quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Azeite Galo a cantar desde 1919


Durante os últimos dias uma palavra tem-me invadido a mente muito frequentemente. Tem 3 letrinhas : O (origami), P (piripiri) e A (ai a bida!)

OPA para aqui
OPA para ali
OPA para acolá

Faz-me lembrar de quando era pequena e usava a mesma OPA como uma interjeição sempre que me esticava para por exemplo conseguir chegar ao móvel alto da cozinha para pegar um simples copo.

Mais atrás ainda no tempo, OPA (leia-se ÔPA!) era o que os meus pais me diziam sempre que caía na altura em começava a dar os primeiros passos. Era um incentivo a pôr-me em pé para voltar a tentar.

OPA (leia-se Ó Pá!!), quando é que isto termina!??
Isto já não é nada como antigamente...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Nem tudo o que vem à rede....


Praia de Matosinhos, manhã de domingo em Fevereiro. Ao longe a "instalação artística" símbolo de modernidade. Em primeiro plano o lixo trazido pelo mar ao longo dos meses não balneares. Terra de mar e de horizonte... Portugal, jardim à beira mar plantado...
Porque nem só de amor, emoções e narrativas vive o Bacalhau.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Quem parte e reparte fica sempre com a melhor parte, dizem.
Isso agora já não sei, porque quando reparto o meu kit kat aqui no trabalho, o que é certo é que fico amuada...Ah e tal, ser generosa, partilhar e tudo, tudo...
Fico é desconsolada!!

Mas vendo as coisas por um outro prisma, o que é certo é que quando isso toca a partilha de algo mais substancial, como um abraço, um carinho, um beijo...um segredo...bem, aí realmente tocamos o céu !!

Uma grande maioria de nós também espera generosidade alheia para connosco, especialmente quando esta toca a pessoas mais familiares...mais intimas...Desejamos secretamente que o nosso pai, na eventualidade de ganhar o Euromilhões, nos presenteie generosamente com uma boa maquia. Ah e tal, não é bem assim! Não é bem assim?! Digam lá se não é verdade que se isso acontecesse e ele não vos desse nada, nem vos pagasse uma pizza para celebrar, não iam sentir-se um pouco desiludidas com tal atitude?!
Iam sim e não vale negar!! E mais!! Iam começar a ouvir na cabeça a musiquinha de abertura da rubrica do Markl do Livro dos Porquês: ‘’Porquê, porquê, porquê, porquê?
’Porquê, porquê, porquê, porquê? ’Porquê, porquê, porquê, porquê? ‘’ e quando dessem por ela estavam reféns dessa cantilena, e ela tinha-se espalhado pelo vosso cerébro, entrado na corrente sanguínea e alterado o vosso ADN!!!
Medo? Tenham muitoooo meddoooooo....BÚ!! (assustei-vos? :))

Mas....esta lenga lenga toda para partilhar algo convosco. Algo que descobri assim por acaso e que me prendeu...me fez sair um pouco desta rotina e destes dias cinzentões (já sabia bem o arzinho da Primavera, não é? Anda esquisita a moça!! Já desde o ano passado que continua uma insolente!!)

Ponto em comum a todos os contributors deste blog sublime...ADORAMOS VIAGENS!!

Seja dentro do País, fora dele, para a montanha, para a cidade, para o campo, para o deserto, para o mar, para o rio, para as cataratas de Niagara (ãh, era uma boa não era?!)

E no fundo, no fundo, se nos saísse o Euromilhões aposto a minha unhinha do mindinho que todos usaríamos um bocadinho desse rio de notas para cumprir o desejo de viajar, de correr partes do Mundo, acrescentar-nos a nós mesmos com o que veríamos, conheceríamos... Am I right or not??

Sem mais demoras, um site fantástico, inspirador e quem, sabe, útil para viagens em breve. Quem sabe....basta que acompanhemos a Rota do Vento...

Explorem: http://www.rotasdovento.com/

Bom Fim de Semana, para quem fica, para quem parte e para quem regressa!!!
Façam boas viagens!!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007



Há muito que não ouvia Jeff Buckley...um pouco nostálgico, mas considero bonito e simples.

''It's never over, my kingdom for a kiss upon her shoulder... ''


E ao anoitecer

e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia

Poema de Al Berto

segunda-feira, fevereiro 19, 2007


Uma linda índiazinha moreninha veio ter comigo e estendeu-me a pequena mão:
Anda brincar aos índios – diz-me ela!

Acedi ao pedido, e ali na sala andamos em rodopios, a bater com a palma da mãos na boca de modo a fazer soar o típico som dos índios, na dança da chuva....

De repente, uma ainda mais pequena Minnie com ar de arisca lança-me um olhar matreiro e rapta-me do acampamento índio e faz-me sua refém:
Agora ficas aqui, a brincar comigo!!

Não!!
– disse a índiazinha.
Xim!! – ripostou a Minnie picolina...

Ei, tenham calma!! E se brincássemos as três? Ah, fazíamos um acampamento índio com uma minnie e uma ...eu!

E tu eras o quê?? -perguntaram a indiazinha e a Minnie.

Eu? Eu era a Chefe da Tribo!! Eu era a Pocahontas!!


Ehehhehehhehe!


Este Carnaval serei a Pocahontas ...
Terei o meu ‘John Smith’ noutra ilha, mas ainda assim sempre na mente e no coração.
Por cá, ficarei com a minha tribo de endiabradas, os meus tesouros...

Ainda que não ligue particularmente ao Carnaval desejo a todos um excelente Carnaval!!
Com confettis e serpentinas! (também eram daquelas que faziam 'concertinas' com as fitas de Carnaval?? :)?)

Aproveitem o dia da melhor forma que puderem e souberem!


sábado, fevereiro 17, 2007

Emptiness


Onde estás?

Para onde foste?

Quando partiste?

Não me lembro.

O teu rosto desvanece aos poucos. Todo o teu ser vai desaparecendo da minha memória. Lembro-me que tinhas um corpo lindo, quase perfeito. Alto, muito moreno, pestanas compridas e espessas e uns enormes olhos do mais banal castanho.

Pegavas em mim ao colo na cozinha e fazias-me rodopiar. Eu tremia com medo de cair ao chão. Uma psicose qualquer que nunca ultrapassei, nem mesmo com os teus insistentes e reconfortantes sussuros no meu ouvido: “Eu nunca te deixaria cair!”

Quando é que tudo acabou??

Olho a janela. Nunca mais parou de chover desde que percebi que já não estavas ao meu lado.

Não sei onde estás.

Não sei para onde foste.

Desapareceste simplesmente.

Penso que deveria estar tão envolvia nas minhas neuroses que não me apercebi do desenlace desta história. Ou então bloqueei esses acontecimentos da minha memória. É possível. Quando a minha irmã Cristina morreu, com apenas 14 meses, eu uma menina de 7 anos curiosa, vivaça e cheia de energia, apaguei de tal forma aquele acontecimento da minha vida que para mim era como se a minha irmã nunca tivesse existido. Nunca mais falei dela. No dia em que se passavam 10 anos sobre a morte de Cristina entrei na cozinha onde a minha mãe preparava o assado de domingo e disse: “Mãe vou levar uma rosa a Cristina!”. A minha mãe quase desfaleceu de susto. Durante 10 anos eu não tinha manifestado qualquer sinal de me lembrar da minha irmã. Nenhum. E agora estava frente a ela vestida com a minha roupa de domingo, com uma rosa branca na mão e a dizer que ia visitar Cristina. A minha mãe deu-me um beijo molhado de lágrimas e voltou ao assado. Percebeu que era um caminho que eu teria de percorrer sozinha.

Quanto tempo demorarei agora para me relembrar do que se passou?

Angústia-me esta névoa. Ao inicio era apenas uma nuvem sobre os últimos instantes ou momentos ou dias da nossa vida em conjunto. Não sei bem medir o fim, porque simplesmente não me lembro. Depois os dias foram passando e a nuvem multiplicou-se, cresceu e foi cobrindo a memória que eu guardava de ti, de nós.

Ás vezes dou por mim a pensar se não teria sido melhor bloquear-te de vez como fiz com Cristina. Mas depois fecho os olhos e lembro-me do sabor dos teus beijos. Como eu adorava os teus beijos. Acho que era o que eu mais gostava. Claro que adorava fazer amor contigo, abraçar-te forte e enrolar as minhas pernas nas tuas, mas os nossos beijos eram deliciosos. O sabor da tua boca. Dava-te o primeiro e já não conseguia parar. Por vezes evitava beijar-te pois sabia que is ser tão dificil parar.

Mas na maior parte do tempo penso mesmo que seria melhor esquecer-te de vez. Já não passas de um rosto desvanecido na minha memória, ao qual associo a lembrança de doces beijos e alguns momentos que também vou esquecendo. Por vezes esforço-me por esquecer partes da nossa história, pois parece-me que a memória se gasta com o uso. Talvez tenha sido isso que aconteceu. Terei eu invocado tanto aquele momento final que o desgastei e ele se desvaneceu-se na minha memória? Confesso que me aborrece não perceber o que se passou. Viver nesta incerteza.

O que te aconteceu?

Onde estás?

Que me disseste antes de desaparecer?

Para eu esperar por ti?

Para te apagar da minha vida?

Estou a obedecer ao que me pediste ou não?

Pediste-me algo?

Estou completamente perdida neste quarto grande demais para mim. Era o nosso quarto. Sim, lembro-me como o decoramos juntos. Estava horrorosamente mobilidado quando nos mudamos. Depois da mudança para o novo apartamento passámos os primeiros sábados perdidos em mercados e lojas de decoração. Foi delicioso ir decorando o nosso quarto aos poucos, devagarinho como quem constrói algo que nunca foi feito. Mas já nada faz sentido nesta decoração à minha volta. Tu não estás aqui neste espaço que não é meu, pois era nosso.

Que faço?

Deito tudo fora? Porque talvez não voltes nunca. Talvez mo tenhas dito, num derradeiro berro com que te despediste de mim nessa brutal discussão.

Guardo tudo para quando voltares? Vais voltar? Talvez tenha sido isso que me sussuraste ao ouvido nessa última conversa.

Ou saio daqui e deixo tudo para trás? Sem destino parto. Se me amares e voltares para me procurar, empreenderás todos os esforços para me encontrar. O amor é assim. Li algures.

Não sei que faça.....

Acho que vou dormir e penso nisso mais tarde. Talvez me lembre de ti um pouco menos. Talvez não. Confesso que não aguento muito mais isto. Vou tomar um comprimido e dormir. Ao menos aí os teus fantasmas não me magoam tanto.

Ou será que isto é que é um sonho e esta é que é a dor real?

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Porque aqui a donzela em cabelo em breve ficará sentadinha à espera do regresso do seu amado, aqui deixo em homenagem a todos os cavaleiros andantes e viajantes e elegantes, uma ''cantiga de amigo''... em solidariedade com todas as donzelas que, como eu, estão prestes a descabelarem-se com as saudades!!!

Naquele tempo, os trovadores é que a sabiam toda, não era? Aqui vai então uma dose de ''cóltura'' medievale!

Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?

(...)

D. Dinis

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Amigo/as e Amizades

“Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim… do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe… nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices…
Ai, os dias vão passar, meses… anos… até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo…
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: “Quem são aquelas pessoas?
Diremos… que eram nossos amigos e… isso vai doer tanto! – “Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!”. A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente…
Quando o nosso grupo estiver incompleto… reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrimas abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim cada um vai para seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo.
Por isso fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam causa de grandes tempestades…
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”

Fernando Pessoa

Carta aberta ao Mister Gúgle...e alerta geral aos contribuidores do ‘’Bacalhau’’

Dear mister Gúgle,

Dirijo-me a vossa senhoria virtual no sentido de expôr a situation really aborrecida.
Vai daí que certo dia andava eu na vidinha do costume, ora posta daqui ora comenta dali, que o ‘Bacalhau com Natas’ é para mim como se fosse um filho fruto de inseminação virtual e, portantos, não pecaminosa e altamente higiénica, e com que me deparo eu?
Hã, mister Gúgle? Hã?
Ora nada mais, nada menos com um sucedido deveras pesaroso e também confrangedor...
Ora pois que se sabe, assim sem contar não é?, que o menino Blogger terminou o casamento com a menina Beta?!
Ó meus, francamente...Isto não é assim, valha-me santa quitéria? Não é zangarem-se e cada um vai para o seu lado!! Isto há pró-formes, devia de haver um ofício, uma Comunicação Interna a informar da situação, uma nota de culpa dirigida a cada um deles a instaurar-lhes um processo disciplinar por conduta abusiva, actos maliciosos, eu sei lá, não é??!!
Isto da internéte não pode ser uma anarquia, um casa e descasa, uma pouca vergonha?
E a gente que até era administradora e coisa e tal, que era a categoria que m’aparecia no recibo de postante e tal e repentinamente, a gente é barrada! Como se tivesse sido expulsa de casa pelo pai que nos descobriu a barriga aos 13 anos!
Francamente, mister Gúgle, o senhor tem que intervire e por ordem nesta pouca-vergonha!!
È que não pode o menino Blogger acordar assim mal disposto e ressabiado com a vida e começar a amuar e a fazer o que lhe apetece e não o que a gente quer! A gente temos direitos!! A gente posta, a gente labuta, acorda e trabalha de sol a sol para alimentar o Bacalhau, para que nada lhe falte, ómessa!
E vem o menino mimado que faz de conta que não nos conhece e nos fecha a porta de casa, nos impede de postar (!!) e que começa com birras sempre que a gente comenta alguma coisinha?! Ah e tal, os commentes têm que ser aprovados?! Mas onde é que estamos!? O Salazar agora é uma estilista e tem cabelo pintado de vermelho!!
Olhe, Mister Gúgle, eu cá não gosto de ser malidicente, mas isto desculpe a franqueza é o que faz ser-se brando. Era impor-lhes ordem, disciplina, que eles não andavam por aí a pular as cercas nem se metiam nestas quezílias! Agora é isto: nova versão?
Mas, nova versão significa o quê? Que o Blogger agora é novamente solteiro e bom rapaz? Que está aí para as curvas e se recomenda?? Hã, mister Gúgle? Quand’tal o rapaz decide furar-se todo com pierces!!
Espero que tome medidas correctivas e que a situação regressa à normalidade o quanto antes. Se não, vou ter que fazer como os políticos e andar aí nas ruas com um livro a recolher assinaturas para impugnar esse divórcio e fazer com que tudo volte aos bons velhos tempos.

(Nota aos membros do Bacalhau – Pessoal!! quem aqui não coloca a sua posta há algum tempo, ainda não deve ter-se deparado com as mudanças e novas formas de registo para poder comentar e postar. A versão Blogger foi actualizada e como tal, para se registarem novamente como contribuidores e verem o vosso nome a aparecer no cantinho superior direito, devem ir aos conteúdos do www.blogger.com e mais especificamente à administração dos conteúdos do Bacalhau com Natas. O vosso nome não foi esquecido, nem tão pouco eliminado. Ele encontra-se lá, na lista de contribuidores do costume. Apenas têm que ir lá e actualizar os vossos dados e criar contas no Google caso ainda não as tenham. Boas postas!)

Porque hoje se celebra o Amor

Para pensar no assunto


Cá está uma imagem da minha sugestão.
Acho que vendo tem outro impacto.

terça-feira, fevereiro 13, 2007


- És capaz de guardar um segredo?
- Sim.
- Então, está bem, eu conto-te como tudo se passou.


Ela de lábios encarnados, inflamados, bico no ar, a presumida!
Ele de bico encolhido, meio escondido, tímido!

Ela sentia falta de algo.
Ele sentia falta de alga.

Lá andavam cada um na sua vidinha do dia-a-dia, ora a debicar, ora a dormitar, ora a dançar nas pistas mais badaladas do reino dos Quá-Quás.
Ela toda vaidosa, ele todo charmoso.

Até que, um dia, apareceu um menino mutante. Coitadinho...há que ter pena, porque no cruzamento das espécies dava sempre asneira e ele lá ganhara um par de asas que não eram supostas de naquele ser existirem.
O menino voador tinha duas particularidades: uma delas era ser parecido com o antigo Marco Paulo pois tinha uma cabeleira farta e encaracolada; a outra, era ser fã incondicional do Guilherme Tell. Passava os dias a treinar tiro ao arco. Só que para ser original, atirava para as pessoas. Como estava no reino dos Qua-Quás atirava nos patinhos e nas patinhas.
E o que é que acontecia??
Ora bem, o menino mutante era muito matreiro...e em cada seta juntava uma poção mágica. Quem fosse atingido por alguma das suas setas, ficava logo enfeitiçado!!!

Ora vai daí, ia um dia a patinha do bico encarnado no lado de lá do passeio e do outro, lá ia o patinho do bico cabisbaixo e Piff!! Uma seta do menino mutante voador atinge o dorso da pata!
Após um Quác! de dor, o olhar da ‘flechada’ cai em cima do olhar do jovem pato e, sem mais demoras o feitiço surte efeito.

E eis o que a imagem ilustra. O pato e a pata foram atingidos pelo feitiço da super cola 3!!! Desde esse dia que os seus biquinhos não desgrudam um do outro !!!!

- Então, gostaste da cusquice?
- Sim.
- E agora onde é que vais?
- Vou contar aos meus amigos!!
- E então o segredo?!
- Enganei-te! És um pato! Quá!!


Moral da história: Cuidem dos vossos/as patinho/as com muito Amor....


(Adoro-te meu patinho lindo...)

Vamos!

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim de estrelas,
no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar…
até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial.
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O primeiro dia.

"A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida."

O Sérgio (Godinho), de novo... Foi a primeira noite...

"Encontrei esta mensagem que fica para pensarmos os dois:"

"A amizade sincera é um santo remédio,
é um abrigo seguro!
É natural da amizade o abraço,
o aperto de mão, o sorriso.
Os verdadeiros amigos,
amigos de fé, os melhores amigos
não trazem dentro da boca
palavras fingidas ou falsas histórias.
Sabem entender o silêncio
e manter a presença, mesmo quando ausentes.
Por isso mesmo, apesar de tão raros,
não há nada melhor do que um GRANDE AMIGO."


Esta mensagem foi-me reencaminhada, por isso não sei o autor.

domingo, fevereiro 11, 2007

Olhos doces de pecado ou olhos claros sem vida? - Uma reflexão!

Está quente. Um calor estranho. Muito fora do normal mesmo. Eu nunca me sinto quente. Mesmo nos melhores dias o calor do corpo não é suficiente para me aconchegar a alma. Hoje, uma brisa quente faz balançar as cortinas brancas e imaculadas deste quarto onde estou deitada. O ar circula neste espaço e roça no meu vestido preto. Tirei o lenço da cabeça. Também é preto e cobre os meus longos cabelos cor de amêndoa. Procuro descansar. Fecho os olhos e nada. Não consigo sonhar. Não consigo imaginar. Não consigo sair deste espaço para onde me remeteram. Até a capacidade de voar num mundo imaginário de cores e sabores me tiraram. Não, estou errada. Ninguém me retirou nada. Nem a mim nem a nenhuma de nós. E porquê? Porque para algo ser retirado a alguém essa pessoa tem de ter possuído esse algo, seja um objecto, um pensamento ou um sonho. Portanto, tenho de ser justa. Ninguém me retirou nada. Simplesmente não me deram a conhecer essa capacidade. Mas na verdade a culpa é minha também. Poderia dizer que tenho os meus direitos e que quero conhecer e sentir como outras fazem. Mas suponho que seria errado. Esta vida é passageira e poderia deitar tudo a perder por um capricho. Tenho de ser submissa e respeitosa. Só assim encontraria alguém que me aceite para ser sua. E depois é viver os dias, um a um. Todos iguais numa calma que desconfio nunca me aconchegará. A minha irmã mais velha tem 20 anos e tem 3 filhos. Três homens. Que sorte a dela. Eu espero o primeiro filho. Gostava que fosse rapaz. Tudo é mais simples para eles. O meu marido é irmão do meu cunhado. Homem trabalhador. Temente de Deus. Sim, tenho tido sorte. Só queria por vezes não ter de suportar tanto negro sobre mim. E este calor estranho que agora me invade o quarto é insuportável. Mas sinto que não passará tão cedo. E ainda tenho de ir à rua tratar das compras da casa. Respiro fundo e levanto-me. Devagar. Com muito esforço e algum equilibrismo consigo sentar-me na cama. A barriga começa a incomodar-me um pouco. Deus me perdoe a blasfémia. Amarro o cabelo o melhor possível e prendo o lenço preto com o alfinete. Levanto-me devagar. Guardo as libras que o meu marido me deixou. Pego a lista de compras. Tapo o rosto. Só os olhos se vêm. “Olhos doces de pecado” ouvi uma vez o meu cunhado dizer. Não percebi. Bato a porta do quarto e saio para a rua. Está mesmo abafado, mas todos os outros parecem ter frio. Fecho os olhos e inspiro. Começo a andar o mais depressa que posso. Não tenho muito tempo a perder. Ainda estou longe do supermercado e se não me despacho fica tarde.


Nota – A zona onde eu e o Pedro moramos tem muitas etnias e nacionalidades. O que mais vemos são mulheres de vestidos compridos; mulheres de vestidos compridos e lenços nos cabelos; mulheres de vestidos compridos e lenços nos cabelos e nos rostos. È impressionante. Até meninas pequeninas usam os lenços. Ontem vi uma menina que não teria mais de 5 anos com o lenço rosa na cabeça. Mas o que me afectou e inspirou a escrever este pequeno texto foi uma mulher que vi nos correios a semana passada. Toda vestida de negro. Só os olhos se viam e um pouco de pele. Uns olhos muito claros, quase sem vida. E uma pele tão transparente. Na altura não liguei particularmente. Mas mais tarde em casa lembrei-me daquele olhar. E tive de escrever. Não quero perturbar ningém. Não pretendo emitir qualquer juízo. Não consigo sequer. Apenas quis reflectir.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Beijos, beijinhos, beijões, beijocos, beijocas e bejerinzinhos...


Textos de Fernando Pessoa

Beijos... ''Imensos Beijos''

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Excertos de Cartas de Amor...porque...só porque sim.


Carta de Alicia Urrutia a Pablo Neruda
Pablo amor, que sejas feliz. A todas as horas do dia e da noite estejas onde estiveres e com quem seja sê feliz, lembrar-me-ei de ti, pensarei em ti alma minha. O meu coração está tíbio de amar-te tanto e pensar em ti. Amor amado amor beijo-te e acarinho-te por todo o teu corpo amado. Amor amado amor amor amor amor meu. Tua Alica que te Ama.

Carta de Fernando Pessoa a Ofélia - 19.2.1920 - 4 da madrugada
Meu amorzinho, meu Bébé querido:
São cerca de 4 horas da madrugada e acabo, apezar de ter todo o corpo dorido e a pedir repouso, de desistir definitivamente de dormir. Ha trez noites que isto me acontece, mas a noite de hoje, então, foi das mais horriveis que tenho passado em minha vida. Felizmente para ti, amorzinho, não podes imaginar. (...) Vês, meu Bébé adorado, qual o estado de espirito em que tenho vivido estes dias, estes dois ultimos dias sobretudo? E não imaginas as saudades doidas, as saudades constantes que de ti tenho tido. Cada vez a tua ausencia, ainda que seja só de um dia para o outro, me abate; quanto mais hão havia eu de sentir o não te ver, meu amor, ha quasi três dias! (...) Ai, meu amor, meu Bébé, minha bonequinha, quem te tivesse aqui!
Muitos, muitos, muitos, muitos, muitos beijos do teu, sempre teu
Fernando

Carta de Oscar Wide a Lord Alfred Douglas
Querido rapaz meu:
O teu soneto é absolutamente adorável e é uma maravilha que esses lábios de pétala de rosa vermelha que são os teus tenham sido criados não tanto para o canto musical como para a loucura de beijar. Tua adorada alma deambula entre a paixão e a poesia. Eu sei que Hyacinthus, a quem Apolo amou tão loucamente, és tu naqueles gregos dias. Porque estás tão só em Londres? Este é um lugar adorável; só faltas tu.Com improcedente amor, Sempre teuOscar

Carta de Napoleón a Josefina - Paris, Dezembro de 1795
Acordo cheio de pensamentos sobre ti. O teu retrato e a tarde intoxicante que ontem passámos deixaram os meus sentidos agitados. Doce e incomparável Josefina, que efeito estranho tendes em meu coração! Ver-vos-ei dentro de três horas. Até lá, meu doce amor, mil beijos; mas não me correspondas a nenhum, pois encendeiam-me o sangue.

Carta de Winston Churchill à sua esposa - Janeiro 23, 1935
Minha querida Clemmie:
Na tua carta de Madras escreves-me umas palavras muito queridas, sobre o quanto enriqueci a tua vida. Não posso expressar-te o prazer que me deu, porque sinto-me sempre teu devedor, houvesse contas no amor... O que tem sido para mim viver todos estes anos no teu coração e companheirismo, nenhuma frase o poderá transmitir. O tempo passa de forma veloz mas, que maior felicidade ver tão grande e crescente o tesouro que temos guardado juntos, no meio das tormentas e das tensões de tão agitados, trágicos e terríveis anos?Teu amante esposo

Carta de Frida Kalho a Diego Rivera
Meu Diego Espelho da noite.
Os teus olhos espadas verdes dentro da minha carne, ondas entre as nossas mãos.
Todo tu no espaço repleto de sonidos. Na sombra e na luz. Tu te chamarás Auxocromo – o que capta a cor. Eu Cromóforo – o que dá a cor. Tu és toda a combinação de números. A vida.
O meu desejo é entender a linha a forma o movimento. Tu enches e eu recebo. A tua palvra percorre todo o espaço e chega às minhas células que são os meus astros e vai para as tuas que são a minha luz