre e segue em frente.
A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.
Mantém-te vivo, enquanto vives!
Rodeia-te daquilo de que gostas:
família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
O teu lar é o teu refúgio.
Aproveita a tua saúde;
Se for boa, preserva-a.
Se está instável, melhora-a.
Se está abaixo desse nível, pede ajuda.
Não faças viagens de remorso.
Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro,
mas não faças viagens ao passado.
Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades.
E lembra-te sempre de que:
A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego:
de tanto rir...
de surpresa...
de êxtase...
de felicidade..."
Pablo Picasso
"Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixa o médico preocupar-se com eles.
É para isso que ele é pago.
Frequenta, de preferência, amigos alegres.
Os de "baixo astral" põem-te em baixo.
Continua aprendendo...
Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixes o teu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
E o nome do diabo é Alzheimer.
Aprecia coisas simples.
Ri sempre, muito e alto.
Ri até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Aguenta, sofre e segue em frente.
A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.
Mantém-te vivo, enquanto vives!
Rodeia-te daquilo de que gostas:
família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
O teu lar é o teu refúgio.
Aproveita a tua saúde;
Se for boa, preserva-a.
Se está instável, melhora-a.
Se está abaixo desse nível, pede ajuda.
Não faças viagens de remorso.
Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro,
mas não faças viagens ao passado.
Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades.
E lembra-te sempre de que:
A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego:
de tanto rir...
de surpresa...
de êxtase...
de felicidade..."
Pablo Picasso
quinta-feira, agosto 31, 2006
Cores.....




Porque muito se tem falado de cores... aqui ficam cores que marcaram os últimos tempos.
Cores que constituem imagens que guardaremos para sempre na nossa memória.
Cores que nos lembram momentos únicos, sentimentos e sensações que nos encheram de plenitude...
Cores que são a promessa de muitas mais cores, sentimentos, momentos, recordações, partilhas,...
Cores....
quarta-feira, agosto 30, 2006
Yooo Ivana, hoje estás de Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!

O people ouviu dizer que fazes anos minha!
Fui a agenda e confirmei, é mesmo verdade, a miúda radical aqui do sítio nasceu neste dia!
Portanto toca a cantar a cançoneta. Esta é só para ti picolé!
YOOO YEEE, ó Ivana
Minha, hoje estás de Parabéns
E a Má-dá aqui
Só te quer desejar
Bués de Felicidades
YOO YEEE, ó Ivana
Vê se aproveitas o dia
E todos os outros que estão para vir
Só faltam 4 anos para os 30
Mas ainda há muito que fazer
YOO YEE, ó Ivana
Só quero que saibas
Que a Má-dá aqui
Gosta muito de ti
YOO YEE, ó miúda
Só para finalizar
Sê bués, mêmo, mas mêmo bués de FELIZ
Kilos de beijos grandes e gordos
P.s. A minha veia poética, como sabes não é das melhores. Foi o que consegui.
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