domingo, dezembro 16, 2007

Uma aventura da agente Mary

Os termómetros na rua marcavam 2 graus. Eram 6 horas da tarde e a agente Mary tentava o seu melhor para não escorregar no gelo que matizava de branco os passeios da Bethnal de Green Road.

Como é bom chegar a casa depois de mais um dia de trabalho
– Pensou Mary ao rodar as chaves na porta do Flat B.

Correcção: depois de um dia de muito trabalho – Acrescentou a consciência da agente.

Na verdade, a missão da agente Mary em Terras de Sua Majestade a Rainha Beta não é fácil. Mas, suponho que esta verdade incondicional se aplica a todo o gang do Bacalhau!!! Portanto, adiante.

Depois de um banho qente e relaxante e após um jantar delicioso, elaborado mais uma vez pelo agente P, Mary no conforto da sua cama IKEA decidiu abrir o seu livro. Ainda não tinha lido mais que duas páginas quando ouviu um estrondo que lhe pareceu ter tido origem no quarto. No micro segundo que seguiu o estrondo a agente Mary sentiu-se escorregar para o meio da cama que estava ligeiramente afundado e onde já se encontrava o agente P com o seu jornal. O diagnóstico foi rápido e fácil de formular: alguma coisa tinha partido na cama pois o colchão afundava-se por entre as ripas de madeiras que constituiam o estrado.

O caso parecia mal parado, e num misto de apreensão e receio pela confirmação do diagnóstico os agentes decidiram aventurar-se e saíram da cama semi-afundada. A primeira tarefa foi a de levantar o colchão por uma das pontas para rapidamente se perceber que os parafusos que sustentavam o estrado tinham saltado, o que causou o estrondo seguido do afundar das ripas de madeira e do colchão.

O agente P queria extravasar a sua raiva na pessoa que montou a cama IKEA, pois tudo parecia ter origem no processo de (má) montagem. Rapidamente se percebeu que o conserto da cama não seria rápido. Além do mais não havia luz sem ser a dos candeeiros IKEA. Uma solução rápida era necessária e eis que o agente P sugeriu:

Tiramos o colchão do estrado e colocámos no chão entre os armários da roupa IKEA e a cama IKEA.

Se tão depressa se disse ainda mais rápido se fez.

5 minutos depois os agentes dormiam num vale de lençóis um tanto ao quanto “diferente”.

E para quem pensa que a história acaba por aqui desenganem-se. Imaginem agora no dia seguinte a agente Mary a tentar movimentar-se no quarto agora atolhado com um colchão IKEA no meio do chão, e imaginem as tentativas da dita para não pisar o agente P nas múltiplas travessias de uma ponta do quarto à outra – feitas invariavelmente por cima do colchão. E imaginem ainda as dificuldades sentidas para abrir os armários IKEA quando as portas batiam no colchão IKEA impedindo o acesso à roupa, aos sapatos, aos acessórios,....

E depois de uma autêntica maratona de obstáculos digna dos saudosos Jogos sem Fronteiras a delícia que foi chegar á rua e tentar IceSkating até ao escritório.

Moral da história:
As coisas do IKEA são engraçadas e económicas, mas se não forem bem montadas depois quem se lixa é quem as usa!!

4 comentários:

Carminho disse...

Mas, afinal, quem montou a cama?
Quem é que não tem jeitinnho para a carpintaria?! :)
Erem terem chamado a Sofia do Querido que ela montava isso bem montadinho...ela que adora montar!
Montar...montar...
(beijinhos Mary e continua a relatar as tuas aventuras nocturnas, hihihi!)

Madalena disse...

Ora a minha pergunta será outra. Não quem montou a cama, mas PORQUE SALTARAM OS PARAFUSOS?

Desculpem lá migras em Londres, cá para mim o problema não está em quem montou a cama mas o que vocês fazem na cama e com a cama...

Bem... cuidadinho nessas aventuras nocturnas e diurmas.

Anónimo disse...

Agora a culpa é do IKEA, hómessa!
Andam aos pinchos em cima da cama, e sei lá bem o quê e depois dá nisto.
Os nossos testes de qualidade são rigorosos, Agent Mary,por isso a culpa não é daqui os suecos não...

Anónimo disse...

Eu confesso que ouvia sons estranhos vindos daquele quarto....
Mas não estou em condições de prestar esclarecimentos mais pormenorizados. Sofri um trauma depois de o meu antigo lar ter sido fruto de agressões múltiplas que me obrigaram a procurar um novo lar.
Como sinto falta do Flat B. Mesmo com so barulhos estranhos que vinham daquele quarto....