segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Da perfeição do Cisne Portman ...



Eu só queria ser perfeita”, diz a personagem de Natalie Portman a certa altura de “Black Swan” ...
A desilusão enlouquece as pessoas. Os perfeccionistas perseguem objectivos com tal obsessão que perdem o sentido da realidade …
Cisne Negro dá pinceladas numa possível esquizofrenia de Nina, e vai apresentando aos poucos o seu mergulho num processo psicótico cada vez mais profundo. A partir de certo momento, ela não consegue mais distinguir entre a realidade e a alucinação, e passa a agir indistintamente em função de qualquer uma das duas como se fossem a mesma coisa.
Com a música envolvente de Tchaikovsky, percebemos na bailarina, o tempo todo, a rapariga perfeita construída socialmente: um cisne branco frígido, estéril e incapaz de aproveitar todo o seu potencial expressivo; e o cisne negro que se debate pela liberdade, agressivo, destruidor, erótico, e completamente estético.
O lado bom e o ruim convivem com a mesma pessoa.
Cisne Negro representa talvez um medo comum de que a fronteira entre o bem e o mal não seja nítida, de que para realizar coisas boas e belas podem ser necessários actos que sejam feios ou condenáveis.
Óscar para melhor filme? Duvido. Mas quanto a Melhor Actiz, será uma injustiça se Natalie não levar a estatueta para casa.
Em seis meses, ela sem dúvida transformou-se no Cisne Perfeito!

Sem comentários: