sábado, novembro 04, 2006

Regressando ao barco…

A minha amiga São fez-me uma sugestão curiosa esta semana:
Maria, na 6.ª feira vou à Batô com um amigo. Não queres vir connosco?
Já esperando que eu desse a resposta do costume
Ó São, mas tu ‘tás louca? Á Bato? Poupa-me lá disso…… – insistiu e continuou ela num fôlego: É baratinho… só 6€! E é tão animado. Lembras-te como era fixe?
Lá tive que a interromper e disse muito convicta: São, eu alinho!
6.ª feira chegada lá fomos até Leça, essa terra tão… olhem nem sei o que dizer. Lá fomos…
Depois de mais uma vez ter confirmado que a São é péssima co-piloto, aterramos num tal de Bus para o café da praxe! Tantas horas se tem de fazer até entrar numa discoteca que a fome apertou e houve comes para todos os gostos, desde tostas mista (que boa que estava!!) até crepes de banana e canela (desta vez não foi de menta e chocolate … é que isso são outras histórias)…
Finalmente, lá rumamos na viatura que nem minha é mas que a São já intitula como sendo nossa (mas que raios de confianças são estas??) para a dita Batô!
A caminho interroguei-me: Mas onde vou estacionar?
È que no tempo em que eu era habitué daquele estamine, não tinha carta ainda, nem tão pouco carro. Tinha motorista……mas a isso já lá vamos…
Seguiram-se as peripécias para estacionar…. E olhem que houve algumas, com arrumador personalizado à mistura e tudo!!
Mas lá entramos.
O pagamento é feito à entrada e em troca recebe-se dois papelinhos que se podem trocar por… Suspense? Cola, sumo ou cerveja!! Um must!!
Mal entramos no barco a nostalgia invadiu-nos.
Num instante o ano de 1998 voltou à minha memória e passou um filme inocente e delicioso: as festas de aniversário e nós a chegarmos à Batô de bolo na mão; os parabéns cantados entre o refrão da última novidade grunge; o colar de missangas da São que rebentou na pista às 3h30 da manhã e o consequente espectáculo de pin-up girls de rabo no ar à procura de missangas (sim, missangas!) numa discoteca; as saídas à noite com os primeiros namorados; e mais muito muito mais!!!!
É nesta altura que saliento que esta não é uma discoteca qualquer! Foi a primeira: o nosso grito de emancipação colectivo! Uauuuuuu Vamos sair à noite. Onde? Batô, claro!
Todas as desculpas serviam.. nem que fosse uma prima da colega da São que faz anos e vamos todos!! Hihihihi O pai da São lá arranjava forma de meter 5, 6, 7 e até 8 pessoas no carro dele .. e lá íamos! Chegou a levar o pessoal por turnos!! Giro era ao final da noite (naquela altura isso acontecia às 4h da matina!) o Sr. Porteiro nos dizer… Ah já ia chamar as meninas, porque o paizinho chegou! Era o pai da São. Aqui deixo a minha homenagem a esse Sr. que nos ajudou a dar o grito de emancipação!
Voltando à experiência de 6.ªfeira, e mais de 8 anos passados sobre a primeira ida à Batô, mal entramos ouvimos logo as músicas e as bandas da nossa adolescência. Tal fez-nos ir quase a correr para o centro da pista, de onde saímos apenas quando o cansaço já não permitia continuar porque nem a cabeça conseguíamos abanar!
ADOREI regressar aos tempos de teenager! Nem que tenha sido por umas horas! Valeu a pena…. Ver a São aos pulos e eu toda pipi, pipi demais para aquele contexto! (com a indumentária errada, como muitas vezes acontece!! Hihihi).
Mas sorrimos tanto naquela noite e dançamos de novo Smashing Pumpkins, Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Zen, Marilyn Manson, Lemonheads, ……

Balanço da noite: foi boa a viagem de barco. Foi mesmo muito boa!


Notas pós-crónica de 6.º feira à noite:

Primeira Nota - No Sábado não resisti a procurar dois dos meus cd’s mais ouvidos na década de 90 e lá voltei a pô-los a tocar: Unplugged in New York dos Nirvana e Mellon Collie and the Infinite Sadness dos Smasshing Pumpkins (álbuns originais do tempo pré download e em que para ter cd’s novos esperávamos pelo Natal ou pelo aniversário!!! FABULOSO!!!)

Segunda Nota - Espreitam lá: http://www.discoteca-obato.com/

1 comentário:

Carminho disse...

Eis, finalmente, o registo que faltava para tatuar no papel (ainda que virtual) as lembranças desse grande mito de tempos de adolescência, the so called Batô.
Confesso que comecei um pouco mais cedo nesss andanças..tenho memórias de um 1996 em que, acompanhada pelo irmao mais velho, cheguei aquele cenário que na altura me pareceu verdadeiramente colossal e avassalador!! Adorei a Batô desde a primeira vez em que lá entrei. Dancei, cantei (até a voz ficar rouca), divirti-me tanto lá que não existe de facto outro sítio que possa apontar como tão marcante na minha adolescência...
De noites eufóricas e, ao mesmo tempo,tão deliciosamente naives...
Sim, havia lá charros e outros fumos estranhos...sim, passava-se lá droga. Se eu alguma vez vi algo? Claro que não..apenas via a roda da amizade que formavamos na pista e a bola de mil cores que girava ao som da música que ainda hoje conservo como 'hinos' da minha existência.
Mas como tudo o que vem sendo na minha vida, uma nova fase surgiu, novos rumos se tomaram e o barco prosseguiu viagem embalando novas gerações..
Não sei se queria regressar lá. Guardo uma lembrança tão boa dos momentos que lá passei que receio perdê-la...Vale-me o teu relato. Obrigada pela visita guiada :)