E porque as diferenças entre a cidade e o campo parecem não ser nenhumas no que respeita à forma de fazer propaganda política, não poderia deixar de comentar os cartazes que invadem Rio Tinto e arrabaldes naquele que é o grande (mas desconfio que só em dimensão geográfica) concelho de Gondomar.
O Major Valentim surge num imenso cartaz em fundo azul eléctrico, sem gravata e envergando um blaser bege informal, a contrastar com o seu habitual ar mal-humorado que, como se não bastasse, é enfatizado pela sua já familiar barba ‘de uma semana’.
No imenso cartaz, entrecortado pela filigrana gondomarense, este Senhor dirige-se ao povo que passa dizendo tão só e apenas o seguinte:
«Pois é … mas em Gondomar, mandam os Gondomarenses!»
Depois de tanto matutar com os meus botões o que será que o santo homem quererá com isto dizer, penso que talvez tenha atingido uma certa clarividência:
O Major, atormentado por vozes do ‘além’ que lhe dizem repetidamente o seguinte:
- A sua imagem está completamente desacreditada na política.
- O senhor está a ser investigado pela polícia, o que deveria afastá-lo do desempenho de qualquer cargo público até concluídos os processos…
- O senhor é um corrupto e nunca será reeleito!
Vem assim, num acto de quase desespero (e daí se percebe a barba por fazer e o ar ‘abatido’), responder a todos os que contra ele conspiram:
«- Pois é … mas em Gondomar, mandam os Gondomarenses!»
E eu, cidadã que passa e olha para o cartaz, interrogo-me: - Pois é … e isso diz o quê dos
Gondomarenses?! Hã?
Desconfio que este senhor irá ter uma desilusão aqui com esta Gondomarense ...
1 comentário:
Se em Gondomar mandassem os Gondomarenses como eu, esse galo não estava no poleiro não!!!
Mas, quem sou eu para dizer seja o que for???
Assinado: Gondomarense em exílio político em Londres
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