Obrigada por seres simplesmente tu - fiel na amizade, constante na simpatia.
Na Ponte Hohenzollern, em Colónia, encontrei o amor simbolizado em cadeados colocados por apaixonados desde 2008. O numero vai crescendo constantemente e a ponte quase se curva com o peso de tanto amor. É a insustentável leveza de amar.



The Watchtower from Fig Media on Vimeo.



O Buddha Eden Garden é um espaço com cerca de 35 hectares, idealizado e concebido por Joe Berardo, em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi, um dos maiores actos de barbárie cultural, apagando da memória obras primas, do período tardio da Arte de Gandhara.



O textinho:
Se o facto de ser mulher nunca limitou o meu roteiro de viagem, a verdade é que tenho sempre em atenção os aspectos culturais dos locais que visito, nomeadamente no que diz respeito à condição feminina. E o caricato é que, não raras as vezes, o maior cuidado passa exactamente pela escolha do que colocar na mala de viagem!
Recordo, por exemplo, de ter tido um cuidado especial na escolha de roupas discretas na viagem que fiz à Tunísia. E, ainda assim, e apesar de não ter sentido qualquer espécie de discriminação pelo facto de ser mulher, não pude deixar de notar alguns olhares curiosos.
Creio, aliás, que no normal é a estranheza sentir-se de parte a parte, quando se está em culturas com variantes e costumes diferentes da nossa e eu mesma dei por mim a observar de forma indiscreta as mulheres de burca ...
Nunca esquecerei os olhos esbugalhados de uma nepalesa vidrados nos meus corsários. Para ela, habituada a vestes mais femininas, tal terá sido um duro golpe de moda!
Numa visita à Basílica de S. Pedro, no Vaticano, fui inesperadamente barrada à entrada porque vestia uma camisola de alças que punha os meus ombros a nu. A autorização para entrar só me foi concedida após os ter tapado com um lenço. Apesar da tão apregoada modernidade ocidental, aquele lugar atestou ainda existir um precoceito claramente sexual relativamente à mulher... E quem diz Vaticano, diz uma grande parte de locais sagrados.
Já no Brasil, a experiência de feminilidade foi levada ao rubro! Ser mulher e exibir orgulhosamente o corpo é cultural. O samba, a música, a natureza ... um quase endeusamento da mulher faz-nos regressar com uma sensação de «girl power» renascida!
Admito, porém, que se tivesse nascido loura, a coisa seria diferente e teria um cuidado redobrado nas visitas aos países muçulmanos, onde predomina o mito (?) de que as mulheres ocidentais são trocadas por camelos... Aliás, agora que se fala nisso, já fui discriminada, sim! Por ser morena, fui discriminada numa medina marroquina, porque num momento de descontração em que alegremente dançava entre amigos, um comerciante local apenas ofereceu ao meu marido um mísero par de ténis como moeda de troca pela minha pessoa. Absolutamente injusto!
«...Não me peçam cartão de identidade/Pois nenhum outro senão o mundo tenho», sabiamente o escreveu Sophia de Mello Breyner naquele que considero o poema que melhor espelha a minha relação com o mundo e as viagens. E mesmo se tivesse nascido em corpo de homem, acredito que a minha alma de viajante seria exactamente igual!



