sexta-feira, fevereiro 25, 2011


É já amanhã o ultimo dia que se pode ver a peça ''Apanhados na Rede'', no Coliseu do Porto.
Nós já fomos ver e uma coisa é certa: boa disposição é o que não falta!!
Adoro o José Pedro Gomes mas o Jorge Mourato foi imparável!!

Ó pra mim na revista (e não é a Caras!!! LOL)

Aviso de antemão que modéstia é coisa que não existe neste post.

Para além de vaidosa, estou tremendamente feliz por ver publicado algo escrito por mim!
Aqui vos deixo, orgulhosamente, a página 62 da edição de Março da Visão&Viagens na qual falo da minha experiência enquanto Mulher em viagens que fiz.
E, prontos, a modos que olhem estou assim ... :) Espero que gostem de ler!

(notinha final: comentário do meu querido esposo «Eh lá, nesta aqui no deserto já pareces as do Sexo e a Cidade naquele filme que se passa em Abu Dabi!!»
Tão fofinho! :))





O textinho:

Se o facto de ser mulher nunca limitou o meu roteiro de viagem, a verdade é que tenho sempre em atenção os aspectos culturais dos locais que visito, nomeadamente no que diz respeito à condição feminina. E o caricato é que, não raras as vezes, o maior cuidado passa exactamente pela escolha do que colocar na mala de viagem!

Recordo, por exemplo, de ter tido um cuidado especial na escolha de roupas discretas na viagem que fiz à Tunísia. E, ainda assim, e apesar de não ter sentido qualquer espécie de discriminação pelo facto de ser mulher, não pude deixar de notar alguns olhares curiosos.

Creio, aliás, que no normal é a estranheza sentir-se de parte a parte, quando se está em culturas com variantes e costumes diferentes da nossa e eu mesma dei por mim a observar de forma indiscreta as mulheres de burca ...

Nunca esquecerei os olhos esbugalhados de uma nepalesa vidrados nos meus corsários. Para ela, habituada a vestes mais femininas, tal terá sido um duro golpe de moda!

Numa visita à Basílica de S. Pedro, no Vaticano, fui inesperadamente barrada à entrada porque vestia uma camisola de alças que punha os meus ombros a nu. A autorização para entrar só me foi concedida após os ter tapado com um lenço. Apesar da tão apregoada modernidade ocidental, aquele lugar atestou ainda existir um precoceito claramente sexual relativamente à mulher... E quem diz Vaticano, diz uma grande parte de locais sagrados.

Já no Brasil, a experiência de feminilidade foi levada ao rubro! Ser mulher e exibir orgulhosamente o corpo é cultural. O samba, a música, a natureza ... um quase endeusamento da mulher faz-nos regressar com uma sensação de «girl power» renascida!

Admito, porém, que se tivesse nascido loura, a coisa seria diferente e teria um cuidado redobrado nas visitas aos países muçulmanos, onde predomina o mito (?) de que as mulheres ocidentais são trocadas por camelos... Aliás, agora que se fala nisso, já fui discriminada, sim! Por ser morena, fui discriminada numa medina marroquina, porque num momento de descontração em que alegremente dançava entre amigos, um comerciante local apenas ofereceu ao meu marido um mísero par de ténis como moeda de troca pela minha pessoa. Absolutamente injusto!

«...Não me peçam cartão de identidade/Pois nenhum outro senão o mundo tenho», sabiamente o escreveu Sophia de Mello Breyner naquele que considero o poema que melhor espelha a minha relação com o mundo e as viagens. E mesmo se tivesse nascido em corpo de homem, acredito que a minha alma de viajante seria exactamente igual!


quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Constatação parva (ou como se faz uma piada mesmo sêca!!)

A Ana Bacalhau dos Deolinda é fixe porque sai à família!

Dream job ...

Cronista de viagens

Ora aí está uma profissão que me enchia as medidas! Acompanhada do meu querido esposo, percorrer o Mundo, enquanto um fotografava e o outro escrevia. Isso é que era e, não raras as vezes, falamos sobre o assunto entusiasticamente.

Para já, e enquanto tal se encontra no plano estelar dos sonhos, contento-me a ler as belíssimas crónicas do Gonçalo Cadilhe que compõem, todos os meses, a sua 'Geografia das Amizades'. Como gostei particularmente desta, resolvi partilhar aqui...


<strong>Um souvenir do Camboja

Dispenso guia e mapa, alugo bicicleta e compro um guardachuva para me proteger: não sei se vai chover, mas sei que vai fazer sol, e nada melhor que um guarda-chuva para me proteger de mais um dia brutal de humidade e calor na selva do Camboja, na orla do passado, nessa varanda debruçada sobre o fantasma do cosmos que é o reino perdido de Angkor.
O meu deslumbramento é previsto. Primeiro, porque já conhecia os templos de Angkor, aliás, da outra vez que os visitei segui à risca as explicações dos guias, as sugestões dos manuais, os itinerários dos mapas. Acordei cedo, cedo; vinte minutos antes do nascer do Sol estava nas portas do maior templo do conjunto monumental, Angkor Wat, estrategicamente posicionado para ver o espetáculo inevitável da explosão quotidiana de cores e rumores, som e luz, de cada amanhecer nos trópicos; contratei um guia e a respetiva motoreta e passámos o dia a saltar de edifício em edifício, são centenas de templos espalhados por uma área de dezenas de quilómetros, escolhi apenas os mais importantes e imponentes.
Ouvi com atenção o que me explicava o mr. Khumi, profissional e paciente como todos os guias em Angkor, as fachadas decifradas, os relevos incompreendidos, o mistério dos rituais religiosos que se perderam nos séculos.
Tirei fotografias com cuidado, escolhendo as perspetivas que mais me comoviam. Comovi-me. Várias vezes. Assim foi a primeira visita, há uns sete ou oito anos.
Desta segunda vez nem guia nem máquina nem mapa nem nada. Apenas uma bicicleta, um guarda-chuva. As bicicletas são como os diamantes, são para sempre. Talvez porque com elas, o vento na cara e o coração acelerado, chegas longe não apenas no espaço mas também no tempo, à época da tua vida em que eras um cowboy, um viking, um guerreiro das estepes, a bicicleta era o teu cavalo e a tua vida era simples e feliz.
Assim me sinto, simples e feliz, na minha segunda visita a Angkor, um dos lugares fundamentais da Humanidade.
CERCA DE 2 MILHÕES DE TURISTAS VISITAM ANGKOR cada ano, prova de que as viagens se democratizaram e são mais acessíveis que nunca. Dois milhões de seres humanos não são boas notícias para a preservação das estruturas antigas, mas são ótimas notícias para as caixas registadoras dos hotéis, restaurantes, bares, pubs, mercados, lojas de souvenirs, spas, clínicas de massagem, bordéis, mendigos, vigaristas, condutores de tuk-tuk e toda a gente que investiu tempo, dinheiro ou talento em Siem Reap, a cidade que serve de porta de acesso ao complexo monumental. Talvez por serem demasiados anos nesta vida a regressar regularmente a todas as Siem Reap do mundo, a todas as portas obrigatórias de acesso aos lugares fundamentais da Humanidade, já nem ligo. Já não me choca o alinhamento de agências todas a propor o mesmo tour ao mesmo preço, o turismo de massa barulhento e meio ébrio a partir da happy hour dos cocktails e das corona, o artesanato feito em série, as antiguidades baratuchas, a vulgaridade. Já nem ligo, desligo. Foi portanto em piloto automático que a vista reparou na pequenina boutique Bloom, entrincheirada entre lojas de quinquilharias e bares de turistas. Voltei atrás dois passos para reparar melhor. Entrei. E conheci assim a Diana.
A Bloom vende sacos de ração de peixe e de frango transformados em bolsas de senhora, porta-documentos, bases de copo, toalhetes individuais, talvez ainda chinelos de quarto e aventais, já não me lembro de todos os objetos que estão à venda na Bloom a partir dos sacos de ração de peixe e da imaginação de um grupo de mães solteiras do Camboja. A ideia de criar a boutique cooperativa Bloom veio a partir de umas férias que a Diana e o marido Alan passaram em Angkor há seis anos. Uns amigos do casal estavam a trabalhar em Phnom Penh na organização Riverkids e de conversa em conversa a Diana tomou conhecimento de várias situações de miséria desesperada das favelas da capital do Camboja. A que a impressionou mais foi a de mães que vendiam os filhos à nascença para adoção no Ocidente.
"Não vou regressar para casa", declarou a Diana ao Alan. "Vou ficar aqui a lutar contra isto, a aliviar esta pobreza." A "casa", para a Diana, era Singapura e o emprego de general manager do grupo editorial Fairfax. Mas ela estava cansada e infeliz com essa vida que descreve "tão orientada para o consumo materialista". O marido concordou com a mudança, ou melhor, "compreendeu que não valia a pena contrariar-me", conta divertida.
Mas a Diana não queria vir fundar mais uma ONG no Camboja. "O mundo está cheio de ONGs que só servem para manter os problemas, não servem para os resolver", avisa, furiosa.
"Este país é um exemplo do dano das ONGs e da 'caridade' do Ocidente: todos os anos entra 1 bilião de dólares de ajuda internacional para combater a pobreza nos cofres do Estado. Para quê então acabar com a pobreza? Acabar com a principal fonte de rendimentos do Estado?" Num país em que o salário mensal de um empregado de mesa é de 60 euros, sem férias, sem segurança social, seis dias de trabalho por semana, a Bloom emprega dez pessoas que trabalham cinco dias por semana e recebem 70 euros por mês, férias pagas, licença de maternidade e outras regalias sociais. "Quem quiser ajudar a Bloom", conclui a Diana, "não tem que doar dinheiro nem coisa nenhuma. Só tem, simplesmente, que ser nosso cliente." Para ser feliz num dos lugares fundamentais da Humanidade não é preciso muito, basta uma bicicleta ao vento e um olhar seletivo sobre os souvenirs autênticos à venda pelo meio de tantos milhões de turistas, tanta vulgaridade e tanta indiferença à miséria.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

É que estou mesmo a ver as vagas a esgotar rapidamente!!



A ANJE presenteou-me esta manhã com um email de divulgação de um Workshop fenomenal.

Senão, leiam:

WORKSHOP MEDITAÇÃO - NÍVEL I

ENQUADRAMENTO
Sensibilizar empresários e quadros das empresas para a importância crescente da meditação enquanto técnica de apoio a profissionais que acumulam diversas responsabilidades é o objectivo do workshop (...)

Partindo de breve reflexão sobre a ética nas empresas, a formadora Isabel Leal acabará por demonstrar a importância do sistema energético e dos exercícios de respiração enquanto técnicas de apaziguamento, de bem-estar pessoal e profissional e ainda de redução de riscos cardiovasculares e outros estados fisiológicos emocionais e mentais negativos.

CONTEÚDOS
- Código de ética
- As funções físicas básicas
- O sistema energético
- O relaxamento
- A respiração
- A postura
- As mudras, posições de mão
- O poder pessoal
- Os mantras, o poder da palavra
- A lei da atracção - visualizações e concretização
- Meditações guiadas
- Gestão emocional
- Energia de grupo
- Ligação e estímulo do potencial criativo
- Exercícios práticos e criativos

FORMADORA
Isabel Leal
- Formadora de reiki e meditação;
- Palestrante na área de stress management e prevenção de questões cardiovasculares;
- Palestrante na área de novas técnicas de apoio escolar;
- Coaching a equipas de projectos educacionais;
- Participação mensal escrita para revista Zen Energy, 100% Natural e revista Coisas de Criança;
- Colaboração no portal Sapo - Astral, Kids, Zen;
- Escritora.

PREÇOS
Associado: 80 Euros
Não Associado: 100 Euros


Depois de ler isto, fiquei realmente convencida.
Acredito realmente que Administradores e Gestores deste país, tipo Paulos de Azevedo, Américos Amorins, Antónios Mexias e outros que tal, estão de facto a precisar de se enfiar numa sala a escutar alguém a dissertar sobre estes temas (ou não).
De qualquer das formas, vale pela intenção.
E quanto mais não seja, se a senhora falar de ética a coisa não estará totalmente perdida.
Já estou a imaginar todos de olhos fechados e mãos dadas a meditar e a proferir mantras do género:

« Não tratarei os meus subordinados abaixo de cão.
Serei menos cabra para os meus funcionários.
Tentarei reduzir em 10% o nº. de mentiras que digo por dia aos meus fornecedores, funcionários e clientes.
Tentarei reduzir em cerca de 25% os meus julgamentos sobre as pessoas baseados na sua aparência e posses pessoais
Perceberei que o lucro deve apenas passar a ocupar 99,9% dos meus pensamentos ao invés dos 200% actuais.
Tentarei dormir mais em estado ZZZZZZZZZZZZZ e um pouco menos em estado €€€€€€€€€€ »

(Percentagens em mantras?! Ah sim, que isto de Workshops para Administradores e Gestores tem que ter indicadores objectivos!! E se a formadora não se empenhar especificar o retorno do investimento relativamente ao valor pago pelo curso, então aí pode tirar o cavalinho da chuva que não lhe aparece ninguém!!)

terça-feira, fevereiro 22, 2011



Ao olhar para esta imagem, muitas outras passaram de rajada pela minha mente ...

Those happy days when ...

- tomavámos banhos de mangueira no Verão no quintal de casa;

- costurávamos roupinha para a Barbie e fazíamos desfiles de moda;

- riamo-nos às gargalhadas enquanto jogavamos ao limbo nos aniversários;

- organizavamos concursos de dança com música da moda: lambada, dirty dancing (!) ...

- forravamos as paredes do quarto e as portas do roupeiro com posters dos nossos heróis (Patrick Swayze, Tom Cruise, Macaulay Culkin, Luke Perry, Jason Priestley, ...) ;

- ansiavamos por completar a Caderneta de Cromos do Beverly Hills 2010 (havia sempre cromos que nunca saíam no Bollycao!);

- compravamos gominhas e flocos de neve à saída da escola e íamos a «mordiscá-las no caminho até casa;

- enchiamos balões com ar e colocavamo-los no peito e rabo, encenando desfiles de mulheres crescidas e voluptuosas ... A risota era tão grande que doía a barriga de tanto rir!!!

- arriscavamos saltos do tabuleiro superior da Piscina de Espinho e ficavamos dentro de água até a pele nao mais poder enrugar!

- ficavamos horas ao telefone com as amigas a(para desespero dos pais na conta do final do mês!)ainda que acabassemos de ter estado com elas;

- comemoravamos cada aniversário como se fosse o acontecimento mais importante do Mundo, com direito a roupa nova :) e preparavamos surpresas para todas (crónicas, desenhos, ...)

... a lista continua ... e eu sorrio por me saber dona deste tesouro tão valioso. :)

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Às vezes as imagens valem mesmo mais que mil palavras ...

Are you obsessed with the right things, perguntam eles..
Pois ... a verdade é que, muitas vezes, não, não estou ...



Uma boa supresa

Apesar de ter torcido o nariz aquando da escolha, a verdade é que o filme surpreende e cativa.
Gostamos!

A Srª Bigelow mereceu a estatueta!

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Até logo, se Deus quiser!

Foi assim que hoje uma senhora se despediu na padaria ao pequeno-almoço.

Não pude deixar de pensar no sentido desta frase, se pensar que há dois dias atrás estava de carro a passar pela Praça do Império, poucos momentos depois de uma árvore antiga ter caído, devido à força da ventania, em cima de uma viatura que, tal como eu, circulava na rotunda.
O condutor faleceu.
Penso que, no seu caso, Deus parece não ter querido que ele tivesse mais um «logo» nesta vida ...

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

«Geração à rasca» ...

Ontem passou na SIC uma reportagem intitulada «Geração à rasca».

Bastante sensacionalista, extremamente deprimente mas reconheço que … realista, também.

Revejo-me nesta geração também ontem denominada como «Geração Deolinda».
A geração genialmente apelidada por este grupo musical como «Geração Casinha dos Pais». Pais que lutaram para que os seus filhos pudessem ter acesso àquilo que eles mesmos se viram privados na altura em que eram novos.
Pais que incentivaram e financiaram os seus filhos a prosseguirem estudos, crentes de que o «canudo» seria garante de estabilidade financeira e estatuto social privilegiado.

Pais que nunca sonharam ter os seus filhos a morar sob o mesmo tecto aos vinte e cinco, trinta, trinta e cinco anos, senão mais!
Pais que admiro porque persistem na luta pelo sonho dos seus filhos, trabalhando com afinco para ajudar os seus filhos no que for preciso (apesar de alguns deles poderem estar já na reforma). Pais que motivam, que alimentam a auto-estima debilitada de jovens a quem um dia prestaram ilustre homenagem na imposição das insígnias e chamaram de «senhores doutores» mas que nem uma resposta são dignos de ter quando respondem a anúncios de emprego.

Pais que me abordam e me entregam em mãos o Curriculum dos seus filhos, com olhos de gratidão antecipada postos em cima de mim, que pouco ou nada posso fazer por si, mas que em mim parecem depositar todas as esperanças do Mundo.
Tenho o maior respeito por esta geração que luta com muitas dificuldades em todas as frentes. A quem negam trabalho por falta de experiência e a quem negam trabalho por excesso de qualificações.

Custa-me muito passar os olhos por milhares de candidaturas que forçosamente tenho que excluir porque as vagas são limitadas. Guardo todas essas candidaturas pelo respeito que me merecem e tento (embora às vezes admita que não consiga por constrangimentos de tempo) responder a todas.
Sei que o texto é «chapa 5» que as pessoas estão fartas de ler que a sua candidatura fica em base de dados mas pelo menos acredito que dei um feedback à pessoa por detrás do papel, do email …

Acredito que quem está, como eu, numa posição mais confortável, empregada, com remuneração, enfim … que pode de alguma forma levar adiante alguns dos seus sonhos ao invés de os adiar continuamente por falta de condições, tem o dever de se esforçar um pouquinho mais.
Sei que andamos em tempos em que apetece fugir desta realidade e subitamente encontrar-nos debaixo de um chaparro a escutar o zumbido de abelhas. Tenho a noção de que não só os meus níveis de motivação andam na rua da amargura, como também andam os da esmagadora maioria dos meus colegas. Sei que o salário é sofrível e que está congelado há anos sem que ninguém dê uma única satisfação para que tal aconteça (até porque os resultados anuais têm sido positivos). Sei que vivemos tempos de crise instalada, mas custa-me ver que mais do que financeira, vivemos uma crise em termos de solidariedade e de entre-ajuda. É um salve-se quem puder, um baixar de braços colectivo, um querer gritar mas nem isso fazer porque o mais certo é todos ouvirem mas ninguém deitar a mão …

A Inês Pedrosa dizia numa das suas belas crónicas de fim-de-semana que temos que dar alento a estes jovens, porque tal como ninguém adivinhava a revolução tecnológica espantosa que aconteceu em tão pouco tempo, a mesma incerteza e imprevisibilidade se pode aplicar aos tempos vindouros. E que, por isso, mais vale ter esperança que esses serão de prosperidade, de emprego, de novas oportunidades. Tento abraçar esta ideia e não a largar, segurá-la com firmeza!

Numa altura em que as audiências se concentram num programa que procura o talento em Portugal só me ocorre pensar que esta geração é talentosa, só é pena que todos teimem em negar-lhes palco…

A reportagem de ontem terminou ao som da genial letra dos Deolinda e pensei para comigo que até nisto eles têm razão: «Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?/ Há alguém bem pior do que eu na TV.»

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Quando...

- dou por mim a fazer listas mentais de supermercado às oito e meia da manhã à semana, e troco a hora de almoço por uma ida ao Modelo;

- entro no site da Vaqueiro mais do que três vezes por semana e faço pesquisas por «ingrediente»;

- acho fantástica a minha nova aquisição composta por um Kit para limpar os vidros lá de casa e, pior, falo disso a toda a gente como se fosse a descoberta do século!

- anseio por um ferro de caldeira e começo a imaginar-me, feliz, a passar camisas a ferro com zero vincos!

- levo e dou raspanetes quando algum de nós leva comida para a cama sem levar um pratinho para não deixar migalhas.


... percebo que baixou completamente em mim a:





Soooocooooorrrroooooooo!

Uma visão tragico-cómica sobre as relações amorosas.



É fantástico aquilo que se pode encontrar no Youtube ...

terça-feira, fevereiro 15, 2011

É do BEST!


"Do Jeitinho que És (Ispantosa)"

Música fofinha do dia de S. Valentim


É favor praticar o amor!


Letra: Vasco Palmeirim
Música original: Bruno Mars, 'Just The Way You Are'.


DOWNLOAD, AQUI: http://http//radiocomercial.clix.pt/podcast/index.aspx?id=12


Os seus olhos, seus olhos
Piscam muito devido a um tique nervoso
O cabelo, o cabelo
Cheira a flores do campo. Ou será quitoso?
Ela é linda...
E eu digo-lhe todo o dia!

Eu sei, eu sei
Que aquilo que quero é tê-la ao meu lado
Pegar na mão dela
Que tem cheirinho a refogado

E sempre que ela me pergunta ¿estou bonita?¿,
É isto que eu digo:

Quando vejo tua face
Não há nada que eu mudasse

Porque és Ispantosa
Do jeitinho que és.

Quando te vejo à frente
Tu sorris e eu noto que te caiu mais um dente
E mesmo assim és ispantosa
Do jeitinho que és.

As suas unhas, suas unhas
São cortadas só com uma broca
O seu riso, o seu riso
É relativamente parecido com uma foca

Ela é linda
E eu digo-lhe todo o dia
E quando ela vai à rua
De chinelos e peúga
Ela mostra a todos o seu charme
E a sua verruga
E sempre que ela me pergunta ¿será estou bonita?¿, eu diiiiigo:

Quando vejo tua face
Não há nada que eu mudasse
Porque és Ispantosa
Do jeitinho que és.

Quando te vejo à frente
Tu sorris e eu noto que te caiu mais um dente
E mesmo assim és ispantosa
Do jeitinho que és.

És ispantooooooosa
Marabilhosa
E foi o Umberto Eco que escreveu o Nome da Rosa
ai foi, foi!

Porque afinal quem vê caras não vê corações! E, quem feio ama, bonito lhe parece! And so on, so on and so on!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

domingo, fevereiro 13, 2011

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

« A vida normal por Carla Machado
PUBLICO, 24.8.2006


Todos passamos a vida a desejar a vida que não temos. Queixamo-nos do emprego, dos colegas que são chatos, do chefe que não nos dá valor, do muito que trabalhamos e do ordenado que é fraco.Reclamamos do tempo, que chove e não se pode ir à praia, que não chove e faz mal à agricultura, do sol que é pouco ou demasiado, do suor, do frio e do vento, do calor que nunca mais se vai embora e do Verão que nunca mais chega.A família cansa-nos, mas odiamos quando esta nos ignora; dizemos mal do amigos sem os quais não sabemos passar; suspiramos pelo fim do serão em que as visitas se vão embora, mas despedimo-nos combinando um novo jantar.Estamos fartos dos filhos, mas passamos o tempo a falar deles e a mostrar as suas fotografias aos amigos. O barulho que fazem enlouquece-nos, mas o silêncio da sua ausência é insuportável.Queixamo-nos do marido ou da mulher, que não são como dantes, que nos irritam, que não nos surpreendem, mas suspiramos quando nos faltam e reclamamos quando fazem alguma coisa com a qual não contávamos.Estamos no Algarve a suspirar pela frescura do Minho, no Minho damos por nós desejosos da brisa costeira, na cidade irrita-nos o artificialismo e em Trás-os-Montes formigamos com a ânsia de fugir à ruralidade.E do país, todos nos queixamos do país até ao momento em que "lá fora" concluímos com um orgulho disfarçado que realmente "comer, comer bem, só mesmo em Portugal".De queixume em queixume, passamos pela vida muitas vezes sem deixar verdadeiramente que a vida nos atravesse. E só quando somos roubados ao quotidiano que tanto maldissemos damos conta do tempo que perdemos nos lamentos sobre o tempo que os outros nos fazem perder.Há pouco mais de um mês, numa consulta que era suposto ser de rotina, foi-me diagnosticado um tumor. Felizmente benigno, como soube após 24 horas de espera. E, tal como seria de prever, naquele momento inicial em que o espectro de algo mais grave ainda não tinha sido afastado, o meu pensamento imediato foi: "Mas afinal porque é que eu estou aqui, afundada em Braga a trabalhar, em vez de ter já há muito tempo fugido para Bora-Bora?" Passado contudo tal instante, e nas 23 horas que se seguiram, foi da vida normal que tive saudades antecipadas. A vida normal: trabalhar, ir ao cinema, abraçar quem amo, rir-me das pequenas parvoíces do quotidiano, ver a minha filha a dormir e sentir o seu cheiro.A vida normal está aqui mesmo ao lado. E aposto que Bora-Bora tem imensos mosquitos.»


Descubro este texto hoje, quando há apenas três dias atrás recebi a notícia trágica do desaparecimento precoce da autora deste texto. Uma mulher admirável, uma guerreira.
É na adversidade que nos deparamos muitas vezes com a lucidez.
Palavras carregadas de sabedoria que vou tentar recordar e aplicar diariamente.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

A desmancha prazeres ...

Verdadeiramente hilariante!
Caso para dizer: Are you really talking serious?!

Encontrei esta pérola algures na web e achei que devia partilhar … Um alerta à comunidade!
Quase que aposto que quem escreveu este fabuloso artigo usa um número de soutien pequenino … mas isso já sou eu a congeminar …

Melhor é mesmo ler e tirar as próprias conclusões …

«Peito grande pode causar muitos problemas!Apesar de muitas mulheres sonharem ter o peito grande, este também tem muitos pontos fracos
Muitas mulheres queriam ter o peito grande, mas muitas vezes não sabem que ter o peito grande também tem desvantagens.

O peito grande não cabe na palma da mãoApesar de muitos homens acharem o peito grande muito atractivo e excitante, é pouco prático no que respeita a brincar com ele durante o sexo.
O homem consegue segurar peitos pequenos e médios na sua palma da mão, massajá-los e brincar com eles; fazê-lo com peitos maiores é ligeiramente mais difícil porque a palma da mão não é suficientemente grande.

O peito grande pode ser um obstáculo durante o sexoSe o peito for demasiado grande, pode tornar-se um obstáculo durante as relações sexuais. O tamanho pode tornar determinadas posições sexuais impraticáveis. Por exemplo, na posição de missionário, o homem não consegue pressionar o seu corpo contra o da parceira se ela tiver o peito grande. O problema também poderá surgir se a mulher quiser colocar a cabeça do parceiro no peito, no calor da paixão, porque ele terá dificuldade em respirar.
(…) »

Confesso que a primeira desvantagem é realmente arrasadora para quem pensa colocar umas próteses de silicone. Aliás, depois deste artigo e deste argumento, antevejo uma ida massiva a clínicas para realizar cirurgias de redução mamária! Ou então, e depois disto, não será só o tamanho de outras partes do corpo que contam. Afinal, o tamanho da palma da mão do parceiro (ou, parceira!) é fundamental!

Gosto sobretudo do cuidado em fornecer um exemplo ilustrativo do segundo argumento. Penso que só assim não restam dúvidas de que isso de bustos generosos é uma coisa de tal modo nefasta que chega a ser perigosa, ao ponto de sufocar alguém!!
Cuidado!!

Nasa apresenta: o Sol em 3D



Fico fascinada com a beleza da Natureza ...
Estas imagens são absolutamente assombrosas.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Several notes to self...

Urge visitar aqueles que mais amamos com regularidade.
Dizer-lhes o quanto gostamos deles, o quanto significam para nós.
Telefonar, escrever, email(ar) para aqueles que estão distantes no espaço mas não no nosso coração; diminuir distâncias e matar saudades.
Regar o nosso jardim de afectos com muito amor e dedicação.
Cuidar bem de nós, cuidando bem dos outros.
Aceitar-nos como somos, com defeitos e virtudes.
Agradecer a vidinha santa que temos, apesar de nos queixarmos de coisas tão simples como o facto de o tipo da padaria nos ter servido uma 1/2 leite fria ...
Perceber o quão abençoados somos por termos saúde, um lar, uma família, amigos …
Não são aceites desculpas, nem adiamentos.
Porque só temos uma vida, uma oportunidade.
E vale a pena esforçarmo-nos por não a desperdiçar antes que seja tarde demais.

(O mundo viu desaparecer hoje mais uma grande Mulher. Que deixou a sua marca em muitas pessoas, incluindo a mim, que tive o privilégio de a ter conhecido. Mais uma estrela no firmamento …)

Nada como começar a manhã percebendo que temos um herpes no canto da boca!

Die, evil herpes, die!!

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Coisas que vejo por aí ...

A adolescente imberbe entra no salão. Pedem-lhe que aguarde pela sua vez. Senta-se, pega num catálogo de penteados e desfolha-o, descontraída.
Na sua mente, bailam imagens do penteado que vai alterar definitivamente o seu visual, que a irá catapultar aos olhos do rapaz mais lindo do liceu…
Eis que chega a sua vez.
Colocam-lhe uma bata, pedem-lhe que se sente. Enquanto lhe lavam a cabeça, continua a sorrir a pensar naquela mudança e na reacção dos outros …
Será o máximo!
De toalha enrolada na cabeça, encaminham-na para uma cadeira.
À sua frente, um espelho reflecte a sua imagem. Decide que aquele é o momento da despedida do seu antigo eu.
No reflexo surge a imagem daquela que será a fada madrinha da transformação.
«Então, como vai querer cortar?» - pergunta, enquanto lhe desembaraça o cabelo com um pente.
Os seus movimentos são bruscos e sente algum desconforto perante a pouca gentileza … Responde.
«Franja, a direito!»
E, de repente, aquilo que seria idílico transforma-se num cenário horrendo.
«Franja a direito?! É que vai-lhe ficar horrível!»
Subitamente, os olhos enchem-se de água.
Perplexa, emudece enquanto o ser grotesco continua:
«Ah, não faça isso, que horror! Olhe vamos é cortar escalado e dar volume que isso é que se usa…»
A voz regressa e, de fininho, diz:
«Pronto, olhe, deixe lá. Corte só as pontinhas, se faz favor… »

Da perfeição do Cisne Portman ...



Eu só queria ser perfeita”, diz a personagem de Natalie Portman a certa altura de “Black Swan” ...
A desilusão enlouquece as pessoas. Os perfeccionistas perseguem objectivos com tal obsessão que perdem o sentido da realidade …
Cisne Negro dá pinceladas numa possível esquizofrenia de Nina, e vai apresentando aos poucos o seu mergulho num processo psicótico cada vez mais profundo. A partir de certo momento, ela não consegue mais distinguir entre a realidade e a alucinação, e passa a agir indistintamente em função de qualquer uma das duas como se fossem a mesma coisa.
Com a música envolvente de Tchaikovsky, percebemos na bailarina, o tempo todo, a rapariga perfeita construída socialmente: um cisne branco frígido, estéril e incapaz de aproveitar todo o seu potencial expressivo; e o cisne negro que se debate pela liberdade, agressivo, destruidor, erótico, e completamente estético.
O lado bom e o ruim convivem com a mesma pessoa.
Cisne Negro representa talvez um medo comum de que a fronteira entre o bem e o mal não seja nítida, de que para realizar coisas boas e belas podem ser necessários actos que sejam feios ou condenáveis.
Óscar para melhor filme? Duvido. Mas quanto a Melhor Actiz, será uma injustiça se Natalie não levar a estatueta para casa.
Em seis meses, ela sem dúvida transformou-se no Cisne Perfeito!

sábado, fevereiro 05, 2011

Directamente do meu fim-de-semana britânico...

.. aqui ficam algumas cenas deliciosas do Family Guy. Não sou fã da série, mas acho que nestes excertos estão talvez dos melhores momentos da série. Naquilo que é talvez um grande cliché acerca da cultura britânica!!!





quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Anseio pelo fim-de-semana ...

Expectativas em alta para ver e ouvir :



A música é absolutamente sublime.

Dá que pensar ...

O meu pai tem 74 anos e faz diariamente a pé o percurso que vai do Marquês ao Cais de Gaia.

Nas suas palavras, apesar de o frio convidar a ficar em casa «-Não se pode fazer a vontade ao corpo».

Eu tenho 30 anos e queixo-me de andar mais de cinco minutos a pé ...

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

...

Vocês sabiam que hoje é o Dia Mundial das Zonas Húmidas?

Já festejaram?

A Mulher que calçava sapatos de homem

Tirando os aspectos negativos de ter que andar de autocarro todas as manhãs (que são alguns, é certo, mas aos quais sobrevivo) confesso que acho divertido o facto de começar a conhecer as pessoas que, de segunda a sexta, me acompanham na viagem.

Entre elas, existem duas senhoras muito castiças, mas destaco a mulher que calça sapatos de homem.
Não é jovem, podia ser minha mãe. Usa roupas femininas, banais mas nos pés traz sempre calçado tipicamente masculino.
Num dia, mocassins pretos em verniz, noutros sapato de atacador em camurça castanha, entre outros modelos.
Dou por mim a olhar para os pézitos desta senhora curiosa por saber o seu sapatito do dia e, sobretudo, a pensar que ela tem uma ganda pinta!!

Nos restantes momentos da viagem em que não vou entretida a olhar para os pés dos passageiros, fecho os olhinhos e «medito» :)

Saudosismo ...



Este Vitinho é uma ternura!

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Ainda sobre cabelos (como é possível?!)

Hoje de manhã, ao finalizar o penteado, abro a gaveta da casa de banho, tiro a laca para fora e «Tzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz» no cabelinho.

Ao meu lado, atónito, com metade de cara barbeada e a outra metade coberta de espuma, o meu rico marico, diz-me:

- Laca?! É oficial, tu estás mesmo COTA!!

Depois de me partir a rir, respondi:

- COTA mas impecavelmente penteada, ah pois!!