sexta-feira, março 26, 2010
quinta-feira, março 25, 2010
Prenda de Natal/Ano Novo bué, bué de atrasada ...
Este é um presente de Natal atrasado.
Algo que fui preparando à medida que o tempo e a imaginação me foram permitindo ...
Penso, contudo, que agora até saiba melhor. É o meu presente de natal/ano novo para o Bacalhau. Espero que gostem de revisitar o ano que passou e que continuemos a encontrar-nos por aqui ...
Uma música, uma história
E depois do abraço:
- Foste o melhor que me aconteceu – sussurrou-lhe.
Como o rio, começou a andar, afastando-se dele. Ele ficou de braços e ombros caídos, como dois ramos de uma árvore que no Outono percebe que o tempo de Verão está a terminar. Alma despida, olhar de náufrago.
Antes de virar a esquina ela estaca. Vira-se para ele, rodando o vestido de seda azul petróleo, e sorri na sua direcção.
-És o melhor de mim – ele devolveu.
quarta-feira, março 24, 2010
terça-feira, março 23, 2010
One song, one story ... Uma Aventura Todo-o-Terreno ao som de Sexy Thang de Mr White
Aqui vai mais uma historinha, desta vez mais picante ...
Os dias de chuva convidavam sempre a um passeio mais demorado na Fnac da Baixa. Lá deixava-se estar horas a fio, a absorver as novidades culturais: livros, CDs, filmes … Tudo parecia ser interessante e tudo apetecia levar para casa!
De repente, tocam-lhe no ombro. Volta-se, surpreendida:
- Olá, bem me parecia que eras tu! Estás lembrada de mim, certo?
O queixo caiu-lhe nesse momento. Pensou, num flash imediato, que tinha morrido e que estava no céu. Se se lembrava dele? Se se lembrava dele?! Como se pode esquecer de alguém que povoou a nossa mente anos a fio, mais propriamente desde os vinte e um aos vinte e seis anos? Como esquecer alguém que num mês consecutivo nos ofereceu promessas e juras de amor eterno e, de repente, sem aviso prévio (como devia ser de lei!) nos deixa de telefonar, de responder aos nossos sms’s que tudo desculpam e tudo inventam para não nos fazer crer que fomos abandonadas? Como podemos esquecer alguém que era demasiadamente lindo e culto e perfeito (ainda que hoje saibamos que esse é um conceito que apenas existe no abstracto e nunca no real), que num dia nos deu o céu e no outro nos tirou o chão? Que nos fez mergulhar no abismo, nos fez gastar rios de dinheiro em conversas ao telefone com as amigas a tentar esmiuçar cada palavra dita, escrita e até não dita mas sugerida por qualquer expressão dele? Como esquecer aquele cheiro, aquele perfume que procurava nas perfumarias como que um cão faminto que fareja junto do lixo?
Olhei-o nos olhos e, quase a hiperventilar, respondi:
- Ah, olá! Claro que me lembro de ti, há quanto tempo! Tudo bem contigo?
( Se por fora tinha a noção que estava tudo controlado, por dentro tudo em mim se embrulhava. Subitamente queria tudo: fazer xixi, popó, beber água, não, melhor ainda, um copo de vinho, por favor!! Socorro, dêem-me um estalo já, por favor!!)
Giro de morrer, com aqueles olhos semicerrados e sorriso insinuante, o bestial que passara entretanto a besta (ou já seria o contrário a esta altura da conversa?! Ai, Deus me acuda!!) devolveu:
- Sim, está tudo porreiro! Há quanto tempo mesmo! Ainda noutro dia pensei em ti, já nem sei exactamente qual foi o motivo e, olha, aqui estás tu depois de tanto tempo. Estás diferente, estás com óptimo ar.
(Óptimo ar? Ar? Estou com cara de estar com flatulência, é isso meu parvalhão?! – pensei): - Ah, sim, é possível que tenha mudado, em cinco anos é natural, não é? Tu por acaso pareces-me igual… (mente irresistível, queria eu dizer mas felizmente os ano, para além da idade, deram-me algum juízo)
- Pois, olha queres ir tomar alguma coisa ali ao bar e falamos um bocado? É que preciso de um café, ainda não tomei nada hoje!
Com aquele sorriso hipnótico, qualquer tansa (grupo no qual me insiro) iria.
Fui, quer dizer, fomos e lá tomamos um café. Ficamos a conversar sobre tudo e mais alguma coisa – faculdade, empregos, projectos, e coisas que tal …
Claro que houve memórias piegas (sobretudo vindo da minha parte) que, sem saber como, quando dava por elas, já estavam ditas, como se fosse uma cuspideira sentimentalona.
O facto é que em cinco anos tudo estava mudado excepto uma coisa: não nos tínhamos conhecido realmente. E quando sublinho o realmente, aproveito para transcrever o que ele disse:
- Sabes, eras uma miúda gira mas tímida demais para a altura. Agora estás muito mais natural, descontraída, estás uma mulher! E uma mulher muito atraente, deixa-me que te diga. Foi pena não nos termos conhecido melhor, acho que devíamos ter muita química, entendes o que quero dizer?
- Ainda vamos a tempo, se ainda quiseres tirar essa dúvida.
(Ai, boca maldita! Que diabo se apoderou de mim nesse dia fatídico, eu cá não o soube, mas ao recordar essa conversa em tudo a resvalar para o engate e cheia de jogos de sedução, tudo me leva a crer que o meu café tinha pó e não era adoçante de certeza…)
A cena seguinte passou-se entre os lençóis. Sim, fomos conhecer-nos melhor. Pensava eu que tinha a situação controlada, porque eu agora é que ia mostrar-lhe o que tinha perdido, a musa que ele tinha desperdiçado, a deusa, a … e eis que…
- Adoro essas tuas curvinhas. Essas dunas no teu rabo e coxas. Parece que estou a atravessar o Dakar, eu e o jipe todo-o-terreno. Sempre achei a celulite sexy, sabes?
(som de disco de vinil do Barry White arranhado)
Penso que devo ter morrido e ido directamente para o inferno naquele instante. Porque fiquei a ferver por dentro. Foi como se estivesse ao lume, como se fosse uma chaleira de água quente a apitar, a respingar de água! Qual água, qual quê?! A destilar raiva!! Muita raiva! Raiva em quantidades que incomensuráveis! Qual raiva?! Aquilo era ódio dentro de mim! Toda eu odiava aquele ser!
Não consegui, porém, soltar uma única palavra. Emudeci.
As horas, dias, anos (!) passados a massajar as coxas e as nádegas com Liposculptor, com Adelgaisto e Celu-aquilo! As massagens – que massagens!? – tareias que a esteticista me deu sessões seguidas pagas a ouro! As sessões de velasmooth, drenagem linfática, mesoterapia, tudo e tudo e tudo!! E, para quê?!
Se morri e chegara ao inferno, ao menos que o Demónio, o Sr. Belzebu me desse uma única explicação para tamanho vexame.
Levantei-me e arrastei aquele lençol comigo. Enrolei-me nele, peguei nas minhas roupas espalhadas pelo chão, enfiei-me na casa de banho, vesti-me em nanossegundos, atravessei o quarto e saí.
Para trás deixei sozinho na cama, um canalha frustrado que tem um fetiche com mulheres com celulite. Olhei-o, com raiva e ele, estupefacto com a minha reacção, ainda perguntou:
- Mas, que se passa? Disse alguma coisa, fiz algo de errado?! Que tens, diz-me?!
Mas uma única certeza ficou – não seria com esta mulher, quiçá uma casca de laranja ambulante, mas acima de tudo, muito MULHER e orgulhosa da sua condição, que ele se iria satisfazer.
- Tens a pi__ pequena. – respondi-lhe, munida da dignidade que ainda me restava – E fina também. Lamento, mas não senti absolutamente nada. Boa sorte para ti ...
Bati com a porta e saí.
Enquanto andava e abanava orgulhosamente o meu rabo celulítico pela rua, reflecti no que realmente acabara de se passar.
Nem precisei de mentir. Afinal, ele era só fogo de vista. Muitos hão-de ainda chorar e penar e implorar pela travessia deste deserto!
(aviso: qualquer semelhança com a vida real é pura ficção)
segunda-feira, março 22, 2010
quinta-feira, março 18, 2010
Uma Joaninha especial ...
quarta-feira, março 17, 2010
Central eléctrica ambulante
Antes que me passe a ferro, vim cá desopilar ou, como diz o outro ser irritantezinho do anuncio ''deitar cá pra fora!'' .
Então é assim: temos cá uma senhora já na casa dos ''enta'' e muitos que, à parte o seu trabalho ligado às contas e números, tem actividades extra-laborais das quais adora pôr-me a par durante as pausas (dela, claro) da manhã.
Gosto dela, é extremamente simpática e não me importo nada de a ouvir. Contudo, porém, todavia, hoje foi a gota de água! Passo a explicar: para esta senhora, os males da vida terrena curam-se à custa de coisas esotéricas ... tudo, mas TUDO MESMO, se resolve com as mezinhas dela e das suas amigas, pseudo-qualquer coisa com o título de Doutora lá pelo meio ...
E eu ouço, ouço, ouço pacientemente (!) esta senhora a contar-me que anda deprimida, à beira de um esgotamento (já estive mesmo á beirinha de lhe explicar que esse termo é aplicável às questões de saneamento urbano e não às de saúde mental, mas não quis estragar-lhe o ''barato'') e que se não tivesse sido um telefonema para a Drª X, que lhe disse que uma das suas amigas lhe roubava as energias e que por isso é que estava assim e que tinha que, imediatamente, comprar a pedra Y e usá-la sempre dentro do soutien (??? junto às marufas é que dá resultado???!!) provavelmente nem força tinha para vir trabalhar....
E eu tento dizer-lhe que não deve tomar Xanax dia sim, dia não, que não se deve auto-medicar e que deve ir ao médico mas ela diz-me que sente mesmo é que precisa de ir limpar a aura...
E eu reviro os olhos e tento fazê-la ver que fazer coisas de que gosta (ela gosta de pintar e fá-lo bem) pode também dar-lhe momentos de prazer, e tento fazê-la rir com os meus disparates (e por vezes até consigo :)) e desafio-a a comer dos meus chocolatinhos negros que tenho sempre na minha gaveta no trabalho mas ela agora até isso recusa, porque a tal ''Dra'' lhe disse que o chocolate ''suja''.
Como assim ''suja''? - perguntei eu (quase receando a resposta que vinha por aí).
Sim - diz-me ela - o chocolate suja a nossa energia, não a deixa purificar-se.
Ó meus amiguinhos, pelas alminhas!! Tentei explicar-lhe que o chocolate é um excelente regulador de humor e que um quadradinho de chocolate podia sujar-lhe, no máximo dos máximos, os dedinhos ou a roupinha!!
Todas as manhãs ela desce as escadas e faz um cházinho - verde, claro - que ''limpa'' a aura, ou que quer que isso seja.
Quer um cafézinho, eu tenho cápsulas? - pergunto-lhe, enquanto tiro o meu ''Roma'' cheiroso da Nespresso e a vejo salivar perante o aroma do café.
Obrigada, mas não posso tomar café que fico toda a tremer - diz-me ela.
Eu tenho descafeinado, quer? - insisto no erro.
Não, obrigada, mas também não posso, disseram-me que faz mal o descafeínado.
Mal a quê? - perguntei, já impaciente e farta daquelas ideias estapafurdias - Que mal pode ter num dia um inocente descafeínado?
Ah, sabe que o descafeínado é sujeito a tratamentos ...
Foi aí que desliguei e não ouvia o resto da explicação ''científica'' acerca dos malefícios do descafeínado...
Bom, e que dizer do tarôt?! Esta senhora ''põe'' as Cartas do Tarot a pessoas que lhe pagam para isso?! A ''ciência'' do tarôt - como ela lhe chama - revela aquilo que o universo nos quer revelar, naquele momento - esclareceu-me ela noutro dia. Tal pôs-me a cogitar que, se o Universo decidir fazer blackout no dia específico em que eu pago 50 mocas para me dizerem se sempre vou ganhar o Euromilhões ou não, estou tramada porque fico sem as 50 mocas e levo as mãozinhas a abanar para casa.
Desafiadora, um dia disse-lhe: se consegue ler para os outros, porque não pode pôr as cartas do Tarôt para si e encontrar essas respostas que tanto procura?
Ah e tal não dá porque isto e mal aquilo e mais aqueloutro...
Traduzido em miudos é, à boa maneira americana, bullshit. Caquinha de treta, é o que é.
E lá anda ela metida em cursos ao fim-de-semana de aperfeiçoamento de tarôt, de mesa radiónica (um tabuleiro energético), de reiki e de feng-shui!! Pagos, claro, bem pagos!!
Apetece-me só dizer-lhe: Minha senhora, pegue nesse dinheirinho e faça férias cá dentro! Vá a museus, a Jardins, pinte, dance as suas danças de salão que tanto adora mas das quais desistiu porque o dinheiro nã chega para tudo (mas para os cursitos da treta tem que chegar!!).
E hoje, depois de ontem lhe ter dito que tenho uma simples parede da sala com cores azul-turquesa e verde-alface, ela hoje traz-me o seu Manual do Curso que fez de Feng-Shui (que traz na capa uma bússola e tudo para, segundo ela, fazer as ''medições dos espaços'' ...) e começa a mostrar-me que não é bom ter posto o verde na sala porque traz ''energia'' em excesso e que o azul forte inibe o apetite e que eles até recomendam que os obesos pintem a sala de azul forte porque ficam com menos apetite (isso até eu também ficava! Bolas! Uma sala pintada quase de preto põe qualquer um sem vontade de viver, de comer!!).
E como eu hoje não estou propriamente ''católica'', fico passada com aquilo tudo e digo-lhe que estou-me nas tintas para aquilo e que o que interessa é que as cores da minha sala me agradam completamente. E ela diz-me que aquela ciência ajuda muito as pessoas a sentirem-me mais energizadas nos seus espaços de vida. E eu respondo, ironicamente, que aquela 'ciência' é relativa. E ela contra-argumenta a dizer que é uma ciência milenar e que os chineses são fantásticos.
E é aí que ela me cala. Eles são fantásticos sim, penso eu, a recordar-me do fantástico chop-soy de gambas que jantei no sábado que passou. Calo-me porque a respeito e se ela quer acreditar naquela teoria toda, então que acredite.
Se para ela todos nós somos fontes de energia, que atrai e que repele energia, se isso para ela a conforta de algum modo, lhe sossega as inquietações e toda a ânsia e dúvidas que traz dentro de sil, então que seja.
Ainda que eu pense que para ela e para os seus ''Mestres'' somos não seres humanos mas antes centrais eléctricas ambulantes, isso não interessa nada.
Se a racionalidade não a deixa dormir e o esoterismo a apazigua, então que assim seja.
Que não seja eu a cortar-lhe o ''power''.
segunda-feira, março 15, 2010
Momento Cine-Magia
Imagens do inesquecível ''Eduardo Mãos-de-Tesoura'' ao som do genial Danny Elfman, o mago musical (também brilhante em Alice in Wonderland OST''.
Deixem-se contagiar pela magia: fechem os olhos e que a música vos entre na alma ...
Trabalho de Formiga ...
sexta-feira, março 12, 2010
Nó na Garganta: um desabafo …
Ela: Às vezes, sinto que estou a desperdiçar a minha vida estando com ele.
A amiga: Ele ama-te, consegue-se percebê-lo na forma como te olha, do modo como te trata …
Ela: Como me trata?! Ele recusa-se a casar comigo!
A Amiga: (silêncio) Não sabia que querias casar, que isso era assim tão importante para ti…
Ela: E não é! O casar pela igreja, a cerimónia, a festa, …, isso tudo até dispenso porque realmente cada vez mais acho que é um desperdício de dinheiro que faz falta para outras coisas! Mas é o gesto, o pedido formal de que eu seja mulher, companheira dele para sempre. Algo que me mostre que ele vai estar sempre lá para mim da mesma forma que eu estou lá para ele e que não ande alguns dias com dúvidas sobre nós, noutros aparentemente feliz!
Ele Diz-me que sou promíscua, que tive muitos relacionamentos anteriores fugazes e não consegue perceber como pude andar com alguém sem intenção de que fosse algo para durar. Ele nunca imaginou casar com uma mulher assim. Diz que se guardou para a mulher ideal e que, embora me ame, eu não sirvo as medidas dele, desse sonho de ‘’mulher perfeita’’!
A Amiga: Não imaginava …
Ela: Pois não, não imaginavas. Ninguém imagina o que eu passo! Estou condenada a relações amorosas falhadas! (silêncio) ... acho que já não aguento mais isto. Esta relação pela metade. Este querer e não querer! Já passei dos 30 e tenho medo de não aguentar, de explodir, de sair de casa ... tenho medo de ficar sozinha ....
A Amiga: (silêncio)
(Abraçam-se)
Homens inteligentes traem menos
Diz o estudo da Universidade britânica que homens com um QI mais alto dão maior importância a valores como a monogamia e a verdade.
"A análise empírica [...] mostra que homens mais inteligentes valorizam mais a monogamia e a exclusividade sexual do que os homens menos inteligentes", afirmou o Dr. Satoshi Kanazawa, responsável pela investigação, ao 'The Guardian'.
O mesmo especialista afirmou também que esta relação entre inteligência e monogamia tem a sua origem na evolução da espécie, tendo em consideração que os seres mais inteligentes são os que têm maior capacidade de adaptação a novos modelos comportamentais.
A monogamia e a fidelidade são valores adquiridos ao longo dos tempos, visto que o homem primitivo era potencialmente promíscuo.
O mesmo estudo, que se centra exclusivamente no género masculino, revela ainda que o ateísmo e o liberalismo são valores mais defendidos entre os homens mais inteligentes.
A pesquisa não revela, contudo, se esta correlação se pode estabelecer também nas mulheres.
(Comentariozinho .... É claro que os inteligentes traem menos! Conseguem antecipar mais rapidamente as terríveis consequências do acto! Até porque sabem que não há mulheres burras, mas tão somente mulheres que se fazem de burras para agradar aos homens ... )
quinta-feira, março 11, 2010
Minina, ocê tá di parabéns!
Music and more!
Espero que estejam a receber e gostar do meu Music list semanal. Espero feedback!
Fiquem com:
www.myspace.com/shekeepsbees (Blues Vs. Country Vs Songwriter Vs. Guitar Vs. Drums)
www.mypace.com/slowclub (Folk Pop on Moshi Moshi)
terça-feira, março 09, 2010
Alice Vieira - a poetisa
muito mais do que devia
são um perigo
as palavras
quando as soltamos já não há
regresso possível
ninguém pode não dizer o que já disse
apenas esquecer e o esquecimento acredita
é a mais lenta das feridas mortais
espalha-se insidiosamente pelo nosso corpo
e vai cortando a pele como se um barco
nos atravessasse de madrugada
e de repente acordamos um dia
desprevenidos e completamente indefesos
um perigo
as palavras
mesmo agora
aparentemente tão tranquilas
neste claro momento em que as deixo em desalinho
sacudindo o pó dos velhos dias
sobre a cama em que te espero
Gosto muito da Alice Vieira. Sobretudo das suas histórias para a gente pequena.
Rosa, minha irmã Rosa foi um livro que marcou gerações e ainda hoje os mais pequenos podem deliciar-se com a sua escrita.
Desconhecia os seus poemas, daí que hoje me tenha apetecido postar um deles. Gosto do jogo com as palavras, gosto da mensagem.
As palavras são perigosas sim, pelo menos algumas. Mas se umas caem sobre nós como pedras, outras caem como plumas carinhosas....
... Não será a arte de comunicar um dos grandes desafios da Humanidade?
Frase do Dia
domingo, março 07, 2010
quinta-feira, março 04, 2010
terça-feira, março 02, 2010
Squeak, squeak
segunda-feira, março 01, 2010
Mergulho no teu olhar
se mergulhasse no teu olhar ?
à tona, leve, leve eu flutuaria
ou então me afogaria
sem salvação, à falta de ar?