terça-feira, abril 27, 2010
Leg ceiling: nova modalidade desportiva ou nova forma de espionagem industrial?
Desengane-se aquele que diz que já viu tudo nesta vida, pois está redondamente enganado.
Está uma pessoa a laborar, como habitualmente, sentada no seu cubículo-aquário, a pensar com os seus botões como é que a vida a fez aterrar ali há mais de seis anos quando, de repente, escuta um grito assustador vindo de quatro secretárias mais à frente, no openspace.
Acordamos, sobressaltadas, e apenas olhando em frente rapidamente tomamos consciência que esta vida é uma caixinha de surpresas.
Do antes solitário e enfadonho tecto, pendia naquele momento uma perna, que se balançava a um ritmo frenético. Assim, sem mais nem menos, surgira, fracturando o tecto, aterrorizando as pessoas que, sossegadamente, labutavam.
E que perna era esta? De onde vinha, para onde queria ir com aquele balanço todo? Aquele gingar frenético e perturbador?
Pois bem, aquela perna, solitária e encarcerada, pertencia à Administradora. Não era uma perna qualquer, era tão somente a perna que mandava nas pernas de todos nós. Era a perna-mor, a perna que nos paga o salário, a perna no topo do organigrama.
Passado o susto e o espanto iniciais, a questão seguinte foi: que fazia aquela perna ali?
Porque não estava ela a administrar, a gerir o negócio?
Pois bem, no andar superior, já um monte de pessoas acudia à dona da perna, que estava numa espécie de esparregata olímpica desastrosa, com, literalmente, uma perna in e outra out, não da moda, mas do tecto que - a propósito - no andar de cima, era chão.
Após alguma ajuda, a perna balançante desapareceu e abandonou o cosmos.
Os terráqueos do rés-chão ainda estavam incrédulos com o sucedido. Alguns entraram em pânico e teceram futurologia apocalíptica ‘’Qualquer dia, o tecto desaba em cima de nós!’’. Outros, mais imaginativos, correram a espalhar a notícia, empolando o sucedido ‘’A perna rasgou o tecto e quase que tudo caía em cima de nós, pedaços enormes caíram em cima da minha mesa e, por sorte, não me atingiram’’.
Outros, mais pragmáticos e um pouco pervertidos, limitaram-se a questionar ‘’Ela estava de saia ou de calças?’’
O certo é que, até ao momento, ainda não consegui perceber se aquilo foi uma nova modalidade radical que a Chefe estava a tentar implementar – o leg ceiling – ou se foi uma nova forma de espionagem industrial que correu menos bem.
Uma coisa é certa: se o objectivo era introduzir novidade, foi plenamente atingido.
Por isso, não se esqueçam que, anytime, anywhere, BIG LEG is watching you ….
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2 comentários:
Tu és completamente louca!
E eu gosto...
Olha miúda eu vivo com um certo receio de leg ceiling.... A construção aqui é tão má que não me admirava nada que um dia me entre um par de pernas pelo tecto.
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