quarta-feira, dezembro 27, 2006

Monólogo com a câmara


Toda a gente sabia que Henri Cartier-Bresson não gostava de máquinas fotográficas a apontar para si; talvez ele se apercebesse, como Roland Barthes (pág. 77), da falsidade da situação: “Muitas vezes (demasiadas vezes, na minha opinião), fui fotografado tendo consciência disso. Ora, assim que me sinto na mira da objectiva, tudo muda: constituo-me no processo de posar, fabrico instantaneamente um outro corpo para mim, metamorfoseio-me antes da imagem”

Agnés Sire, Comissária da Exposição Um Silêncio Interior, em “Um silêncio Interior: Retratos de Henri Cartier-Bresson”, 2006.

(Na fotografia, Samuel Becket, em sua casa, em Paris, 1964)

Impressionante a arte deste senhor em captar a essência de alguém, naquele momento, naquele espaço, naquela forma, naquele conteúdo. Impressionante.

2 comentários:

Carminho disse...

Mto provavelmente já o conheces mas para quem não conhece aqui vai

Descubram:

http://blogs.publico.pt/artephotographica/

Ivana disse...

Actual e bonito.
Gosto muito desse.