sexta-feira, março 30, 2007


Billie Holiday, "Crazy he calls me" no album Billie Holiday's Greatest Hits (Verve)

Abraçava a chávena de chá quente com as mãos, aquecendo-as também, enquanto se sentava no sofá. Afundou-se no couro gasto com languidez e repousou a cabeça na almofada. Lá fora a ameaça de aguaceiro tinha-se concretizado e os vidros eram fustigados continua e lentamente com as lágrimas de chuva.

O som da sua própria respiração sibilante foi interrompido pelo gemido de Lady Day. Fechou os olhos e sorriu. Podia mover montanhas naquele momento, navegar oceanos e segurar o vento numa mão…

quarta-feira, março 28, 2007

"Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades para os outros
carregar pedras desperdiçar
muita força para pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
muita força para pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
que força é essa amigo
que força é essa amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
que força é essa amigo
que força é essa amigo
Não me digas que não me compreendes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a crescer-te nos dentes
não me digas que não me compreendes"

Letra e música de Sérgio Godinho
(do álbum Os Sobreviventes, 1971)

terça-feira, março 27, 2007

O corpo humano de um adulto é cons­tituído por aproximadamente 60% de água, sendo essa percentagem menor no sexo feminino. Mas ela varia com a idade, podendo ir desde 75% nos recém-nascidos até 50% nos idosos», refere o Dr. João Breda, nutricionista do Centro Regional de Saúde Pública do Centro e da Direcção-Geral da Saúde e professor na Universidade Atlântica.

- Meretíssimo! Eu rejeito essa afirmação!! I object!!

- Então, porquê cara Carminho? Conte ao tribunal, se fizer o obséquio.

- É que eu sou a prova viva e andante que eu não sou nem 60, nem 10, nem 80% de água!!!
Toda eu sou 100% de SAUDADES!!
Até jorrava umas lágrimas, mas lá está! 0% agua...

Big Bacalhau com Natas is Watching You...

Episódio ''não sei a quantas vai, dado já lhe ter perdido a conta'...

Em plena era da globalização, o Bacalhau, sempre actual, cosmopolita e also a little bit mundano decidiu enviar alguns dos seus tutores para diferentes partes do mundo por forma a levar a cabo uma investigação acerca da difusão e divulgação mundial do dito cujo, o Bacalhau!

Assim, sendo, se bem se recordam, eu sou a narradora: - ‘’Hello, narreiter speaking, testing, one tue tri’’.

Com efeito, o Bacalhau , após um período de profunda meditação enquanto marinava entre uma cebolada regada com Azeite Galo - passe a publicidade -, decidiu empreender esta missão e para tal, designou como enviados especiais a jovem e destemida Maria e o igualmente jovem e aventureiro Bilha. Agora que ambos tinham mais de um quarto de século de vida, a ida já não mais carecia de autorização parental para participar em tal missão, na sua grandeza só equiparável à saga dos Descobrimentos!

Assim sendo, à multifacetada Maria foi atribuída a missão de ir espalhar os encantos do Bacalhau à cidade do Fog-Londres.
Na sua mala de viagem (que não era de cartão porque isso era só no tempo da Linda de Susa e a Maria é uma jovem fashion!), uma preciosidade se ocultava sob papel mate grosso – postas de bacalhau de elevada qualidade que não foram detectadas pelos pastores alemães da polícia fronteiriça, uma vez que, astutamente, Maria se havia enfrascado com perfume francês e conseguiu, assim, ludibriar os agentes caninos, Rex, ou em versão portuguesa, Max.
Aliás, ao que ouvi dizer, alguns cães chegaram mesmo a desmaiar com tal odor...outros houve que começaram a cantar ‘La Vie en rose’ e abortaram assim a missão e partiram em busca da sua caniche-metade.


Porém, contudo, todavia (!) a Agente Mary não iria sozinha; a acompanhá-la em toda a sua missão/viagem ia um também Jovem Agente chamado Mr. Peter – que já algum tempo actuava infiltrado na cidade Londrina disfarçado de estudante e que, se havia tornado um afiliado do Cod with Neites inglês, a nova Agência de Serviços secretos ingleses criada especificamente para a Missão de domínio do Mundo pelo Bacalhau! (HAHHAHAHHAHAHHA !! – simulação de risos de um louco que pretende controlar o Mundo!!)

Tudo foi de tal forma meticulosamente planeado que as postas atravessaram o Oceano Atlântico e entraram à socapa, mas com imensa classe e dignidade, nas terras de sua majestade, Queen Betinha II. (Ingrupa esta Beta!! Tens a mania que sabes tudo e controlas tudo!! Não só não controlas os adultérios dos teus descendentes ...muito menos postas de bacalhau a infiltrarem-se em Londres!! )


-God Save the Cod!! God Save the Cod!! – cantarolam (numa adaptação eufórica do hino inglês...) os Agentes Peter & Mary à chegada às instalações da British Secret Cod Agency (B.S.C.A.) com o nome de disfarce de The Rose Moon House....
A primeira coisa que fizeram foi colocar as sagradas postas de Bacalhau a descansar na cama, após a cansativa viagem de autocarro clandestino desde o aeroporto de Stanstead à Sede da B.S.C.A..

*

Entretanto, mais abaixo, contornando o Cabo das Tormentas (posteriormente conhecido como Cabo da Boa Esperança) encontramos o outro Agente Secreto, o bravo Bilha.
Se aumentarmos o zoom do Google Earth vemos que aquele ponto vermelhinho nos Maputo é o jovem Bilha.
Questionar-se-ão os leitores o porquê do ‘’vermelhou!’’ Não, Bilha não se convertera em fã da Fafá de Belém, se bem que esse seria um disfarce ultra-genial para justificar a sua estadia nos Maputo, uma vez que os Maputianos (!!???) gostarem bem da abandar suas bundinhas nas horas em que não trabalham (ou seja, a parte do dia em que não estão a dormir...). Mas desenganem-se desde já! O encarnado deve-se ao inteiramente ao escaldão que apanhou...
Fã de Praia por Natureza, o Jovem Bilha atracara no Aeroporto de Maputo e em poucos minutos já se estava a estender, qual fatia de Panrico branquinha sem códea, dentro da torradeira, que é o Sol Maputiano (???!!!). Resultado: tostou, vermelhou!!

Enquanto Bilha abandona o local do solário selvagem e se afasta cantarolando uma estranha canção composta por sons do género (Ai, Ui, Au, Ai, Ei, Ui, Au!) em busca da sombra de uma bananeira, vamos inteirar-nos do que, entretanto, se passava em Portugal ...

Google Earth searching for The Tuga Land...Aqui está!


Hum...vejamos Carminho... Está a fazer colagens de recortes das revistas Vogues que colecciona. Nos últimos tempos, a jovem tem sido vista a cortar e a colar, de uma maneira de tal forma obsessiva e persistente que consta que se lhe apanhou desprevenida uma dor lombar daquelas que ‘Deus nos livre!!’.
Entre recortes e colagens, Carminho tem sido vista a levar ‘’pancada’’ de uma massagista (ex-pugilista) de origens trasmontanas. Ao que parece, a jovem parece ter ficado fã, tanto que já recomendou os serviços da ex-pugilista à jovem Ivana. Hum...

A permanência de Carminho em Portugal não fora despropositada – através de mensagens pelo telex dos tempos modernos – Skype – ela vai assegurando a passagem de informações secretas para o jovem torrado Bilha...
Qual Vasco da Gama, este jovem descobridor dos tempos da Globalização e das proezas tecnológicas como a construção de Aeroportos sob pântanos, Bilha andava de sonda em punho, vestido de calções e de camisa havaiana, à procura de rastos do Bacalhau deixados em terras Maputianas, dos tempos da colonização portuguesa...

...Ouçamos uma das ultimas conversas entre ambos de telex, quer dizer, Skype! :

- crusssshhhhhh...hello Carminho babe?! Tudo em cima??

- crusshhhhhh...Olá Bilha tostado e sem códea! Aqui está tudo um pouco mais em abaixo, porque estou toda apanhadinha das costas de andar nas colagens!! Então, há novidades?

- Ya, babe! Por enquanto, a sonda já começou a apitar em locais bué de bacanos!!

- Ai sim? Então, viste Bacalhau?

- Ya, babe! Quer dizer, não babe! Quando a sonda apitava encontrava sempre, por coincidência, um prato de belos camarõeszitos ali a pedirem para eu os trincar...
E prontos, eu obedeço, está cá uma tosta!!

- Mas caríssimo! O menino B. (de Bacalhau, subentenda-se) não vai gostar nada disso.

- Ya, relax babe...Olha estou a entrar num túnel muito compridoooo.....Acho que vou perder rede.....Crsushhhhhhhh....Ad..e.....e......t..........ss.s..s.s.

- Mas, mas Bilha, estamos a falar de um computador para o outro, Tunel!!?? Que túne?!!! Olha lá estás a fazer aquilo que a Má-dá contava no outro dia que algumas pessoas fazem quando não estão para aturar melgas!!!??? TÔ, Tô???!!! Buáaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Palavras vãs estas de Carminho pois Bilha já se havia esquivado e rumado para a esplanada Maputiana para comer uns camarõezinhos...

Entretanto, em Londres, algumas postas de bacalhau estavam a demolhar, enquanto a Agente Mary estava de molho numa banheira cheia de espuma...e com um bunny lá dentro (?!) Não costumava ser um patinho de borracha? Tempos modernos estes...

A missão começava a ganhar corpo. Nesse cair de tarde, um grupo composto por chineses, italianos, espanhóis, franceses e mais não sei quê –eses... iam às instalações da Rose Moon House para uma apresentação (julgam eles!!) da Tupperware...
O esquema estava brilhantemente montado. Assim que todos estes non-tugas estivessem sentadinhos à espera dos tupperwares...pumba!! Ele ia surgir e maravilhar a plateia para sempre!!! (HAHHAHAHHAHAHHA !! – simulação de risos de um louco que pretende controlar o Mundo!!)

Nessa mesma noite, Má-Dá, Ivana e Carminho iriam também elas, sob ordens do menino B. às compras. Não eram umas compras quaisquer!! Iam em busca de um Kit Mata-Hari, para enviar para a Agent Mary ... Composto por objectos de altíssimo sigilo, apenas sabemos que o Kit teria um saco de Café (para Mary não dormir em serviço!), uma pasta de dentes (para escovar os dentinhos da Secret Agent, porque os dentífricos ingleses não têm flúor suficiente!) e um saco de rebuçados, para mimar as postas de Bacalhau caso fizerrem birrinhas...

Disfarçadas de pessoas-completamente-normais-que-vão-ao-Shopping-para-comprar produtos-altamente-supérfulos-e-extremamente-reveladores-de-um-carácter-consumista, as jovens lá conseguiram compor o Kit e lá o enviaram para Your Majesty’s territory.
Após a missão comprida, as jovens lá foram umas rebeldes e foram espreitar a última performance do Hug Grant ao cinema...Mas sem pipocas, para não darem nas vistas e serem reconhecidas pelo Crunch-Crunch!!
O aviso antes de o filme começar havia sido bem claro: ‘’Senhore Visionante do Filme que se segue após esta seca que estão a ler no écran. Está proíbido de se mexer na cadeira, de se levantar durante a exibição do filme (não foi ao WC? Tivesse ido! Nada de xixis nas cadeiras!!). Qualquer actividade suspeita, como por exemplo, se detectar a presença de Agentes Secretas disfarçadas de pessoas-completamente-normais-que-vão-ao-Shopping-para-comprar produtos-altamente-supérfulos-e-extremamente-reveladores-de-um-carácter-consumista, deve imediatamente ser reportada à segurança. No entanto, como está proíbido de se levantar permitiremos ainda que por uns segundos que levante a mão, fazendo-se notar pelo nosso segurança. Mas nada de falar durante o filme!!! Divirta-se...’’

Entretanto, na Rose Moon House a apresentação ‘’Tupperware’’ estava prestes a começar. O grupo de cobaias estava sentado em torno da mesa e eis que, munida do seu charme e intelecto acima da média, a Agente Mary aparece com duas pegas de cozinha em cada mão e suportando uma travessa que soltava vapor quente. Entre ‘Uau!!!s’’ , Mary colocou a mesma em cima da mesa e reparou que todos os que a rodeavam começavam a salivar...

Mary disse, triunfalmente:

- Ladies and Gentleman. Meet Mr. Cod!

A apresentação durou pouco mais de 5 minutos, porque as postinhas logo desapareceram da travessa e depois dos pratos...onde assentaram praça nem por 3 minutos.

O Bacalhau cumpria a sua missão em Londres! Havia-se infiltrado nos estômagos e no paladar dos non Tugas!! Dali para a frente, o Mundo estava a um passo da sua conquista!!!
(HAHHAHAHHAHAHHA !! – simulação de risos de um louco que pretende controlar o Mundo!!)


Quanto ao jovem Bilha, continuará em missão. Não vai ser nada fácil combater os camarões maputianos... Mas esperemos...o Bacalhau será o ultimo a rir!!!
(HAHHAHAHHAHAHHA !! – simulação de risos de um louco que pretende controlar o Mundo!!)

(Xiça, cale-se seu maníaco!! – Narradora sofre....)

Over and Out.

(Coscuvilhice Final - Sabe-se que as meninas Má-dá, Ivana e Carminho enviaram um requerimento por escrito ao menino B. para que lhe seja também paga uma viagenzita ao estrangeiro!! Afinal de contas, também elas são filhas do Bacalhau!! )

segunda-feira, março 26, 2007

Porque há uma Fada em cada uma de nós...


Cá fora a tarde estava maravilhosa e fresca. A brisa dançava com as ervas dos campos. Ouviam-se os pássaros a cantar. O ar parecia cheio de poeira de oiro.
Oriana foi pela floresta fora, correndo, dançando e voando, até chegar ao pé do rio. Era um rio pequenino e transparente, quase um regato; nas suas margens cresciam trevos, papoilas e margaridas. Oriana sentou-se entre as ervas e as flores a ver correr a água.
De repente, ouviu uma voz que a chamava:
- Oriana, Oriana.
A fada voltou-se e viu um peixe a saltar na areia.
- Salva-me, Oriana – gritava o peixe. Dei um salto atrás de uma mosca e caí fora do rio.
Oriana agarrou no peixe e tornou a pô-lo na água.
- Obrigado, muito obrigado – disse o peixe, fazendo muitas mesuras. – Salvaste-me a vida e a vida de um peixe é uma vida deliciosa. Muito obrigado, Oriana. Se precisares de alguma coisa de mim, lembra-te que eu estou sempre às tuas ordens.
- Obrigado – disse Oriana – agora não preciso de nada.
- Mas lembra-te da minha promessa. Nunca esquecerei que te devo a vida. Pede-me tudo o que quiseres. Sem ti eu morreria miseravelmente asfixiado entre os trevos e as margaridas.
A minha gratidão é eterna.
- Obrigado – disse a fada.
- Boa tarde, Oriana. Agora tenho de ir embora, mas quando quiseres vem ao rio e chama por mim.
E com muitas mesuras o peixe despediu-se da fada.
Oriana ficou a olhar para o peixe, muito divertida porque era um peixe muito pequenino, mas com um ar muito importante.
E quando assim estava a olhar para o peixe viu a sua cara reflectida na água. O reflexo subiu do fundo do regato e veio ao seu encontro. com um sorriso na boca encarnada.
E Oriana viu os seus olhos azuis como safiras, os seus cabelos loiros como as searas, a sua pele branca como lírios e as suas asas cor do ar, claras e brilhantes.
- Mas que bonita que eu sou – disse ela. Sou linda. Nunca tinha pensado nisto. Nunca me tinha lembrado de me ver! Que grandes são os meus olhos, que fino que é o meu nariz, que doirados que são os meus cabelos! Os meus olhos brilham como estrelas azuis, o meu pescoço é alto e fino como uma torre. Que esquisita que a vida é! Se não fosse este peixe que saltou fora da água para apanhar a mosca eu nunca me teria visto. As árvores, os animais e as flores viam-me e sabiam como sou bonita. Só eu é que nunca me via!
[...]

Excerto retirado da ‘’Fada Oriana’’ de Sophia de Mello Breyner Andresen...

Ontem procurava uma prenda para a minha Princesinha Sofia e ao olhar para a Fada Oriana não resisti e comprei este presente para ela. Cheguei a casa e reli algumas partes.
Escolhi este excerto. Para pensarmos um pouco em nós mesmos e na forma como nos vemos...

sábado, março 24, 2007

A surpresa



É sabádo de manhã e hoje deixei-me ficar a dormir até mais tarde, para recuperar do cansaço da semana e das várias noites mal dormidas. Acordo, visto uma roupa quentinha porque os dias frios voltaram a Londres, encho uma taça com leite, mel e corn flakes e uns minutos depois, ainda meia a dormir e com o meu London Guide – A to Z Street Map saio de casa em direcção ao posto dos correios para levantar correspondência. Aparentemente tratava-se de algo grande demais para a nossa caixa do correio e eu não estava em casa quando o carteiro veio cá. Na verdade, ele nem se dá ao trabalho de tocar à companhia (na 6.ª feira de manhã eu estava em casa quando o bilhete do Royal Mail “Sorry, you were out” foi colocado na dita caixa do correio). Está mesmo muito, muito frio e arrependo-me de não ter voltado atrás para buscar as luvas. Chego ao local e reparo que estão à minha frente tantas pessoas que mais me valia ter trazido o livro comigo. Já devia saber que sinto a falta dele nestes tempos mortos. Aborrece-me a espera, inútil na sua demora, embora necessária para o meu objectivo. Penso nas coisas que pedi à minha mãe e imagino se terão chegado inteiras depois da viagem desde Portugal. Quando chega a minha vez estendo o dito papelinho mentiroso (que diz que eu não estava em cas quando eu não me encontrava nourro sítio que não no Flat 4 da Rosemoon House!) e espero que a funcionária me traga uma caixinha que curiosamente tem um remetente diferente do que eu esperava: Li, Missy, C. e Na. Saio para o frio da rua a sorrir. Suponho que este sentimento de felicidade infantil só é compreendido quando se vive num emaranhado de emoções provocado pela distância das coisas e das pessoas que amamos. Caminho pelas ruas a sorrir. Sei que me vou deliciar a abrir a caixa da surpresa. Chego a abanar a mesma algmas vezes enquanto regresso a casa. Sempre fui curiosa. A minha mãe escondia as prendas no meio da roupa nos armários, mas eu tinha verdadeiras tardes de Indiana Jones em busca do presente perdido. Revirava as roupas e remexia tudo até encontrar o embrulho e depois, num exercício de paciência premiada desembrulhava, via o que era e volta a pôr tudo no sítio. Foi-se perdendo em mim o efeito surpresa, apesar de muitas vezes as prendas não serem para mim. Hoje em dia tenho até reacções consideradas estranhas. Desenvolvi uma reacção de apatia que deixa todos aqueles que me tentam surpreender, invadidos por pensamentos de “ups, ela não gostou” e “ela está com um ar confuso” e até mesmo “raios, ela já desconfiava”. Desta vez tive uma reacção muito natural: sorri. Sorri quando li o remetente e me surpreendi, e quando abri a caixa e percorri os “artigos do kit”. Nesta surpresa, algumas pistas foram sendo deixadas. O primeiro sinal foi um coment ao post da cafeína: “O pronto socorro vai a caminho”! Pensei para mim ao ler: “Isso é que me faria feliz. Cafezinho vindo de Portugal!”. Depois o post da surpresa deixou–me intrigada: “Quem irá receber uma surpresa?”, pensei. Finalmente a minha Li disse que me tinha escrito e desejou-me um fim-de-semana bom e pink. “Ás tantas, a carta vem num envelope rosa!”.
Sim, tornaram o meu sábado mais rosa, e o contraste com o cinzento do céu londrino foi delicioso. Vou agora arrumar os vários artigos do kit nos sítios certos. A vossa surpresa ficará espalhadinha pelo Flat 4 da Rosemoon House.

Tal como a imagem aqui ao lado mostra, o que vocês me enviaram foi na verdade pó de estrelas: o vosso carinho, cuidado e amor, a vossa amizade, atenção e preocupação são as partículas desse pó colorido, brilhante e delicioso.

Na Rosemoon House a Red Shoes Princess sorri.

:-)

Obrigada às minhas amorinhas!

sexta-feira, março 23, 2007

Usos e Abusos - o Telemóvel

Afinal o Telemóvel não serve só para comunicar, é também útil para "descomunicar"!!!

- 60% dos portugueses utilizam o telemóvel para evitar conversas indesejadas.

- 46% já desligaram dizendo que se tratava de um corte devido a perda de sinal.

- 71% admitem que não escrevem uma carta há anos, optando por enviar SMS.

- 4% já imitaram ruídos para fugir a uma conversa.

"Jornal o metro"
E esta hein!!!

quinta-feira, março 22, 2007

Surpresa


“A surpresa pode ser um sentimento de reacção relativo a um acontecimento inesperado.” Definitivamente, e acho que estamos de acordo, é verdade. E provoca reacções diferentes de pessoas para pessoas. Algumas riem até não poder mais, outros ficam impávidos e serenos a olhar ou a pensar na surpresa, outros choram…..

Algumas características da Surpresa:

“Não vem numa caixinha, como costumam dizer.” Mentirosos!!!

“Ela é imprevisível, inesperada.” Esperamos que sim!!!

“Ela te persegue sem ser vista ou cai do céu.” Não literalmente!!!

“Pode estar no fundo do mar, ou na beira da praia. Pode aparecer em seu trabalho ou em casa, quando estás prestes a dormir.” Definitivamente em casa!!!

“E ainda: nem sempre é boa, positiva ou gratificante. Mas é marcante, em qualquer circunstância.” Aqui, novamente, esperamos que sim!!!

“Feliz ou triste. Bem vinda ou não. É indelével e sem volta.” Não há dúvidas quanto a isto!!!

“Dizem que a cada esquina há uma.”

Isto tudo para dizer que, muito brevemente, alguém vai receber uma surpresa!
Alguns excertos foram retirados de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Surpresa"

quarta-feira, março 21, 2007

A Chegada da Prima Vera

A cidade acordara em sobressalto:
- Cadê ela!? - gritou Anacleto ainda em ceroulas.
- Cadê Anacleto? Por que raios e coriscos estás a falar em brasileiro? - disse Agustina.
- Ora Agustina, é por causa das tuas malditas novelas! O bicho do sotaque apegou-se-me! Mas será que ela já chegou!?
- Ai homem que impaciência!! Tudo por causa dela!! Por mim não ficas tu assim!
- Ora, cala-te mulher! Vejo-te todos os dias há pra mais de 25 anos! Com ela é diferente, só a vejo de ano a ano...
- Pois, pois...eu sempre desconfiei que tu e essa tua priminha tinham algum tipo de paixão assolapada...
- Ó meus amigos, chiça que hoje mordeu-te algum bicho, na certa! Vou-me levantar e vou lá abaixo ver se ela já chegou!
- Vai sim, vai sim, aposto que ela vai chegar aí toda fresca como de costume...ela e a mania das plásticas! Pff, agora essas modernices das espanholas ... Corporacions não sei de quê!
Anacleto encaminhava-se para a porta e de repente tocam à campaínha...Com as mãos suadas, Anacleto abre a porta e ei-la, fresca que nem uma alface - a Prima Vera chegara!!
Anacleto não resistiu à emoção e teve um enfarte... mas felizmente encontra-se agora bem, mas em observação no Hospital da terra. Ao seu lado, Agustina segura-lhe a mão. Fizeram as pazes.
É isto o que faz a Prima Vera...deixa-nos sem fôlego!...

segunda-feira, março 19, 2007


Pode parecer silly de todo mas sendo hoje dia do Pai ocorre-me discorrer (correr! quê? não disseste diz correr? eu disse correr.... Quê??!!!???!!???!??...) sobre um Pai que embora não existaem carnoca e osso, é Pai: o senhor Homer Simpson.
Apesar de tudo, de ser um bejekeiro, de ser um donuteiro, um preguiçoso, um artolas, um dorminhoco e um televiseiro, não deixo de ter uma simpatia por este personagem.
- Dough!” – diz Homer sempre que mete o pé na poça, na lama, na argola e em qualquer outro sítio, dado ser um tipo que se enterra muitas vezes...
Mas, por outro lado, comove-me sempre ver que ele adora a Lisa, adora a Maggie, adora a Marge e até (!) adora o Bart.
Não é o pai-modelo, apesar de nos desenhos animados a criação não ter limites. Podiam ter feito um Homer Simpson perfect dad...Mas não o fizeram e se calhar é por isso que gosto muito do senhor careca, barrigudo e amarelo..porque apesar de tudo, consegue parecer-me muito humano...
Poucas pessoas na vida
Amo tanto, como aquele que me
Inspira, me guia e me faz sorrir neste dia.

Vivam os Pais!! no sentido literal da palavra...

domingo, março 18, 2007

Oferta e partilha





Partilho convosco a banda sonora do meu fim-de-semana. A voz desta menina!
Espero que apreciem a oferta!!
E tenham uma boa semana!!

sábado, março 17, 2007

quarta-feira, março 14, 2007

O dia a dia da cor verde

A cor verde acordou. O marido, castanho levantou-se pouco depois. Trocaram um beijo e ele saiu para trabalhar.O traquinas, cor de laranja acordou depois para ir para a escola. A cor verde foi até ao quintal. Mal saiu de casa o mau tempo desanuviou, afinal ela era a cor da esperança. A cor-de-rosa, esposa do vermelho encontrava-se cá fora a estender a roupa. As duas falaram sobre tudo o que se passava no mundo das cores. Ao fim do dia jantou com a familia. Viu o jornal juntamente com o marido.Deitaram o filho e foram dormir.

sexta-feira, março 09, 2007

A luz do Sol / A luz do teu rosto.

A luz do Sol.
A maravilhosa luz do Sol.
Os raios que me eram oferecidos deixavam antever que algo estava a mudar. Tinha mudado, aliás.
Sim, finalmente!!! A serenidade da Primavera depois de tanta angústia, de tanta espera e até de algum desespero.
Sabia tão bem ser acordada com raios de sol que me tocavam o rosto e me aqueciam.
Raios quentes deliciosos que me faziam despertar mais bem disposta e com vontade de ir depressa para a rua viver a vida. Não ir de metro para o trabalho, mas caminhar até lá. Deixar no armário a cara resmungona dos últimos meses e caminhar confiante com um sorriso nos lábios.
Permitir que o calor que me invade logo pela manhã fique durante o dia a aconchegar-me até ao momento em que me enrosco na minha cama à espera dos quentes raios de Sol que no dia seguinte me acordarão.



A luz do teu rosto.
A maravilhosa luz do teu rosto.
O sorriso que me era oferecias deixava antever que algo estava a mudar. Tinha mudado, aliás.
Sim, finalmente!!! A serenidade de te amar epois de tanta angústia, de tanta espera e até de algum desespero.
Sabia tão bem ser acordada com os teus beijos doces que me tocavam o rosto e me aqueciam.
Beijos deliciosos que me faziam despertar mais bem disposta e com vontade de ir depressa para a rua viver a vida. Não ir de metro para o trabalho, mas caminhar até lá. Deixar no armário a cara resmungona dos últimos meses e caminhar confiante com um sorriso nos lábios.
Permitir que o calor que me invade logo pela manhã fique durante o dia a aconchegar-me até ao momento em que me enrosco na minha cama à espera da luz maravilhosa do teu sorriso e dos teus beijos deliciosos que no dia seguinte me acordarão.

Que preguiça!!!!!!!!!!!!


Eu não gosto de café mas hoje até era capaz de beber um, só para deixar de ter aquela sensação que ainda queria estar na cama.

Que preguiçaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!

Cafeína, por favor!

quinta-feira, março 08, 2007

Mulher


Como hoje é o Dia Internacional da Mulher, recordei uma frase, aliás questão, pertinente que me fizeram aquando do curso de Igualdade de Oportunidades.

"Gosta de ser mulher porque?"

Ora bem, na altura gaguejei e disse as frases comuns que toda a gente recorda no momento.

"Porque posso gerar um ser, ou seja, no meu caso ser mãe." Não é que este ponto não seja importante, porque o é de facto. E deve, realmente, ser maravilhoso termos a possibilidade de gerar um ser.

Mas passados uns tempos percebi que gostava de ser mulher por muitos outros motivos e se fosse hoje a minha resposta seria bem diferente.

Gosto de o ser porque posso chorar a ver um filme romântico, e ninguém vai achar que sou sensível demais. Assim como posso ter medo de assitir a um filme de terror e colocar as mãozinhas em frente da cara, e ninguem vai achar estranho.

Gosto porque posso ir as compras e comprar imensa roupa e chegar a casa e achar que não era nada daquilo que queria comprar, e a excepção da conta bancária que se vai ressentir, também não é o fim do mundo.

E... Hoje lembrei-me de mais um facto que me faz gostar de ser mulher: receber flores. Adoro. São lindas e fazem-me sentir importante do momento de as receber. E todas as ocasiões são boas para as receber.

E poderia continuar aqui a inumerar tantas outras coisas.

Fica aqui o mote para pensarmos o que tem de tão especial ser Mulher.

porque hoje é dia da Mulher...as mulheres no seu melhor vistas por MAITENA!! :)





quarta-feira, março 07, 2007

Aqui vai um mimo meu... algo que me deu vontade de fazer, uma montagem.
O poema é da Sophia de Mello Breyner, acho que todas nós gostamos muito da sua poesia...Espero que gostem.

Uma musiquinha...

Porque estamos em tempo de crise!!!


Todos já ouvimos falar da dita crise que assola o nosso querido Portugal, ainda que ela não se reflicta em todos.


Portanto em tempo de crise tem de se fazer escolhas, pensar bem em tudo o que se compra e o que se deixa para comprar, nos jantares a que se vai, nos fins-de-semana fora que queremos passar ou mesmo nas férias que queremos fazer, nos presentes que se comprar e.... a alimentação ainda que um bem essencial e dita de primeira necessidade, sofre represálias. Portanto cá fica uma sugestão, um tanto ao quanto "bizarra", brusca e até mesmo mórbida, de poupança.


É tipo aquele provérbio: "Quando não se tem cão, caça-se com gato!" ou "Quando não há pão, até migalhas vão!". Agora de momento não me recordo de mais nenhum, mas deixo este espaço para outras frases ou soluções de poupança, sei lá, o que vos apetecer.
Deiam asas à vossa imaginação.

terça-feira, março 06, 2007

Bizarria...

Porque hoje é terça feira e só mesmo por isso, resolvi tecer
considerações sobre tudo!
Afinal de contas os dias passam a correr
e se uma pessoa deles nada fizer
nada produzirá, não obterá qualquer tipo de prazer!
Será infeliz, triste e sisudo...

Teço então notícias deste mundo e do outro
Desta feita da Maria, que hoje enviou uma fotografia!
um pouco bizarra, eu diria...
e que nos trasmitia que nos humanos somos pouco
infinitamente pouco aqui na Terra e na Galaxia!!

Galaxia leva acento
Sim sim eu bem o sei
mas se levasse então como a rima funcionaria?
é como agora: só me ocorre a palavra rei
para rimar como o ‘eu bem o sei’
e para me dar alento, que rima com acento
Que tal bizarria...


esta minha de continuar este desvario!
Só porque hoje é terça-feira
e eu estou com frio
e aqui não há aquecedor, nem lareira!!
restaram as palavras para esta brincadeira...

sexta-feira, março 02, 2007

Porque é início de mês



Como a imagem está pequena, vou fazer a legenda:

Salário Cebola: você pega, olha e chora...

Salário Caféjest: não te ajuda em nada, só te faz sofrer, mas você não vive sem ele!

Salário Brasil: você acha que um dia ele vai melhorar...

Salário Futebol: É uma caixinha de surpresas.

Salário Camisinha: Tira o seu tesão.

Salário Broxa: Na hora que você mais precisa, ele te decepciona.

Salário Regime: com ele você come menos.

Salário Ateu: Você prefere nem acreditar...

Salário Surfista: Sóóóó...

Salário Ejaculação precoce: quando entra já acabou.

Salário Menstruação: vem uma vez por mês e dura menos de uma semana - isso quando não atrasa para assustar todo o mundo...

Quando vi achei demais.

E como estamos no início do mês.....

Valéria

Se me perguntarem qual a parte do dia que prefiro, respondo sem hesitar: o início da noite. Naquele momento em que estou na cozinha a preparar o jantar e a Valéria está a lavar ou a passar a roupa, a arrumar e arquivar papéis ou a fazer uma das mil e uma “tarefas da casa”. A Valéria odeia cozinhar. Diz que depois de preparar uma refeição perde a vontade de comer. Por isso cá em casa a cozinha está por minha conta. Confesso que me agrada, mas para ser eu o responsável pelas refeições da casa tive de trocar de turno. Trabalhava no hotel no 4.º turno, das 19h até à 1h da manhã. Nessa altura, a Valéria nunca preparava o jantar: aquecia uma sopa ou comia uma peça de fruta e ia dormir. Desde que trabalhava no escritório de arquitectura, saltava o almoço na maior parte das vezes. Esta alimentação tão débil e todo o esforço físico e mental que o novo emprego exigiam dela começaram a ressentir-se num rosto cada vez mais desprovido de vivacidade. Comecei a ficar preocupado com o ar pouco saudável da minha mulher, por isso, decidi mudar para o 2.º turno. Para além de sentir necessidade de cuidar de Valéria, a verdade é que sentia falta dela. Comigo a fazer o último turno do dia nunca nos víamos. Eu chegava a casa às tantas da madrugada e apenas podia contemplar o rosto adormecido de Valéria. Quantas vezes me apeteceu acordá-la para fazermos amor. Muitas. Imensas. Quase todos as noites quando chegava a casa me apetecia fazê-lo. Vezes sem conta vim no autocarro para casa a idealizá-lo. Só o fiz uma vez. Prometi que nunca mais o faria. Ensonada de tão abrupto acordar, em momento algum, Valéria pareceu estar consciente do que fazíamos. Ao fim de 5 minutos desisti. Com uma dor física e psicológica. De manhã, Valéria saía cedo, por volta das 7h30. Eu nem me apercebia dos saltos altos no hall de entrada. O cansaço do trabalho da noite anterior não me permitia sequer acordar para lhe dar um beijo de bom dia. As semanas eram uma sucessão de desencontros, e nem aos fins-de-semana conseguíamos compensar todo o tempo não partilhado. Enquanto Valéria procurava emprego – nos 2 meses que se seguram ao fim da parte académica do curso de arquitectura - os fins-de-semana eram uma delícia. Mas o novo trabalho dela - o estágio que ela tanto precisava para acabar de vez o curso e poder assinar os projectos - exigia tanto que os fins-de-semana eram como dias de trabalho: o despertador tocava apenas um pouco mais tarde que o habitual, ela tomava um duche e desdobrava-se entre livros, programas de computador e projectos em curso. Só não se escapava de comer porque eu insistia com ela tantas vezes que para não me ouvir mais, lá acedia às minhas súplicas.
Ao fim de 2 meses em que quase não via a minha mulher decidi que isto não podia continuar. Um de nós teria de mudar os seus hábitos, a sua rotina, os seus horários. Tínhamos de ter tempo em comum. Senão que sentido fazia estarmos juntos? Valéria não poderia deixar o seu trabalho. Tínhamos lutado tanto para que ela conseguisse um emprego decente que não podíamos deitar tudo a perder agora. Tinha de ser eu. Um domingo ao fim da tarde olhei para Valéria que tinha tirado meia hora de intervalo e folheava uma revista no sofá e disse-lhe:
“Vou pedir para mudar de turno lá no Hotel!”
“Porque?”
“Porque já reparaste que não fazemos nada em comum? Nem jantamos juntos aqui em casa. Eu nunca estou quando tu estás. E tu nunca estás quando eu estou!”
“Mas André, sabes o quanto estes primeiros meses no escritório serão exigentes para mim. Mas são muito importantes. Eu tenho de dar o meu melhor. Se eles gostarem do meu trabalho e da minha atitude eu posso ficar lá no fim do estágio. E aí, amor, a nossa vida será tão melhor!!! Ganharei mais e poderemos finalmente começar a viver uma vida melhor.”
“Sim, eu sei. Mas eu não aguento os meses que ainda faltam. Sem te ver todos os dias, te abraçar e beijar, sem te amar. E com estes malditos horários não dá!
Que dizes? Concordas?”
“Sim, mas os fins-de-semana continuarão a ser como são!”
“Sim, eu sei. Por isso vou passar a trabalhar ao fim-de-semana também. Assim, junto dinheiro. Tenho direito a uma folga por mês. Escolhemos o dia em que estejas menos ocupada e tentamos estar juntos, sem o teu trabalho.”
E assim foi. Passei a chegar a casa a meio da tarde. Tenho tempo de descansar, mesmo nos dias em que vou esperar a Valéria ao trabalho. Sabe-me bem rodar a chave de casa com ela ao meu lado. Enquanto ela toma um duche trato de arrumar algumas coisas da casa. Bem, quando não me esgueiro para o quarto de banho e fico a vê-la sentado na cadeira de vime que crompramos no mercado de Brick Lane. Ela cora sempre. Estamos juntos há tanto tempo e conheço cada canto daquele corpo e ela cora sempre que fico a vê-la no banho! De seguida ela vai tratar daquelas tarefas domésticas e eu preparo o jantar. Vemos as notícias, e começamos um filme que nunca acabamos porque a vontade de namorar é tão forte. E de manhã cedo sou eu que saio quase em bicos de pés para a deixar dormir mais um pouqinho. Aos fins-de-semana nada mudou. Mesmo no meu dia de folga é impossível desligar Valéria do trabalho. Mas eu entendo isso. Aproveito para ir até ao parque e visitar um ou outro museu. Volto a casa a tempo de preparar o jantar. Gosto dos jantares de domingo. Para mim é um alívio a nova semana que começa: Valéria é minha à noite. No fim-de-semana está tão absorvida no trabalho que ainda bem que estou a trabalhar num turno duplo. Ela nem sente a minha falta. Sei que a amo de uma forma avassaladora. Faço tudo por ela. Até ter estes empregos idiotas que tenho. Mas foram eles que permitiram pagar as contas enquanto Valéria tirava o curso, porque nessa altura ela só tinha um part-time de vez em quando. Todo o tempo era para aulas, para projectos, para estudar. Não sei se um dia ainda poderei recuperar estes anos perdidos em empregos idiotas. Valéria diz que sim. Que quer que eu volte à faculdade e termine de vez o curso que eu já tinha largado quando a conheci. Não sei se ainda quero lutar para ser geógrafo. A ver vamos..... Para já adoro os finais de dia. Adoro estar aqui na cozinha entre panelas e caçarolas, entre molhos e especiarias, entre o arroz e as massas, as carnes e os mariscos, que cozinho para mim e Valéria. Adoro sabê-la na sala ao lado a passar a ferro as camisas que ela usa com os fatos de corte discreto combinados com os acessórios mais bizarros que encontra, e com os loucos sapatos de mil cores. Adoro saber que depois de vermos as notícias do dia nos vamos amar. Adoro saber que ela me vai dar aquele sorriso lindo! Adoro! Adoro saber que hoje ainda é 2.ª feira e que uma semana inteirinha está à nossa espera.

À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS


Hoje é daqueles dias!
Diria apenas que há mulheres à Beira de um Ataque de Nervos!
Motivos? Vários.
Há mesmo dias assim.

quinta-feira, março 01, 2007

Ele está por todo o lado!!!!!!


Talvez, qui çá, um dos piores (ini)migos da mulher, encontra-se, de facto, por todo lado. Não acredito que não saibam de quem estou a falar? Claro, como é óbvio, e não podia, aliás, deixar de ser, refiro-me ao nosso querido CHOCOLATE.

Pois, anda uma gaja a tentar controlar o peso (reparem que bonito, controlar o peso!!!! Em vez de já “batida” dieta) e depara-se a cada esquina com pedaços de chocolate. Pois chega-se a casa, depois de um dia de trabalho e restantes actividade diárias, e a mammy está a colocar bombons na bomboneira. Devido a este maravilhoso tempo, não há pachorra, e lá vai um (leia-se bombom).

Vai-se a casa da Tia e lá está mais bombons!

Chega-se ao trabalho e deparamo-nos com bolachas de chocolate! Depois de lhes resistir durante a manhã, lá foi uma de sobremesa.

Abre-se uma revista e ele salta em todas as imagens. Ora são telegramas de chocolate, ora são as receitas, ora é o clube do chocolate, ora são os tratamentos de beleza com o chocolate (chocoterapia. Como se vocês e euzinha, já não soubessemos o que isto é).

É demais. Ele é de todas as cores, tamanhos e feitios.

Portanto e para minimizar a minha tristeza por não conseguir resistir a um pedacinho de puro prazer, fiz uma pesquisa acerca dos benefícios do chocolate.

Parece que o senhor chocolate (apesar de cientificamente ser o cacau, vamos trata-lo somente por chocolate) contém propriedades que fazem bem a circulação sanguínea, a problemas cardiovasculares, activa o cérebro, faz bem a pele (provoca a tão “desejada pele de bebé”) e, o melhor e mais desejado benefício, provoca relaxamento e felicidade.

Ora cá está! O que é que todos nós procuramos na vida: a FELICIDADE? Pois bem, se ela se pode encontrar no chocolate, explica-se que se coma o chocolate para estar feliz, nem que seja por umas breves horas.

Todas as explicações teóricas deixei-as de parte, eram aborrecidas.

Ah! E pelos vistos ele não provoca o acne. Mas, de facto, engorda, quando consumido em excesso. Deviam era ter quantificado o que é o excesso. O que é excesso para mim, pode não ser para outra pessoa. Deviam ter cuidado com estas informações.

Por curiosidade, e atendendo à chocoterapia, a “moda de incorporar o ingrediente dos deuses em tratamentos de beleza pegou desde que tradicional marca americana de chocolate Hershey’s montou um verdadeiro spa na sua fábrica, na Pensilvânia. Os tratamentos oferidos concistiam em banhos de leite com cacau batido, compressas de chocolate branco, exfoliações com amêndoas e outras «delícias»”.

Pronto(s), cá está! Senti a minha consciência menos pesada!

Para mais curiosidades podem consultar, esta, e outras páginas: http://www.cm-obidos.pt/Manchete/default.aspx?detail=1&id=6354705

Um mimo para todos vocês que por aqui passam.....

Porque hoje começa o mês de Março e um sol lindo deixa raios de luz entrarem no meu quarto....

Porque hoje começa o mês de Março e este é o mês que chama pela Primavera....

Porque faz hoje um mês que estou a morar aqui neste cosy place....

Porque este senhor que vão poder ouvir tem sido uma das bandas sonoras dos primeiros dias aqui...