sexta-feira, março 30, 2007


Billie Holiday, "Crazy he calls me" no album Billie Holiday's Greatest Hits (Verve)

Abraçava a chávena de chá quente com as mãos, aquecendo-as também, enquanto se sentava no sofá. Afundou-se no couro gasto com languidez e repousou a cabeça na almofada. Lá fora a ameaça de aguaceiro tinha-se concretizado e os vidros eram fustigados continua e lentamente com as lágrimas de chuva.

O som da sua própria respiração sibilante foi interrompido pelo gemido de Lady Day. Fechou os olhos e sorriu. Podia mover montanhas naquele momento, navegar oceanos e segurar o vento numa mão…

5 comentários:

Carminho disse...

... às vezes não há companhia melhor do que uma boa música...

Unknown disse...

.... e um chá fumegante entre as mãos arrefecidas pelo vento que fazia lá fora!!!

Madalena disse...

Imagem

Chove lá fora...
O frio aperta...
Colocas água a ferver, fazes o chá de que tanto gostas...
Pegas na chavena, enquanto aqueces as mãos, e com pequenos passos diriges-te para a sala...
Colocas uma música suave e calma..
Descalças-te, sentas-te no teu sofá, colocas a manta por cima...

E ficas ali a apreciar a música, a olhar a chuva a cair e as árvores a abanar e a pensar no que te faz feliz, com um aroma delicioso por perto...

Betty disse...

Ao quadro da Madalena,será que posso acrescentar uma boa companhia?

Ivana disse...

O segredo está em acrescentar o que te faz sorrir.

A companhia é benvinda. A música é que não pode faltar. Afinal... Haverá vida sem música?

Vivemos em pautas de música pendurados nas suas linhas, ora sendo colcheias, ora sendo semínimas, ora assumindo qualquer outra figura musical. E mesmo as pausas são essenciais. A música também é feita de silêncios, como a vida.