quinta-feira, agosto 24, 2006

Planeta Despromovido

Plutão deve hoje deixar de ser planeta
24.08.2006 - 07h44 : Isabel Gorjão Santos (PÚBLICO)

Pôr ordem no sistema solar é tudo menos pacífico. Cerca de 2500 astrónomos estão reunidos em Praga e devem votar hoje uma definição do que é, afinal, um planeta, que poderá relegar Plutão para um estatuto de planeta de segunda, um anão gelado, como outros objectos da Cintura de Kuiper. Mas muitos afirmam que, à velocidade a que se conhecem novos objectos no espaço, é cedo de mais para estabelecer uma definição.
Não se pode dizer que a União Astronómica Internacional (IAU, na sigla em inglês) não se tenha esforçado para defender o estatuto de Plutão. Mas várias fontes indicavam ontem que a proposta que será votada hoje na assembleia da IAU, em Praga (República Checa), deverá contemplar um sistema solar com apenas oito planetas. Plutão deve ser despromovido para planeta anão, uma categoria intermédia de objectos espaciais que não têm força gravítica suficiente para se imporem sozinhos na sua órbita.

"O sistema solar terá oito planetas e pelo menos dois planetas anões", disse Junachi Watanabe, porta-voz da comissão de peritos da IAU para decidir a reforma da organização do sistema solar, citado pela agência EFE. Não há nenhuma proposta ainda por escrito (só deve ser conhecida esta manhã), mas no debate em Praga foi recebida com alívio a proposta de abandonar a definição apresentada na semana passada pela IAU, que fazia com que passassem a existir 12 planetas no sistema solar, dizia a revista francesa de astronomia Ciel & Espace. Mas se toda esta polémica mostrou alguma coisa é que pode ser demasiado cedo para tomar decisões, pois os cientistas não sabem ainda dizer o que é um planeta.Os planetas são um bom exemplo de como quanto mais se descobre, mais há a noção do pouco que se sabe. Em 1930, quando Plutão foi descoberto, nem se colocava a questão se seria um planeta. (...)
Eis aqui a prova de que o mundo não pára apenas devido às nossas agruras e angústias - Planetas que o são mas estão prestes a deixar de ser, tudo por causa da sua alegada insuficiente força gravítica para se imporem sozinhos em órbita. E, de um momento para o outro, ainda no nosso tempo útil de vida, vemos a iminente mudança do Sistema Solar de 9 para 8 planetas. Plutão foi despromovido a Planeta Anão…

E quando achamos que a coisa não pode piorar, vêm dizer-nos: “Povo! Calma! Pois se ainda nem sabemos bem o que é um planeta!” É esta confirmação da Teoria da relatividade de Einstein: Tudo é Relativo!. E, assim, nossos corações sossegam.
Por cá, no Planeta Terra, continuamos a tarefa de perceber o que somos e o que é isto de respirar ar. E há sempre quem se preocupe em vincar o facto de sermos mesmo, a sério, um Planeta, através da destruição contínua de grandes quantidades da terreno queimado. Para os que nos vêem de fora do Planeta, noutros planetas longínquos, nos seus congressos de astronomia, estes fogos intermináveis, inconsequentes e irresponsáveis parecem sinais de luz e fumo que confirmam que na Terra existe vida. Vida sim, existe, mas será inteligente?...
Cuidado, ainda corremos o risco de ser exterminados. Ou pelo menos despromovidos na comunidade galáctica, a Planeta Árido... de ideias e de vozes.

2 comentários:

Madalena disse...

Estes senhores têm a mania e desta forma estão a destruir as nossas crenças de infância.

Quem não se lembra da cantilena que nos ensinaram para decorarmos os planetas:

"Mercúrio, Venus, Terra, Marte, Jupiter, Saturno, Urano e Plutão".

E agora corremos o risco de quando tivermos os nossos filhos termos de dizer: "Sabes, Putão já foi planeta, agora é planeta anão."

Se eles destituem assim um planeta, é normal que façam o mesmo com humanos.

A verdade é que acho que o mundo está virado de pernas para o ar e em vez de se preocuparem com coisas importantes, prendem-se com novas classificações.

Madalena disse...

Meninos e Meninas desculpem, cantilena com erro:

"Mercúrio, Venus, Terra, Marte, Jupiter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão"

Não era despromoção do Neptuno, apenas engano.