segunda-feira, setembro 04, 2006

Bolhas de Sabão...


Era mais uma tarde. Estávamos sentadas cada uma no seu lugar de todos os dias da semana a, como dizem os brasileiros, a ‘jogar conversa fora’.
Joga-se fora aquilo que não é para ser guardado. Não se diz “jogar conversa fora” de conversas de negócios entre executivos. Nas conversas de executivos nada é para ser jogado fora. Cada palavra vale dinheiro. Jogar conversa fora é uma brincadeira parecida com soprar bolhas de sabão. As bolhas de sabão são de curta duração. Mas são tão divertidas... Vão-se umas, sopram-se outras. Quando jogamos conversa fora voltamos a ser crianças: sopramos bolhas com palavras, bolhas que serão logo esquecidas, ou não...
Lá dizia Amélia Prado que ‘Aquilo que a memória ama fica eterno’...

Este post é uma homenagem a todas as bolhas de sabão que sopramos e sopraremos ao longo de semanas das nossas vidas ...

Vou-me acrescentando com estes sopros.

2 comentários:

Madalena disse...

Dizem que as bolhas de sabão vão com o vento, mas como dizes, vão se umas vêm outras, mas acredito também que algumas fiquem, como as conversas, como os sonhos, as fantasias...

Sei que sabem de que falo.

E viva as bolhas de sabão, das quais sinto falta. Lembram-se de andar com o copinho nas mãos a passear pelo parque e a ver até onde iam as bolhinhas.

Betty disse...

Este post levou-me à minha infância.

Quando era ainda uma menina pequenina recebia em casa, com alguma frequência, a visita de uma amiga da minha mãe que costumava ficar sempre alguns dias.

Não me lembro do seu nome nem das suas feições, mas lembro-me que, sempre que nos visitava, trazia uma lembrança,...rebuçados, sugos (quem não se lembra deles?), uma boneca...Bom, numa dessas visitas, trouxe-me um daqueles copos de fazer bolhas de sabão que todos já tivemos e que se compram em qualquer barraca de feira ou de festas populares. Fiquei muito contente e nessa mesma noite, enquanto a minha mãe preparava o jantar, fomos as duas para a porta da cozinha lançar bolhas.

Chovia e por isso não pude correr pelo terraço, mas para mim, aquele momento partilhado à porta da cozinha foi mais importante do que qualquer lançamento de bolhas num jardim. Foi tão marcante que até hoje ainda faz parte do meu bau de recordações.

Só tenho que agradecer à nossa menina por me ter feito sorrir ao lembrar algo que pensava já ter esquecido...

Obrigada por este momento.